quarta-feira, 30 de julho de 2014

O mau vs O mau

 Em primeiro lugar uma pequena nota:
 O que faz o jornalismo por este mundo fora? A resposta é fácil: desinforma. O jornalismo deveria ser um trabalho de investigação, relato, debate, examinador e questionador. Não o é de todo. Porquê? Porque é comandado e gerido por outros interesses com um unico objectivo de moldar a opinião pública. No que resulta disto? Asneiras.
  Às vezes dou por mim a ouvir as pessoas a falar e é como se estivesse a ouvir as noticias de um qualquer canal (que raramente vejo porque são tão maus os ditos telejornais...).

  Agora está lançado o horripilante carros contra bicicletas. Era mesmo disto que faltava na estrada. Esta pressão nos ombros de cada condutor automóvel ou ciclista vai aumentar a tensão sobre quem é o dono da estrada, quem afinal tem mais direitos que o outro e por aí em diante.
   Os acidentes vão aumentar. Aquelas tipicas arruaceiras de estrada também. A diferença é que os automobilistas agora jogarão do mesmo lado contra os ciclistas e vice-versa.

   Santa ignorância. Era tão fácil pegar neste novo tema que são as bicicletas e fazê-lo intercalar na estrada em sã convivencia com todos os que as utilizam, mas tinham que vir os incendiários provocar o arraial.
 
    E depois como o povão não gosta naaaada de tomar partidos, lá vamos avançar para braços de ferro. As consequências virão do alcatrão. Espero que o menos grave possivel. Tenham juizo.

domingo, 20 de julho de 2014

Desistência

 Assim se sente apenas um pequeno sabor daquilo que é um abandono de uma prova. Imagine-se um Froome, um Contador ou outro que colocam um ano inteiro de preparação em determinado evento e depois numa questão de segundos, ou de detalhe, de uma avaria, de uma lesão, de uma queda, ficam forçados ao abandono da prova. Os momentos seguintes são devastadores.

  Bem não foi concretamente a mesma coisa mas o amargo de boca de não completar um desafio que se quer tanto fazer, de uma preparação mai ou meno que se fez, de uma viagem de 300 km para cima + 300 km para baixo, de uma toda logistica, do até dinheiro que se dispende e no fim, chapéu.

   Acordámos de manhã cedo. Pouco passava das 6h da manhã. Higiene matinal e tudo ali bem ao meu lado no minusculo quarto alugado a poucos km de distância da meta. O dorsal e as burocracias de última hora foram tratadas na véspera logo à chegada a Seia, a roupinha a utilizar, a comida, os apetrechos electronicos, o kit reparações.
   Onde está a serra? Da pequena janela da casa-de-banho apenas se via o seu inicio. Toda a restante paisagem acima estava encoberta por um grande manto cinzento. As condições climatéricas não pareciam assim grande coisa.
   Umas garfadas na massa e siga para o ponto de partida. Grande aglomerado. Pouco mais de 800 participantes ou pouco menos. Muita ansiedade. As dúvidas do momento eram somente sobre a roupinha a usar. Para já calor. Tira o base layer. Vou só de casaco.
  Aparece o rui. Avaria mecânica sem possibilidades de reparação. Um ficava já ali e nem começava a prova.
   Partida. 8:00h em ponto. Começa a chover. Pelotão arranca desalvorado. Antes de sair de Seia já parava para vestir a peça de roupa que tirara.
   Siga para a frente que o carro-vassoura já vem a empurrar. Para Cicloturismo estamos com muita pressa não?? embora compreenda que as estradas estão cortadas para que todos saiam em segurança,não gostei da atitude.
 Aqui e ali mais uns quantos atrasados vão chegando. Rola-se a grande velocidade até começar a primeira das muitas grandes subidas.
   Chove agora copiosamente. À medida que subimos, o corpo vai ensopando. Não há paisagem. Tudo à volta é cinzento.
   A subida continua. A chuva ora abranda ora aperta. As condições são muito más.
  Aos poucos vamos encontrando ciclistas que vêm na direcção contrária. Abandonam logo ali. Dizem que assim não dá.
   Uma hora depois de termos começado a subir e não consigo aquecer. Vai começar a descida. Estou gelado. Sinto aguá por todo o lado do meu corpo mas é no tronco que mais sofro. A descer vai ser horrivel e horas disto até que abra (as previsões indicavam 11:30h da manhã).
   Para mim acabou. Não estou equipado nem preparado nem habituado, nem disponibilizado para este duelo. A tirada só por si já seria um Golias dificil de derrubar. Não necessito do seu exercito a ajudar.
   1 minuto parado e estou enregelado. O turtle vem a sentir efeitos mais tarde ja a meio da descida.
   Não consigo controlar o tremer das pernas. O lábio superior deixa de funcionar e ao falar parecia um "xopinha de maxa". Só 15 km mais abaixo recupero.
    Mais tarde já a almoçar a meio caminho da Torre (que belo almoço) chegaram noticias da "frente". Prova cancelada. Ninguém mais segue. Não há condições.
   Tantos dias com calor, tantos dias assim assim e logo neste tinha que vir esta frente fria..
 
   Hoje saí para uma pequena volta. Foi à bruta. Foi de raiva.
    Novo desafio marcado para dentro de 2 semanas.


   p.s. Não deixa de ser curiosa a cultura ciclistica do norte do país em comparação com o sul. No restaurante após alomoçarmos, ficámos a ver o Tour que estava a dar na Tv. Cá por baixo nunca o vi em qualquer televisão. Pode ter sido somente uma coincidência também.

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Estrela

  Quinta-feira.
   Treino na terça e mais um ligeiramente mais suave na quarta-feira de 1 hora ambos e loja fechada. Bem sei que deveria rolar de véspera mas é impossivel.
    Ciclista pronto como está, falta a restante logistica. Aquela preocupação de não esquecer nada nunca falha.
    De resto está aí a foto de família com o aglomerado, ao que falta juntar uma banana e uma bela "sande de parsunte", o meu segredo!



O tempo parece que vai trazer um fresquinho e uns aguaceiros, estes nada recomendáveis para as descidas. Há que redobrar cuidados.

http://freemeteo.com.pt/tempo/serra-da-estrela/previsao-Diaria/dia2/?gid=2739807&language=portuguese&country=portugal



domingo, 13 de julho de 2014

Tudo a postos?

 E pronto.
 Tudo a postos. Tudo tudo?

 A uma semana do maior desafio fisico de sempre a que me destino, caio na real. Será uma tirada sobrenatura para o que estou moldado. Mas o desafio da superação move montanhas. Neste caso terá de me fazer mover pela montanha.

   Hoje foi dia de teste final. Só ontem fui à oficina buscar a bicicleta e por isso não pude comparecer no btt que mais me apetecia. É assim. Obrigações.
   Bicicleta afinada, travões novos, luvas novas (boas por sinal), óculo novo (já testado na semana anterior, bons bons), um novo hidratante para substituir o Isostar que me faz azia de estomago. Só fica a dúvida mesmo sobre o ciclista. Vai aguentar o esforço? o calor? o joelho?
  A cada dia que passa, mais incertezas que se vão aglomerando. Não quero nem penso muito nelas mas de quando em vez lá aparecem a zombar a cabeça.

  Afinal é exactamente na cabeça de onde tem de vir a maior força do atleta. Uma superação que vem numa altura mesmo mesmo... complicada.

  Alez alez.

quarta-feira, 2 de julho de 2014

Back to business

 Ainda a sentir-me um trapo, lá me forcei a subir a uma fixa no ginásio.
 A vontade confesso que não era muita, nenhuma quase, mas retratei-me nas palavras dos ciclistas que tantas vezes oiço, sobre os sacrificios dos treinos, à chuva, ao sol, ao frio, ao calor, doentes!
Malhei e malhei a pensar que nessa dura profissão não há outra forma de estar, de ser.
 Não sabem as pessoas o que sofrem esses profissionais.  Não sabem mesmo.Nem eu sei. Só imagino. Só tenho pequenas amostras de quando em vez.
 O ciclismo profissional é de facto um desporto de exigência atroz. Há outros sim, é óbvio. Mas apenas alguns poucos se lhe equiparam.

   Afinal até me começou a saber bem, mas se muitas vezes se diz que a cabeça é que manda, ontem o corpo não queria mesmo responder.

   Agora é continuar a insistir e as palavras de ordem passam por ter juizo. Preciso ter juizo. Faltam poucos dias. Já nada há a ganhar. Já pouca forma, resistência, potência irei ganhar. Não posso cansar o corpo. Tentar estar activo sem fatiga.
   Não é fácil pois a cabeça está sempre a quebrar essa lógica e a única lógica que me vem à cabeça é que vai ser dificil, vai ser duro, vai doer, vai ser penoso, vai ser feito devagar, mas vai ser feito!