domingo, 28 de junho de 2009

Xico da "Lama"

Arrábida
28\06\2009

São 07:00 h da manhã, goteiras pingam da minha janela, dos telhados dos prédios em redor, das copas das árvores, tudo está molhado, mas no preciso momento não chove.
A serra está coberta e o céu está todo ele forrado de tons de cinza desde Troia até Palmela.
Enquanto bebo meio litro de água às secas e engulo uns cereais, ligo a internet para consultar a previsão meteorológica para as próximas horas. Recebo uma mensagem no telemovel. É do alex: "eu vou" diz simplesmente.
O bully já esperava no local do costume e o meu irmão optou por ir fazer estrada (??). Está mesmo a pedir uma alcunha tipo zé do asfalto.

A carga de água que estava prometida inicialmente aguentou até não poder mais. Ameaçou por uma ou duas vezes com uns simples chuviscos mas a meio da manhã desabou em cima dos nossos capacetes com a força de uma torneira aberta.
As condições do terreno começaram a deteriorar-se e decidimos restringir os nossos esforços a simples estradões.
Sugeri irmos até ao famoso Xico das Saias do qual ja tinha ouvido falar várias vezes mas que não conhecia (fui lá ontem de Pick Up fazer o reconhecimento).
A ideia era boa, mas o Xico preparara-nos uma bela surpresa transformando-se em Xico da Lama. Horrivelmente intransitável.

As bicicletas ficaram pesadas e simplesmente deixaram de rolar pela lama que se acumulava entre as rodas e o quadro. Desmontados pareciamos donos de jumentos teimosos daqueles que quanto mais puxam por eles menos andam.




Por duas ou três vezes retirámos quilos de lama mas em vão e só mesmo o alcatrão viria a fazer este trabalho e a lavagem automática o restante


As limpezas...

No final:
40 km
740 m de acumulado
2:15 horas de andamento
3 euros no Elefante Azul (um novo record)

"A lama faz parte do BTT" de alguém que certamente já terá dito esta frase...


quinta-feira, 25 de junho de 2009

Cãorredor

Não há dúvidas que já os vimos a fazer de tudo um pouco: eles guardam, protegem, fazem companhia, escoltam invisuais, eles há os que são das forças policiais e militares, os que fazem nºs de circo ou simplesmente são os melhores amigos do homem, e por aí fora.

Se tudo isso não bastasse, também já há um cão fanático pelo BTT, ou melhor, acompanhar o seu dono no BTT.
É um autêntico cão corredor (cãorredor). Para aquele(s) que anda(m) à procura do parceiro ideal.

A filmagem é brutal (cable cam) embora a imagem não seja a mais ideal. Reparem bem aos 03: 25 min...

sábado, 20 de junho de 2009

Sonho de uma noite de Verão...

Arrábida
19\06\2009

Era a data do grande dia, ou melhor, da grande noite, ou ainda se preferirem de alongar o dia.
A hora marcada eram as 21:30h mas resolvi ir mais cedo para ultimar pormenores (luzes principalmente). Em boa hora o fiz porque tinha o pneu em baixo. Uma troca rápida e coloquei uma camâra de ar da Slim na GT. Fiquei lavado em suor.

Aos poucos e poucos foram chegando os outros bikers:
- alex "faroleiro" (duas potentes luzes, uma no guiador e outra no capacete valeram-lhe a alcunha)

- Mc Daniel (que poderá evoluir para o "escocês" ou "scotish" para baralhar um bocadinho.. é só uma questão de tempo - motivo: chegou com a bicicleta numa mão e o jantar na outra. Não é dificil advinhar o que vinha a jantar)

- Vina "topêra" (Vina é uma mistura entre o próprio nome Vinagre e um diminutivo de Vinokourov - vinagre vai a miutas maratonas o que lhe vale esta alcunha. Topêra porque passou a volta toda a queixar-se de que não via nada)

A volta em si foi muito acima daquilo que podia esperar. Nos trilhos e caminhos habituais mas desta vez rodeados pelo breu e por uma paisagem verdadeiramente avassaladora (isto quando aqui e ali avistámos Lisboa iluminada como pano de fundo)
As luzes funcionaram bem mas não são recomendadas a single tracks rápidos, exceptuando a do escocês que me pareceu a melhor de todas.

Eu utilizei um "BBB" adquirida na Bikezone e embora tenha um bom foco (que dura 3 horas com 4 pilhas AA novas) é de luz amarela e não se espande para os lados. Óptima para rolar mais tranquilamente e chega. Com o passar do tempo, começa a fraquejar e o amarelo turvo cansa a vista. Mas no seu todo e pelo preço (24 eur) desenrasca bem desde que bem fixada ao guiador. No capacete levei o Petzl, uma luz de 3 leds que uso no campismo, que apontei para a roda da frente iluminando logo ali o que ia passar por debaixo dela
a "BBB" o "Petzl"


Preso no espigão do selim a apontar para a rectaguarda, levei uma "frog" de led vermelho que também adquiri na bikezone por uns miseros euros e que foi o suficiente para me fazer visivel nos poucos kilometros de alcatrão que percorremos.



na imagem uma "frog" mas de led branco

Encontros com outros bikers foi para esquecer mas já com a fauna local foram constantes: coelhos, gatos, pirilampos aos molhos (as suas pequenas luzes por entre a vegetação fizeram sensação), uma raposa, dois texugos (??? - o escocês afirma que eram texugos) e uma enorme coruja que nos pregou um cagaço do caraças acompanhando-nos por uns segundos.


Acreditem que este é um imponente "bicho" de asas abertas e a voar a centimetros dos vossos capacetes...

Eram dois destes escocês?? e estavam acordados e no meio do trilho. Este texugos querem é night!
Pelo meio, mais um furo, uma queda (tudo do mesmo protagonista e não vale a pena dizer Mc nomes) algumas paragens para ajustar as luzes e um lembrete: comprar óculos para rolar de noite (fundamental por causa do pó)
Por volta da 1 da manhã chegámos a Setúbal pelo lado das praias atravessando a Luisa Todi onde andava outra "fauna" e muito mais abundante. As bocas do género "olhem, olhem os pirilampos" dos cervejeiros eram de esperar.

No fim regressámos plenamente satisfeitos e com muita e enorme vontade de repetir.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Começa a escurecer..

Já andei a ler umas coisinhas sobre iluminação para a bicicleta.
Comprova-se que não existem milagres iluminados. A dúvida será em gastar um pouco mais e ficar bem apetrechado ou para já desenrascar-me com uma bagatela qualquer?
Como costumo dizer, o investimento é sempre justificável face ao uso e proveito que se tire dele.
Mas será que sairei assim tantas vezes à noite?
Por agora já me decidi. Vai uma iluminação mais baratucha e levo o petzel do campismo no capacete. Deve dar para desenrascar e no futuro logo se vê.





O dani ligou-me hoje entusiasmado. Eu também não vejo a hora de virar morcego da noite e sair por aí a pedalar.




Para relembrar que a concentração é sexta-feira no sitio do costume às 21:30 horas já devidamente prontos e montados nas batbicicletas.

domingo, 14 de junho de 2009

Pit stops podres..

Arrábida
14\06\2009


Ao domingo como de costume "missa". "Missa" neste caso é BTT.


Desta feita, de véspera impuseram-se algumas dúvidas que se foram dissipando ao longo do dia. Uma delas prendia-se essencialmente com as condições climatéricas: calor ou chuva eram hipotéticos cenários que só se desvaneceram à última da hora.


Às 08:30 h já rolávamos serra acima. Hoje custou-me particularmente sair da cama mas após os primeiros 5 minutos em cima da GT o sono desapareceu.
A manhã esteve sempre encoberta e aqui e ali pingava ameaçando uma carga de àgua mais forte a qualquer momento. Felizmente não veio a suceder.


Fizémos os trilhos do costume e incluimos a subida às pedreiras pois era percurso que já não fazia há algum tempo.
Foram boas pedaladas na companhia do Alex, bully e mano.
De lamentar as paragens forçadas a que fomos sujeitos:
Bully fura. Parámos. Ao substituir a câmara de ar, reparamos que a nova também está furada. Toca a substituir a substituta. Foi um dois em um.
Mais uns kilometros e eu furo. Como tinha dado a minha câmara de ar ao bully, o alex deu-me a dele. Afinal não foi furo (constatei depois de me criticar por nao ter posto ainda camaras slim nesta bicicleta). Foi rebentado talvez originado por uma pancada mais certeira quando desciamos desalmadamente (critiquei-me por ainda não usar tubless).


Adiante serra adentro e novamente a encostar à berma. Alex ficou sem travão da frente. Um pequeno problema junto às pastilhas do disco. Fim do travão.





Nisto tudo e sempre a quebrar o ritmo, ficámos desmotivados e as pernas acusaram..
Pelo meio ainda andámos misturados com os participantes da Volta Caramela, uma prova inserida nas Festas do Pinhal Novo.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

NOCTURNO

A ideia já há muito que assolava os arredores (??!!) da moleirinha.

Mesmo a propósito, o amigo Vinagre sugeriu uma volta nocturna de hoje a uma semana precisamente.
Parece-me que vamos ter um grupo composto.
Vamo lá minha gente verificar as pilhas das lanternas lá de casa e reunir dia, desculpem, reunir noite de 19\06 às 21:30 horas.

Isto promete!

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Volta do quase.

Arrábida
11\06\2009


Estamos em pleno Junho. A ideia agora era falar do tempo: "ah, já não há estações..." ou "antigamente era diferente" ou "isto anda tudo trocado" e por aí.
Portanto saltemos esta parte. Saímos eu, alex e dani às 07:30 horas para fugir ao calor. Quase que nos atrasámos. O alex estava cheio de "ganas" de pedalar e ameaçava rebentar com a malta. Quase que rebentou com ele e comigo (dani foi para casa mais cedo com um "furo" no amortecedor. Já cheira a despesa).
O terreno estava solto e as ramagens da vegetação que circundam os trilhos menos utilizados cresceram e invadiram a zona de rodagem. Como consequência, fomos chicoteados e fustigados (isto dá um certo ar porno que confesso é prepositado para manter o vosso interesse) e quase que malhámos algumas vezes.
A volta já ia longa e no final quase que fomos a todas e quase que "sequei" o meu camelbak (seria a primeira vez).
Não sei bem onde, pisei uma bosta de merda de um animal (pode-se incluir nisto o ser humano também) que quase me sujou. QUASE NÃO!! salpicou mesmo o quadro %#$"$"$dassssss e fiz o resto da manhã a sentir em algumas ocasiões o seu cheiro...

quarta-feira, 10 de junho de 2009

II MARATONA CYCLING 24H

Pelo segundo ano consecutivo, o Ginásio Msports vai realizar uma maratona de cycling 24 horas.
O amigo rui vem uma vez mais ao encontro da população geral pois esta actividade destina-se a todos os que queiram participar e não só aos utilizadores do ginásio.

O local escolhido é o Largo Zeca Afonso (ou antigo Parque das Escolas).
Já lá estive ontem à noite e hoje de manhã a participar um pouco. Muita animação, musica, hidratação e alimentação disponibilizada e a não menos dispensada t-shirt para os coleccionadores.
Recomendo!!

quinta-feira, 4 de junho de 2009

HIDRATAÇÃO

Em tempos publiquei este artigo em outro blog.
Face ao calor abrasador que apareceu repentinamente e face a algumas críticas que li recentemente sobre o fornecimento de liquidos numa prova, fico consciente que anda por aí muita gente mal informada.
Por esse motivo reedito-o

Penso que este é um assunto de relevante importância. Se para muitos o óbvio é encontrado ao virar de cada esquina, para outros nem por isso e portanto há que clarificar.

As opiniões divergem no que respeita à paparoca e beberoca, ou seja, ao que comer e ao que beber, e como leigo que sou não serei eu a desmistificar tal situação. Uma coisa é certa: ninguém conhece o nosso organismo melhor que nós próprios pelo que com tempo, experiência e conhecimento adquirido cada um de nós poderá adaptar-se ao melhor bem-estar e rendimento físico que o corpo terá para dar.

De entre milhares, deixo aqui um artigo que julgo ser suficientemente abrangente, ainda que de uma forma superficial, mas focando os pontos mais importantes:

" Sem hidratação, um simples passeio de BTT pode ser uma autêntica travessia do deserto. E é claro que quanto mais calor está, ou mais roupa usas, maior será a sudação. Em média, perdemos entre 0,8 a 1,5 litro de água por hora, não só pela transpiração como pela respiração ou outros processos internos do organismo. E nem sempre nos damos conta destes níveis de desidratação! Em casos de muito calor, e é claro que estes valores variam consoante cada indivíduo, podemos perder mais de 5L de água corporal por hora. Outro problema é que raramente temos consciência da quantidade de água que temos de ingerir, até porque nem sempre sentimos sede. Quando a sentimos é tarde de mais. É sinal que a desidratação chegou a um nível tal que o cérebro viu-se obrigado a “soar o alarme”. Certamente já estás a fazer contas à vida e a perceber os erros que tens andado a cometer.

A melhor maneira de calculares a desidratação a que o teu corpo foi sujeito, para corrigires logo no treino seguinte, é pesares-te antes e depois de andares. Por cada kg perdido deves beber um litro de água. Para teres uma ideia dos efeitos da desidratação, calcula a que percentagem do teu peso total corresponde o peso perdido. Com esse valor percentual podes ver quais os efeitos. Um caso prático: o João pesava 70 kg antes de andar e regressou com 68 kg. Os 2 kg que perdeu por desidratação correspondem a 2,8% do seu peso. Para chegar a este valor, multiplicas os kg perdidos por 100 e divides esse valor pelo teu peso inicial. No caso do João, (2x100):70 = 2,8. Vê no quadro em baixo o que o João certamente sentiu durante o treino ou passeio.

Nível de desidratação e consequências:
-menos de 2%: perda de capacidade termoreguladora
-2 a 4%: a capacidade/desempenho muscular vai sendo reduzida e há maior possibilidade de sentir cãibras
-4 a 6%: cãibras, perda de força muscular, diminuição do tempo que o corpo resiste ao esforço-mais de 6%: cãibras severas, esgotamento, falta de raciocínio, coma, lesões musculares eminentes.

O que se perde na desidratação:

Suar não é só perder água. Sais minerais são igualmente perdidos, daí que alguns de vocês possivelmente já repararam em manchas cinzentas ou brancas na roupa. É por isso que em muitos casos a água simples não chega para colmatar os efeitos da desidratação. Além disso, a água tem um efeito saciador da sede. Ou seja, deixas de sentir sede após beberes alguma. E o objectivo é continuar a sentir sede para não parares de te hidratar. Actualmente as bebidas isotónicas são compostas por uma série de nutrientes, principalmente minerais, que ajudam o corpo a aguentar longas horas de exercício. Sódio, cloro, fósforo, potássio, cálcio e magnésio são elementos essenciais para manter tudo a funcionar na perfeição. Além disso, o sódio (sal) faz com que a bebida fique ligeiramente salgada e por isso deixa-te com sede e faz com que sintas vontade de ir bebendo.Atenção à concentração de hidratos da bebida. Se for elevada, a bebida demora muito tempo a ser absorvida e pode originar má disposição ou vómitos, além de que não estão a desempenhar o seu papel de hidratar e fornecer energia. As bebidas que já vêm preparadas, em garrafa ou lata, normalmente vêm com a concentração adequada, que é de 6%. E esta percentagem varia com a temperatura ambiente. Se está muito calor, deves baixar a concentração de açúcar. Por isso terias de diluir ligeiramente a bebida. No caso dos boiões com pó, algumas marcas já indicam a quantidade certa de pó e água para atingir a concentração adequada, e até já diferenciam as quantidades conforme a temperatura ambiente. Mas se a embalagem não possui a informação completa, deves fazer alguns cálculos. Vê a composição e procura os valores de hidratos de carbono. Calcula a diluição que tens de fazer para que a quantidade de hidratos de carbono seja de 6%. Num bidão de meio litro (500 g de bebida) deves colocar o pó suficiente para atingir 30 g de hidratos.Quando beber?
Não é só durante o exercício que deves beber água ou bebidas isotónicas. Antes do esforço físico deves ir bebendo água para o teu corpo se hidratar. Não bebas muito de cada vez senão o organismo detecta grandes quantidades e elimina-as rapidamente pela urina. Duas a três horas antes do exercício vai bebendo pequenas quantidades de água. Na meia hora/45 min. que antecedem o exercício não deves beber bebidas energéticas, porque em repouso o corpo reage aos açucares e produz insulina precisamente para baixar os níveis altos de açúcar. O resultado é um abaixamento dos índices de glucose e reflecte-se numa quebra de energia e sensação de falta de força.E no final, há duas situações: se te acabaram os líquidos e desidrataste mais do que o aceitável, deves beber logo alguma água ou bebida isotónica.Mas como o exercício foi certamente intenso, é preferível optares por uma bebida de recuperação. Estas bebidas, ao contrário das energéticas/isotónicas, já contém proteínas que vão entrar em acção para evitar um catabolismo muscular. O catabolismo muscular acontece quando um músculo é utilizado de forma intensa e longa e não recebe proteínas para ser correctamente reparado. O organismo humano apenas tem reservas de proteína no músculo. Por isso é uma situação “canibal”: no caso do BTT, os músculos das pernas, para se auto-repararem, retiram proteínas de outros músculos, debilitando a estrutura em vez de a reforçar. É como deitar tudo (ou quase) a perder. Beber uma bebida de recuperação e comer uma barra proteica (e não energética, ou gel), e logo nos minutos seguintes ao fim do exercício, é fundamental. Se demorares mais de 30 a 45 minutos, o teu organismo já terá entrado no tal processo de catabolismo".

in http://www.bikemagazine.pt/


em jeito de conclusão 3 pontos simples a reter:

1 - Respeita as instruções de diluição das embalagens de pó. Pó a menos não faz mal, já se for demasiado faz.
2- Não bebas só quando sentes sede. Bebe pequenos golos de cada vez (o equivalente a um copo pequeno a cada 10 ou 15 minutos).
3 -No final, bebe quantidades suficientes de uma bebida de recuperação e come uma barra proteica para evitar o catabolismo muscularA estas receitas junta vontade, prazer e força nas pernas para um exercício em pleno!


nanex.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

II Rota Pré-Histórica - Carregal do Sal

Carregal do Sal
31\05\2009






Altimetria





Inscrição: 12 euros
Km anunciados: 45 ou 20 km (passeio)
Localização: Carregal do Sal (Viseu)



Eram 300 km que me separavam desta Vila do concelho de Viseu, o equivalente a 3 horas de viagem, aproximadamente indo sem pressas.
Por esse motivo resolvi arrancar de véspera e evitar uma valente madrugada e assim poder apreciar melhor a vila e arredores.

Cheguei, dei uma pequena volta pela cidade e encontrei o pessoal da Organização. Recebi logo ali o dorsal e a hospitalidade. simpatia e disponibilidade de todos que foram incansáveis no trato para comigo e na forma como me receberam.
Depois de mais alguns dedos de conversa saí para visitar Cabanas de Viriato e jantar qualquer coisa. Uma sopa e uma bifana foi quanto bastasse.



O Cristo-Rei de Cabanas de Viriato e a vista d´O próprio para um palacete abandonado.
Como ainda era cedo, resolvi ir ver um torneio de futebol 7 que decorria no estádio do clube local e que se inseria nas festas (muita festa neste fim-de-semana nesta zona). Passei ali um bom bocado divertindo-me a observar não só os jogos em si como também toda a envolvência característica deste tipo de eventos.
No domingo acordei cedo e desta vez, pela primeira vez, e se calhar pela única vez, fui o primeiro a chegar ao local de partida da prova (afinal dormi "in loco", num recanto gentilmente cedido pela Organização, gesto que agradeço com sinceridade).
Aos pouco e poucos foram chegando um a um o pessoal da Organização que num ápice montou toda a engrenagem para a partida e para a chegada (que seria no mesmo local). Impressionante era o calor que já se fazia sentir à 08 da manhã. E por essa mesma hora eram já muitos os atletas que militavam pelas redondezas.



Às 09:30 horas (pontualidade britânica em Carregal do Sal) deu-se a largada. Como é usual, deixei-me ficar para o fim e atrás de mim só vinha uma mota que separava os maratonistas dos 45 km dos atletas do passeio de 20.
Os primeiros km´s foram velozmente ultrapassados num ritmo electrizante, talvez devido ao facto de se começar praticamente a descer. Também por esse motivo meia-hora depois já rolava sozinho: os da frente desapareceram e os que fui ultrapassando foram ficando para trás. Isto acontece-me normalmente em todas as provas mas mais a meio delas e não logo no inicio.

À medida que palmilhava km após km deliciava-me com a paisagem que coincidia plenamente com o "peixe" que me venderam. Superou mesmo posso dizê-lo.





Uma paisagem fabulosa das muitas com que a Organização nos brindou.

Uma ou outra descida mais emocionante e uma ou outra subida mais dura iam fazendo mossa nos atletas, quer fisica quer mecânicamente.
O primeiro ponto de abastecimento surgiu muito cedo para as minhas necessidades e não parei. Por esta altura, o sol era abrasador e suava em bica e fui gerindo o litro e meio que transportava no Camelbak. O que não conseguia gerir era a quantidade de pequenos mosquitos e outros insectos que deambulavam em redor da minha cara teimando em afastarem-se apesar das insistentes chapadas que dava na atmosfera. Desisti.
Pleno de forças resolvi acelarar o ritmo fazendo figas para não me arrepender posteriormente. No segundo posto de abastecimento estava lavado em suor e cometi a asneira de enfiar uma garrafa de água pelo bucho abaixo. A barriga de àgua pesou nos km seguintes pelo que diminui o ritmo para evitar males maiores.




As vistas do 2º ponto de abastecimento que foi aqui estrategicamente colocado para os participantes tomarem conhecimento deste belo monumento pré-histórico.

Já para lá dos 30 ou 35 km seguia a par e passo com um parceiro improvisado que "batia" no mesmo ritmo que eu tanto nas subidas e principalmente nas descidas. Foram uns bons km sempre a rasgar trilhos e descidas mais técnicas. Sabe bem ter companhia à altura nestes momentos (no final, após cortar a meta cumprimentei-o e felicitei-o pela destreza. Disse-me que à minha semelhança, também ele era de uma zona onde treinava muito a técnica)

De referir que ao longo de todo o percurso houve sempre muita gente da Organização da prova devidamente identificados e disponiveis para informar, ajudar e controlar o trânsito nas passagens pelo alcatrão. Também foi sempre usual ver aqui e ali elementos do Corpo de Bombeiros, facto que merece nota de destaque máximo.

Também houve sempre àgua pelo caminho, mas que felizmente não necessitei. Ao que soube no fim e pelo que já li do evento parece que houve algumas queixas pela falta de água na segunda metade da prova. No que me diz respeito, e mesmo com o forte calor que se fez sentir, achei suficiente.


Também li algumas reclamações sobre má sinalização principalmente nas aproximações a descidas mais acentuadas ou técnicas e ao que parece houve algumas quedas (de pouca gravidade espero). Na realidade, esta foi uma das provas mais bem assinaladas em que estive, quer pela fartura de indicações que pela sua visibilidade e no que respeita a zonas mais perigosas.... não vi nenhuma de especial (será que ando mal-habituado? mesmo que assim seja nao vi mesmo nada de especial)


No final, 48 km com o altímetro a marcar 850 metros de acumulado, isto em pouco menos de 3 horas
Depois de um bom banho (nota muito positiva também para as condições balneares) veio o merecido almoço. Um manjar farto e variado (assim como os pontos de abastecimento):

- sopa
- lombo assado
- frango assado
- saladas variadas
- arroz de feijão
-uma espécie de bôla ou empadão de carne
- àgua, vinhos, sumos, coca-cola
-salada de frutas
Acho que ainda falta mais uma coisa ou outra mas com tanta fartura já não me lembro de tudo. As minhas desculpas por isso. Mas do que me lembro bem é que não havia fila, não demorei um único minuto à espera e havia lugares sentados suficientes para toda a gente. E claro está, a comida era uma maravilha com a qual me deliciei (principalmente com o arroz de feijão que era de bradar aos céus).


Conclusão geral: uma prova que agradou em todos os aspectos. Se à partida optei por me inscrever nesta em deterimento de outras foi pela simpatia e disponibilidade evidenciadas logo à partida pela Organização. Só posso dizer que superaram as expectativas.
Bom percurso com paisagens fabulosas junto ao rio Mondego e pelos percursos e circuitos arqueológicos e patrimoniais por entre Orcas, túmulos rupestres e dolménes deram juz ao nome da prova.
Boa sinalética, muita gente da Organização e Bombeiros ao longo de todo o traçado, bons banhos com balneários adequados, fabulosa gastronomia.
Gostei muito também de ver a população em geral nas ruas no principio, meio e fim da prova em perfeita armonia com o evento, a apoiarem todos os atletas. Houve até uma senhora que estendia da sua vivenda uma mangueira aberta e "regava" quem passava, mas veja-se, perguntando primeiro se o maratonista estava interessado no banho (!!!). Que gente 5 estrelas.
o melhor: penso que está tudo dito! sem poder destacar nada o melhor foi mesmo o todo ficando provado que com muita vontade e empenho se consegue fazer um evento de btt a bom preço.

o pior: não me lembro de nada a assinalar excepto os mosquitos do inicio e o calor abrasador mas isso são factores externos em nada controláveis.
frase que marca o evento: "mantém a boca bem fechada ou ainda engoles um mosquito já cozido e tudo"

E tenho que deixar uma vez mais agradecimentos especiais a todos os membros da Organização que me receberam, ajudaram e tudo fizeram para que estivesse confortável. Foram incansáveis!!!!!

Um forte abraço a todos eles e espero poder voltar no próximo ano por tudo e por um vinho do Dão que deixei por lá. Por agora vou-me contentando em provar esta amostra que me ofereceram e que asseguro desde já que é uma maravilha!

Um muito, muito obrigado!

nanex.