quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Post fora de horas - Atleta do Ano

  Post fora de horas por dois motivos: primeiramente por serem as horas que são e seguidamente por ser já ser uma "yesterday news, old news".

   Num país típica e fortemente inclinado para o futebol, ver um ciclista ser eleito o Atleta do Ano é qualquer coisa de surpreendente. Diria mesmo que algo de anormal terá acontecido.
    Com efeito, Rui Costa fez uma época estrondosa ao que apenas posso acrescentar o desejo de no futuro vê-lo repetir ou melhorar se possivel tamanha proeza.

    No entanto, e desengane-se o leitor se esperava que o tema enveredasse logo pelo caminho de duas vias sem portagem, estou em desacordo com a atribuição deste título.
    Na minha opinião o premiado deveria ser eu. E deverias ser tu. E deveria ser ele e ela. E deveriam ser eles e elas.
     Deveriam ser todos os que trabalham oito horas por dia e\ou até mais, que ainda tratam a família, os amigos, os afazeres da lida da vida em geral, e que no meio disto tudo ainda conseguem fazer o dia parir mais uma, duas ou três horas para treinarem uma ou mais actividades físicas. Por lazer, por prazer, para emagrecer, para engordar, para aliviar a tensão, para conviver, para competir.

     E na maioria dos casos ainda têm que pagar para o fazer!
     Não com isto queira de maneira nenhuma tirar o mérito ao Rui ou a qualquer profissional de qualquer modalidade. Nada disso. Saber qual tem mais valor, se o atleta profissional ou o amador carolo*, seria o mesmo que perguntar quem surgiu primeiro, se o ovo ou a galinha.

    Pela fotografia em cenário tão "normal", até parece um amador carolo*.

      Mas para mim, os Atletas do Ano estão definidos. Eu sou um deles. O leitor e a leitora poderão colocar o nome nesta lista. Terei todo o orgulho!


  *amador carolo: criança, adolescente, adulto ou idoso que pratica\exerce qualquer modalidade desportiva por pura carolice

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Blame it on the Sun

 
  É imperativo voltar a treinar árduo. Mas não está fácil principalmente se esta constipação continuar a teimar permanecer em mim.
  Não é nada agradável fazer uma aula de cycling em carga com dificuldades respiratórias de tal forma que até apareceu a famosa dor de burro.
   Maldita ocasião para ficar meio doente.
    Será que faz chuva? Será que faz Sol? E o frio que se faz sentir vai mesmo cair que nem ginjas em outdoor.
    Faltam duas semanas e meia o que quer dizer que temos duas semanas para malhar algo assim do género (e isto serve para voltar a organizar-me):
    - quinta: futsal
    - sexta: cycling (1 aula)
    - sábado: teste 1 - minimo 100km estrada
    - domingo: btt
    - segunda: descanso
    - terça e quarta: cycling (2 horas seguidas\dia)
    - quinta: futsal
    - sexta: descanso
    - sábado: teste 2 - Sesimbra gpssbike 80km - clicar aqui para mais info
    - domingo: teste 3 - minimo 120 km estrada
    -segunda: descanso
     - terça: cycling (2 horas seguidas ou 1 aula se acusar cansaço)
     - quarta: cycling (1 aula)
     - quinta: futsal
     - sexta: descanso

    E depois é que são elas.
    O que me move?
   

    2011 - Cerca de....(mais que muitos). Muitos mais que no ano anterior. Impossível de contar. Saí pelas 7:30 e nas rectas desde Tróia à Comporta via na minha frente filas compactas de ciclistas que ainda de noite se fizeram à estrada. Nunca poderia alguma vez ter imaginado, há 20 anos atrás, no que o meu Tróia-Sagres se viria a tornar. Uma autentica e expontanea festa do ciclismo nacional na sua forma mais livre e descomprometida que nesta altura do ano preenche as estradas da costa para sul e que congrega gentes de todas as idades e classes sociais. Sem qualquer pretenciosismo, sem qualquer organização, sem qualquer cobertura mediática, sem qualquer ambição, com a harmonia de um caos organizado,  o Tróia-Sagres tornou-se a maior CLÁSSICA do ciclismo nacional. Orgulho-me de ter sido o embrião deste acontecimento e enquanto puder tudo farei para zelar pela sua continuidade com esta sua fórmula que sempre se baseou num passeio de amigos ao fim de semana. UM GRANDE OBRIGADO a todos os meus velhos e novos amigos.
Este ano tive a alegria de ter por companhia durante os priemiros 100 kms, a minha companheira de sempre, a Berta, de quem me despedi em Milfontes para fazer sózinho, os restantes kms até Sagres. Terminei exactamente ao sol-posto, missão cumprida.  Um abraço
Antonio malvar

   

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Treino duro

 Não sei desde à quanto tempo a esta parte que não estava quase uma semana sem postar qualquer coisinha.
 Pois tal façanha deveu-se a imperativo de força maior: uma semana inteirinha de treino no duro, todos os dias, de Sol a Sol.
  Ao bom estilo dos filmes de cacete dos anos 80 em que o herói da pelicula jurava vingança pela namorada violada, pelo irmão assassinado, pelo pai raptado ou qualquer outro argumento merdoso que pudesse levar a 90 minutos de pancada barata, não sem antes ter que treinar com o mestre dos mestres que se retirou para um recondito canto do planeta, utilizando métodos e teorias artesanais e ancestrais, só elas capazes de levar ao expoente máximo alcançável só por um ou dois seres humanos e que no fim de tudo até supera o próprio mestre.
  Algo assim do género:

  

  Ora também eu parti em busca do Santo Graal dos treinos. Só que o meu "filme" não andou para a frente em tranches de flash-forwards nem tinha uma musiquinha ranhosa como banda sonora. Não. O meu dia de treino era exactamente um dia. Mas a minha banda sonora ao menos era muito melhor.
   Uma sova bem levada no corpinho todo menos no espirito. Varejar é arte antiga e diz que faz um gajo ficar mais teso.
   Veremos isso nos próximos dias quando os treinos voltarem ao usual. Há é que carregar outra vez. O Tróia Sagres está a chegar. Ou chamemos-lhe Tong Pô? Vamos a ver se isto vai lá...

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Duro de roer

E anda um gajo hoje em dia a ponderar se gasta mais uns trocos em tubless e mariquisses do género e depois toma lá morangos:

 não sei se este artista (que parece o Merckx) está a encher o pneu boca-a-boca, ou se de nervos resolveu descarregar à dentada na borracha. A segunda hipotese já me passou na cabeça bem recentemente. Já a primeira....





  A lição? nunca desistir. Desenrasca-te com o que tens à mão.... e à boca!

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

TransArrábida 2012

11\11\2012
Btt - Arrábida


   Tomei conhecimento do TransArrábida por convite de um amigo. Uma prova de btt que não é uma prova.    100 km em btt com um acumulado de 2.500 m aproximadamente, soava a areia demasiada para "o meu carrinho de mão" (substituido por "a minha camioneta"), principalmente nesta fase do ano.
  Contudo, o desafio de me fazer a tamanha proeza já pairava na estupidez que reside na minha cabeça faz tempo, e juntando o facto verificar que um pequeno grupo de marmanjos juntara-se para organizar uma prova de btt que não é uma prova, a custo zero (??) levou-me à loucura de colocar um "sim, eu vou participar".
   E isto nunca mais saiu da minha cabeça. Tinha coisa de duas semanas para acelerar e melhorar a condição física, sabendo logo à partida que o acto era descabido e talvez mesmo suicida. Mas que raio, haveria de me esforçar enquanto forças houvessem.
   À medida que passava mais um dia mais empenho colocava sobre mim. Cada sofrimento nas aulas de spinnig, cada esforço na estrada, cada exercicio era alimentado a determinação.
   O dia 11 aproximava-se e quanto mais próximo estava mais praticava outro tipo de exercicio: o mental. As dúvidas, incertezas, receios, fobias gritavam mais alto do que qualquer grito de dor muscular após um esforço intenso. Logo era necessário controlo, foco e concentração.
  Fui buscá-lo uma vez mais ao mesmo alimento: a determinação.
 
   Confesso que a esta parte não me reconhecia. Eu que nunca fui dado a tais determinações. Sempre fui mais do fazer por fazer com prazer. Mas tinha que experimentar e pôr-me à prova e completar 100 era tudo o quanto almejava.

   Às vezes penso qual o motivo para traçar estes objectivos e de onde eles provêm. Pouco importa.



 
   Hoje, sentado em frente ao computador sinto as pernas. Sinto-as porque doem. Para ser sincero nem doem tanto quanto julgara. Nem ontem, nem hoje. As subidas foram variadas e brutas. Nas descidas incluiram-se alguns troços que nunca imaginei ver esta rapaziada a fazer e daí se calhar as quedas que vi. E os furos que senti. Dois mais um mal remendado. Muito tempo perdido com o frio a começar a fazer-se sentir e a frustração com ele a medir forças para ver qual de ambos mais estorvava. Um furo tolera-se. Dois é demais. Três é.... Bem, valeu pelo apoio dos companheiros de aventura.
   Contudo pelo avançar da hora ficaram 10 km aprox por realizar, o que não me permite dizer "missão cumprida", mas não foi por falta de forças, foi por falta de tempo.
    Saboreio hoje o doce sabor do orgulho naquilo que fiz. E saboreio mais do que tudo o sabor de querer fazer mais.

 Pelo caminho apanhámos este marciano. Ah não, esperem: é o prof Helder!
(curiosidade 1: o aspecto fresquinho que tinhamos e até parecia que estavamos de saida para o saturday night, principalmente o turtle com o seu pólo de marca
curiosidade 2: o pratinho vazio ostentado tipo mendigo como quem dizia "ponham lá qualquer coisinha no prato").



    Para que se dispõe uma pessoa a esforços desmesurados, tareias sem fim (quando penso em ultra-maratonistas, ciclistas, atletas de ski de fundo, e muitos mais),tentar perceber por que raio um ser-humano ser dá a tamanhos sofrimentos. Não vale a pena tentar.
   Mas vale a pena tentar!

    Agradecimentos especiais:
     - ao professor de cycling Helder Soares cujas aulas puxaram e puxam sempre mais de mim;
     - a ele e a turle por juntos embarcarem nesta aventura;
     - aos que não partem mas que estão sempre à chegada de braços abertos à nossa espera;
     - aos organizadores que dispenderam do seu tempo e trabalho (que não foi pouco) tão somente pela humanidade de partilharem com muitos o prazer de pedalar em btt. Não são muitos o que o fazem por nada. Um conceito que deveria ser estendido a outras paragens e a outras circunstâncias da vida. Têm a minha consideração e os meus parabéns.
   
   A volta no garmin com falhas em alguns troços pelo habitual esquecimento causado pelo liga-desliga está aqui.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Novo look

 Cara lavadinha.
 Um pequeno lifting ou qualquer outra dessas atrocidades que as almas penadas fazem aos seus corpetes.

  Mais agradável ou não?

domingo, 4 de novembro de 2012

Meta 100

  À parte do título (garantidamente influencia profissional), sai uma bela manhã.

  Os 100 km da Transarrábida aproximam-se rapidamente. O pseudotreino tem sido árduo. Digo pseudo pois dado ter começado tão em cima da hora, acredito que terá efeitos meramente psicológicos. Seja como for, tem-se malhado a bom malhar sendo a maior parte do treino indoor.
  Com efeito, as condições climatéricas não têm deixado espaço para grandes alternativas e por isso ontem convidei mais alguns amigos e fizemos uma das mais violentas aulas de cycling de sempre, de tal ordem que quase perdi o apetite para o almoço, imagine-se. Foram duas horas bem sofridas. A rapaziada parece ter gostado e diz de fonte segura in loco que o ritmo positivo ecoou até o balneário feminino onde se cantavam musica aqui musica ali.

   Hoje as nuvens deram uma pequena trégua e mesmo um pouco mais tarde não resisti em fazer uma pequena saida. Ou assim pensara eu já que pequena acabou por não ser.

   De Lau, Lagameças, Faralhão, Aguas de Moura.... o maior supermercado do país ao ar livre. Fruta da época, batata nova, cebolas, vinho e no fim tudo o que um mercado pode oferecer.
    A pedalada saía vagarosa mas sem grande dificuldade. Aliás, as pernas faziam mesmo o trabalho todo ao que apenas limitava-me a contemplar a paisagem, sentir os seus aromas e a arrumar pensamentos.
   A manhã escura bem tipica da estação do ano, pintada de tonalidades escuras, cinza escuro das nuvens do céu, verde escuro da vegetação, castanho escuro das videiras, convidavam a ficar em casa. No mp3, ao invés das habituais playlists, debitava a estação de rádio Amália. Ele era fado atrás de fado e de repente senti-me como se estivesse numa cozinha antiga, de uma casa antiga, de uma senhora antiga, com um rádio do tempo em que não existia televisão ligado em cima do frigorifico branco e redondo, cheirando a azulejos e tachos de barro pendurados em prateleiras feitas de tábuas de madeira,e ao sabão azul que transpirava dos panos e toalhas aos quadrados que ondulavam ao sabor do vento pendurados num estendal junto ao tanque de lavar roupa.
   Tal como eu disse: as pernas faziam o trabalho todo.
   Que bela manhã para pedalar.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Odor

  Já andava para falar disto faz tempo mas vou-me esquecendo.
  E de repente ontem (quarta) lembrei-me de novo forçadamente.


  O odor é algo incontornável no ser humano. Seja em todas as coisas, seja mesmo em si próprio. O odor humano é mesmo uma coisa por demais. Ele é cheiros por todos os lados, dos mais diferenciados conforme a parte do corpo.
  Também há humanos (e veja-se que até parece que falo como se não pertencesse à espécie) que têm um odor mais intenso que outros.
   Quando transportamos tudo isto para o campo da transpiração a coisa piora, ou em circunstância altera-se par pior.
   Quando transportamos isto para o campo da transpiração numa sala fechada a efectuar exercicio fisico com vários outros corpos de transpiração, a coisas piora... e muito.
   Curiosidade nº 1: o parceiro do meu lado, um homem já na casa do quase idoso, tinha um cheiro a chocolate derretido rançoso misturado com leite pasteurizado semi-azedo.
   Curiosidade nº 2: o meu próprio odor. Comecei por sentir o meu desodorizante, depois seguiu-se um aroma mais para o lado da normal transpiração, seguidamente passou a cheirar mesmo a cavalo, e no final ja em recuperação completamente ensopado, cheirava-me a marisco.
   Curiosidade nº 3: à noite em casa depois da deita era mais "ódor" nas pernas que não me deixa dormir...


    Hoje pedalou-se à do btt: 35 km com desnivel acumulado de 800m. A malta anda preguiçosa. Ai anda anda...