sábado, 19 de dezembro de 2015

Troia-Sagres, a ressaca

 Normalmente após uma grande estopada como o Tróia-Sagres, a sensação de dever cumprido, o cansaço e o desgaste\fadiga natural de quem se mete nestas andanças, causam uma ressaca que por vezes é dificil de digerir.
  O sentimento habitual é o da falta de vontade para voltar a assentar o pedaço de carne mole no selim. Uma ou duas semanas podem ser as necessárias até querer-se carregar novamente na talega e pedalar toda a manhã.

   No meu caso, desta vez, a ressaca durou apenas o resto do dia.
   No domingo ao acordar, estava fresquifofo, e cheio de ganas. Na segunda a mesmissima coisa, terça idem e por aí fora.
 
   Em suma, esta ida a Sagres não me desgastou, se bem que tenha acabado de lingua de fora.
   Apenas e só fazer cuidados com umas mazelas e siga para a estrada que a semana foi feita de três treinos curtos.

 

domingo, 13 de dezembro de 2015

Tróia - Sagres 2015

 Ao iniciar estas linhas, estou na dúvida se opto por descrever o dia por um estilo mais evolvente e romântico ou se meramente desportivo.
 A melhor maneira é deixar fluir.

 E porque o começo é sempre no principio, nada melhor do que as palavras de quem "começou" este movimento. Sim porque o Tróia-Sagres já só pode ser considerado assim mesmo: um movimento!
 Então diz Malvar:

  “Nunca tinha visto uma coisa assim”... “ultrapassou em muito os 5.000” participantes"....

  E no sábado começou às 4:45h da manhã quando depois de pouco mais de um par de horas dormidas o despertador tocou.
  Perto das 06:00h da manhã, ainda noite cerrada, dá para começar a sentir o pulsar de tudo o que este dia significa.
  Não há taças nem troféus. Não há linha de partida, nem tiro de partida, nem partida.
  O barco apita. Está cheio. Carros, autocarros, carrinhas, ciclistas por todo o lado. O Ferry não leva nem mais um capacete. Alguns já não cabem. Têm que esperar o próximo. Por um par de luvas esquecido (já abandonando o meu veiculo de apoio) falho o embarque.
  Fico dentro do carro uma hora à espera da próxima embarcação.
  A zona de acesso ao próximo Ferry volta a encher. É a segunda leva para os que partem de Setúbal. Muitos são os que se juntam do lado de lá.

   Dentro do barco, acotovelam-se conversas para amenizar o frio. Não que a manhã esteja propriamente invernosa. Nada disso. Em Dezembro seria impossivel pedir melhor. Se calhar, o frio é do nervosismo ou da excitação, ou de ambos.
  Dentro do carro vou observando enquanto mastigo um reforço do pequeno-almoço. Consigo ouvir os mais exuberantes. Consigo ouvir os mais apreensivos que nada dizem e pensam na sua sorte para as próximas horas.
   O desembarque faz-se rápido. As bermas da estrada estão cheias. Não há meio metro vago. Ciclistas e mais ciclistas trocam o transporte motorizado pelo seu veiculo a pedal. Parecem caracóis a sair para a estrada numa manhã fresca de orvalho na Primavera. Milhares!

   Já não é noite. Gosto de partir de noite. Mas quem vem no segundo barco já não vê quão bonita fica a peninsula iluminada a pequenas luzes encarnadas intermitentes e intermináveis até perder de vista. é uma visão que se dilui quando apenas e só o Sol decide raiar por cima dos campos de arroz da Comporta e reflectir o seu esplendor nas poucas nuvens lá no alto.
  Na agitação dos que vêm e dos que já lá vão, formam-se grupos. Enxames enormes rumam para o Sul. Pelo meio vão indo lentamente viaturas de apoio. A imagem é a de uma corrente sanguinea com todos os seu elementos. É sangue que corre não nas veias, mas pelas vias que vão dar até Sagres.

   As conversa vão-se silenciando. O som mudo dos carretos é tão belo e agradável quanto a surdez que tudo em redor não se escuta. Nada se escuta. Nada se ouve.
 
   Não é uma corrida.
   O sentimento que se sente é dificil de se fazer sentir para quem não participe. É uma comunhão. É um ideal, uma forma de estar. Não se olha para o lado a ver quem é o mais forte, quem dá mais, quem desiste. Sozinho no seu mundo ou em partilha, são glóbulos brancos, vermelhos, plaquetas sanguineas que seguem todas na mesma direcção, pela mesma artéria. Não competem, não se olham, seguem apenas como que movidas e orientadas por uma forma maior, externa, que os comanda dando-lhes liberdade de seguir...

   A cada povoado, assomam as suas gentes à principal via para verem passar este movimento. Poderão ficar nisto o dia todo. Batem palmas, incentivam. Alguns não compreendem e não conseguem disfarçar a incógnitiva inquietude que lhes salta dos olhos e dos corpos imóveis nas bermas da estrada. Parecem sinais de trânsito.
   O movimento continua. Não dá tréguas. Não pára nunca. Os cafés de beira de estrada enchem com a mesma velocidade que esvaziam. Vezes sem conta. Poderá ser o melhor dia de negócio do ano. Afinal "os mais de 5.000" (nas contas de Malvar) sempre comem e bebem.

   Aos poucos e poucos o objectivo, aquele destino bem para lá do imaginável de muitos que há horas atrás encetaram tamanha odisseia, vai-se aproximando. Sagres já não é uma miragem.
  As forças vão faltando. É visivel nos rostos mais sofriveis. O destino reservou mais uma adenda. O vento. Tamanha profecia que lançou caravelas por terras D´além mar, trás no seu sopro a vontade de provocar o ultimo sopro sofrego de quem já naufragou antes de aqui chegar.
  Cansados mas casmurros, ou fortes e vigorosos, nenhum destes marinheiros deixa-se mais incomodar. É mais depressa ou mais devagar. Ninguém vai parar. Agora já ninguém vai parar.
 
   Lá ao fundo os telhados amontoam-se e por detrás o mar! São os últimos momentos. O brilho nos olhos de quem está para acabar ofusca tudo em redor. Agora é acabar.

    “Pelotões e pelotões de ciclistas, alguns maiores do que o da Volta a Portugal”

    
    No fim ninguém chegou primeiro, ninguém chegou em último. Leva-nos apenas a pensar quantos ficaram com o sonho por realizar, com que sofrimento, com que dor.
    Que leva tantos bem ou mal preparados a tamanha epopeia? com que sacrificio? Mas depois de tudo terminar, precisamente no minuto seguinte, nada disso se sente.
   Abraçam-se amigos que se vêm todos os dias. Abraçam-se amigos que não são de abraçar. Abraçam-se amigos que há anos não trocavam um abraçar. Abraçam-se amigos que não são amigos que deram um um abraço de abraçar.
   O abraço ao terminar é o maior de todos os sentimentos.  É senti-lo e ao fundo ver o rochedo que entra pelo mar. É tão forte como ele, capaz de aguentar o mar sem tréguas dia após dia fustigar, castigar, rebentar, sem nunca o rochedo derrubar. O abraço ao terminar é o maior de todos os sentimentos. É a fortaleza em cima do rochedo. É Sagres. É o Tróia-Sagres
   Um O Tróia-Sagres é um fenómeno sem igual. Não há evento maior. Sem palavras, somente sensorial.





Dedicado a todos os que em determinado momento, sentiram aquele sofrimento que só sente quem sofre mas que acima de tudo, são recompensados pela felicidade de ter sofrido!



domingo, 6 de dezembro de 2015

A conter forças

  A contar os dias, a conter as forças.
  É mais ou menos assim que se vão vivendo estes dias de quem tenciona participar no Tróia-Sagres.
  Não, ainda não é hoje que venho declamar uma poesia descritiva deste dia em que gentes de toda a parte rumam a terras que sabem a férias.
 
   Não é que treine expecificamente para o evento, mas também não se pode deixar de fazer uma preparação, principalmente que diga respeito ao descanso que a antecede. Aliás como ainda recentemente disse:

   "uma coisa que aprendi com o Troia-Sagres:
não guardes para o Troia-Sagres aquilo que podes pedalar no fim-de-semana antes. Imagina que chove no dia da prova e depois nem pedalaste num dia nem noutro!"

   Vai daí ontem a volta foi mais curta e mais suave, sem esticões, somente a rolar. Mas não foi fácil controlar aquele impeto que de quando em vez aparecia e queria arruinar a táctica e as conversas do grupo, um trio animado.
    Hoje fico a ver por entre o nevoeiro e a próxima semana é feita de volta curta no feriado e aula curta na 5ª feira.

     

domingo, 29 de novembro de 2015

10ª Maratona BTT - Por Terras Montado - Portel (Évora)

 29 de Novembro de 2015
Btt

   Já ia tendo saudades de BTT. E já ia tendo saudades de uma prova de BTT.
   Depois de algumas semanas à procura, surgiu esta. O "mercado" das maratonas de BTT anda em crise, infelizmente.
   De resto é o costume: toda a logistica que começa no dia anterior (fora obviamente a verificação técnica à Mérida), deixa-me logo aquele sabor doce, doce. Depos chega o dia, a viagem, o pulsar do ambiente na localidade, a incógnita do traçado e o btt puro.

   Hoje foi assim





FICHA MARATONA
(1 mt mau a 6 excelente)
NOME: 10ª MARATONA POR TERRAS MONTADO
LOCALIDADE: PORTEL (Evora)
CONTACTO: http://www.terrasdomontado.com/
DATA 29\11\2015
PRÉ-PROVA
DIVULGAÇÃO INFORMAÇÃO: 3,5
METODO INSCRIÇÃO: 6
PREÇO: 4
DISPONIBILIDADE ORGANIZAÇÃO: 6
OUTROS:
total: 4,875
PROVA
ESTACIONAMENTO: 6
SECRETARIADO: 6
CUMPRIMENTO HORÁRIOS: 6
DISPONIBILIDADE ORGANIZAÇÃO 6
PERCURSO DIFICULDADE TECNICA R\A 3\3 5
DIFICULDADE FISICA R\A 4\3,3 5
INTERESSE percurso 4
PC E PA 6
MARCAÇOES\OUTROS 4
BALNEÁRIOS: CELERIDADE: 6
INSTALAÇÕES: 6
ALMOÇO: VARIEDADE: 5
CELERIDADE: 4
INSTALAÇÕES: 5
INFO LOCALIZAÇÃO ESTRUTURAS: 4
BRINDES OFERTA: 4
total: 5,20
PÓS PROVA
DIVULGAÇÃO INFO: CLASSIFICAÇÕES 6
FOTOGRAFIAS
OUTROS
total: 6
AVALIAÇÃO GLOBAL 5,36

Inscrito à última da hora e já fora do prazo, aceitaram sem problemas e foram rápidos a responder. No dia comprei senha almoço também sem problemas.
Prova mais dificil que o esperado. Os momentos electrizantes de planos rápidos, foi substituido ao fim por umas paredes de inclinação acentuada entre 15 e 25% que não previ.
O percurso tipicamente alentejano, já bem conhecido, sem muito mais para oferecer. Subida a vários topos (Antenas e afins) deu para apreciar toda a evonlvencia.
 Tudo bem organizado, desde o estacionamento, ao secretariado (cheguei em cima da hora e ja nao havia filas), wc e pequeno-almoço, almoço e banhos, tudo no mesmo sitio. Impecavel.
 Aspectos menos positivos foi: 1- alguma falta de marcações mais para o fim e como nao foi divulgado track gps, obrigou a um pouco de concentração. Nada de grave; 2 - o almoço, bom e farto em entradas, bom no prato servido, foi tipo casamento. Mesas redondas, toalha branca de pano e empregados a servir. Um luxo. Contudo, a espera foi um pouco prolongada mas no final ja de barriguinha cheia, isso passou.
 Aspecto esse sim negativo, um Pa (posto de abastecimento) e logo a seguir uma parede para escalar de elevada intensidade e cumprimento. Não é correcto.
  Com um grau de exigencia fisica (66,5km com 1.250 altimetria) em parte por culpa própria pois nao estava à espera de tanto (vi mal a info).
   A repetir.


  E os dados detalhados aqui:
  

domingo, 22 de novembro de 2015

abort, abort, abort

 Depois de uma semana de bootcamp mas pouco trabalhada, sem companhia para sair para a estrada mas a agradecer não estar o vento que anunciaram, sai com o pensamento de me fazer à serra, seguir ao Espichel e regressar pelo mesmo caminho.

 Um mal estar de barriga e a frescura da manhã fizeram-me abortar a primeira passagem no alto. Ficava para o regresso.
  A roupinha escolhida não podia ter sido a mais apropriada: um baselayer dos bons, jersey e calção sem stresses de maior mas confesso que declaro aberta a época dos covershoes e pantufa lá por casa.

   Com o vento a bater mais forte foi altura de rolar até ao Espichel, meia volta e regressar. O ritmo estava bom e a tirar todo o prazer desta bela manhã, mas com o vento a fazer-se sentir e depois de uma semana sem "pedalagem", abortava novamente ir à serra. Mas se assim foi, nada de facilitismos e tá a trabalhar até Palmela via Quinta do Anjo.
  As pernas começaram a acusar mas mais força isso me deu para as contrariar.

  


  Tá tudo feito, tá tudo dito.

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Setúbal e Desporto em 2016?


 A cidade de Setúbal recebeu o titulo para Cidade Europeia do Desporto.
 Sinceramente não sei de onde tal veio. Não sei quais os critérios para o efeito, nem a relação benefícios versus prejuízos que tal venha a acarretar.
  À parte as condições geográficas fantásticas (ainda no tópico anterior referi a quantidade de desportos que vi a serem praticados numa só manhã, em ar, terra e mar), não vejo em Setúbal o que vou vendo por outras localidades.



  Setúbal, uma cidade linda como muitos dizem, e aí tenho que discordar de todo, a cidade não é linda, é hurbanamente mal conseguida, desordenada, suja, degradada, de costas viradas para o rio e para a serra, envolvida em problemas sociais como o desemprego e bairros sociais que albergam muita pobreza. Baixa da cidade abandonada, monumentos degradados, espólio cultural perdido\mal recuperado.
   Foi vitima anos a fio de um único interesse económico: o betão. Foram décadas de descuido a ignorar o que uma população necessita e deseja. E nisso, também vitimado o desporto. Nos últimos anos houve um esforço em mudar. Houve finalmente o surgimento de algumas infra-estruturas importantes para o desporto: a construção das piscinas, da pista de atletismo, a recuperação de alguns espaços desportivos nas Escolas (pavilhões e recintos adjacentes).
  Mas terá sido o suficiente? Terá sido o mais adequado?
   Certo é que com grande caturrice da comunidade, pequenos núcleos de colectividades, clubes ou simples associações desportivas têm sobrevivido e prestado a sua cota-parte de serviço ao dispor da comunidade.
  Mas o maior exemplo para as questões anteriores são só grupos de gente que corre ao ar livre quase diariamente, os grupos de pessoas de todas as idades que se reúne duas ou três vezes por semana e corre na principal artéria da cidade, os grupos de pessoas que fazem caminhada na cidade ou na serra, os grupos de ciclistas que ao fim-de-semana têm o expoente máximo de concentração inundando as zonas limitrofes do distrito, o sem-numero de pessoas que faz btt na serra, os grupos de pessoas que fazem canoagem no rio, vela de quando em vez, kite-surf para os lados de Tróia, parapente no alto da Arrábida, os pequenos grupos de escalada nas fendas da serra, etc, etc, etc.
  E que infra-estruturas se vêm criadas para este enooooorme grupo de gentes que faz do ar livre o seu espaço, o seu local de pratica desportiva? zero ou quase nada.
   Vai daí esperemos que esta nomeação agora adquirida traga uma mais-valência nesse âmbito e sejam criadas condições de apoio a toda a população que simplesmente queira disfrutar do melhor que a cidade tem. Sim essa cidade feia que à pouco falava mas que é linda linda na geografia em que se insere: situada na foz do Sado, com o seu estuário e a serra ao lado a contemplá-lo, com a Tróia na outra margem e toda a sua língua, mas mesmo esse ínfimo diamante já mais que delapidado, essa pequena lasca, está mal-tratada e desesperadamente a necessitar de atenção. As pedreiras, as lixeiras, os entulhos, as indústrias estão a dar-lhe uma morte lenta mas cujas feridas são já bem evidentes à superficie e qualquer dia acaba, como a linda cidade que Setúbal já foi e agora não o é mais.

   Por isso tudo fico surpreendido como foi atribuído este titulo. Mas se foi, que sirva para algo e que esse algo não seja mais betão. As pessoas estão na rua, as pessoas querem estar na rua, porque gostam, porque sabe bem, porque a rua é um espaço ao ar-livre, saudável, agradável e dá tudo o que é preciso para a pratica desportiva. Só é preciso dar um pequeno apoio. Como? em quê? é mesmo preciso dizer? não, não é. É só olhar em redor. Ver onde a população passeia os seus músculos e será facilmente perceptivel o que faz falta. Mas por favor não venham anedóticamente com ciclofaixas (um dia deixo aqui uma fotografia deste péssimo tema).

   Fico à espera de ver este 2016...

domingo, 15 de novembro de 2015

meu querido mês de Novembro

 E como vai a vidinha?
 Tudo dentro da normalidade.

 Ontem foi dia de mais um "passeio" para um novo projecto que está na forja e em ultimar de pormenores

  Hoje fui trabalhar:

  95km
2x Arrabida
1.500m acumulado
3:40h
arranque forte e uma espécie de ataque final desde o Portinho até casa, depois de estar quase a morrer lá no alto.
Foi ao lume: uma sandocha de chocolate e manteiga de amendoim, uma banana, um punhado de nozes, 750+200 ml agua, 500 ml bebida caseira com cafeina, limão mel e sal.

  Muita gente na rua: muitos ciclistas (nao me recordo de tantos assim num domingo), muitas caminhadas, escuteiros, malta do para-pente, canoagem, padling, eu sei lá que mais. E muitos motards a quebrar o silêncio serra acima, serra abaixo uns atrás dos outros.
  Depois para lá das 11:30h da manhã comecei a ficar sozinho. Ou melhor, o povo abandonou-me mas deixou-me uma dor de pernas.
   A alimentação deixou algo a desejar. Tenho que comer mais.
   E mais? mais nada. 4 ou 5 dias de bootcamp na próxima semana!

sábado, 7 de novembro de 2015

Big group

 E se tudo o vento levou, tudo o astro maior trouxe.
 Grande grupo hoje para um pedaling solarengo já a dar direito a bronze à ciclista...novamente. Isto em Novembro.
  Volta bastante agradável, com alguns momentos mais fortes outros mais relaxados, muita conversa pelo meio.
  A respiração, nariz e garganta, não ajudaram em nada.
 
  Bela manhã.

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

E a escrita o tempo levou

 Uma vez mais venho lamuriar o quanto os ultimos tempos têm sido ocupados. Os treinos semanais têm sido redobrados mas chegaram ao fim e volta-se agora à normalidade, ja que as férias do outro instrutor findaram; um novo projecto que está em curso também tem consumido algum do tempo livre, e ainda vai consumir mais um pouco; na presente semana nada como uma meia-constipação atacada logo à nascença para evitar males maiores.
  Enfim, um sem numero de desculpas que normalmente fazem o blog pagar a conta.
  Mas de hoje não podia passar e tinha que vir aqui deixar uma nota importantíssima.
  Antes disso, e porque a curiosidade é aquela bicha maluca que assola dentro de cada um, pergunta-se o que é esse novo projecto. Bem, revelo só um bocadinho: não, não revelo. Adianto só que tem a ver com bicicletas, obviamente.

  Passando ao busílis da coisa.
  Por mais que uma vez falei disto. Em conversas de café, de pedalada, se calhar até mesmo aqui no blog.
  E vai daí, vai uma pessoa a Santarem ver bicicletas e dá de caras com isto:

 


Quem se lembra desta reliquia?? a geringonça ainda no seu estado original pertencia a um programa de tv do tempo em que só existia RTP. Não me recordo muito bem de qual o programa. Se do que acompanhava a Volta a Portugal na altura ou outro qualquer.
Sei sim que ainda mal sem saber a paixão que tinha em mim por bicicleta, desejava experimentar esta aventura, e ficava literalmente vidrado no programa à espera do momento em que este passatempo vinha à baila.
  Cada bicicleta, cada cor. Cada bicicleta, cada ponteiro de igual cor no painel que faz cenário de fundo.
  Objectivo? quatro marmanjos a competirem, pedalando cada um na sua Orbita para fazer o ponteiro avançar o mais rápido que o dos adversários. Ponteiros esses moviam-se lentamente pelo que era mesmo necessário dar ali muito ao cabedal.
   Hoje há os Tacx e afins. Antigamente havia isto. E quem diria: era da Órbita!!

   Lindo! O quanto eu gostava de ter isto na garagem para a malta treinar.

domingo, 25 de outubro de 2015

A fundo e a solo

 Finalmente de regresso ao asfalto (e mesmo assim a coisa ainda teve para não acontecer)

 Os mais recentes impedimentos? a metereologia. Há quem pedale à chuva e não se importe, há quem pedale à chuva e faça disso um grande feito, há quem não se atreva a apanhar um salpico que seja, há os que se protegem se começa a chover, há de tudo e que se respeite as suas designações.

 

A manhã nem prometia nem deixava de prometer, ou mais adequado que nunca, nem chove nem faz chover.
  Sai sem hesitar. A vontade já era tanta acumulada em mim que não dava mais para aguentar e nem o cansaço acumulado de uma semana intensa levou a melhor.



  E quem diria? a manhã estava tão bonita. Sim, porque nem só de manhãs solarentas se faz a beleza. Um céu riscado a tons de cinza, uma autêntica aguarela, a temperatura não podia ser melhor, a atmosfera, meu Deus, que respirável, que pura como se tivesse toda ela sido filtrada e oxigenada de uma só vez, aromas doces e intensos vindos das terras cultivadas e da Arrábida semi-molhada. As cores da paisagem acentuadas, reforçadas pela àgua das últimas chuvas. Um esplendor.

  E eu? fiz-me à nacional a caminho de Azeitão sem saber bem por onde ir. Logo ali as pernas diziam que hoje não era para grandes cavalgadas. Enquanto decidia entre uma volta suave de duas horas ou forçar para ver se as dores das pernas passavam e ficar a manhã toda nisto, chegou o Alto das Necessidades.
  Hora da primeira esfrega: vamos lá aquecer isto então. E depois foi sempre assim.
  O resto da manhã, naquilo que foram 3 deliciosas horas, foi sempre nesta toada: ah vamos lá ver este pedaço agora: agora só até além, agora continuando a forçar até ao cruzamento de nao sei quê; agora que é a rolar, é a dar gás até à curva coise, etc, etc.
  E assim se foi passando o tempo. A cabeça cheia de vontade queria sempre mais. O corpo ia reagindo afirmativamente.
  Ao chegar perto de casa vi as horas. Ainda é cedo. Vou só subir Palmela e depois volto para trás. Mas em Palmela.... vou só descer à Qta Anjo e volto para trás.... E na Qta Anjo... já que estou aqui agora vou até aos semáforos de Brejos e viro para o Alto das Necessidades...antes apareceu um novo amigo que quis ajuda na fuga... já que ele apareceu, lá fomos a puxar....no cruzamento vira-se ao alto e no alto.... já que estou aqui vou pela adega...e...e... que subida esta. Uma rampa de 16 a 18%????. Quase rebentei o motor.
  Já não houve grandes forças para fazer o regresso pela N10 a dar mesmo a fundo, mas ainda assim saiu qualquer coisinha.

  Ah e entao quanto tempo, qual a média e bla bla bla: houve mais um PR que foi tudo a puro prazer!
  Os dados no Garmin aqui

  Que bela manhã esta a fundo e a solo.

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

A mania das grandezas

 É assim este país.
 Não se faz nada, faz-se algo remendado e mal engendrado, ou então faz-se logo o que seja o melhor do Mundo ou o maior do Mundo.
  Algo de errado nesta última opção? Não, claro que não desde que fosse algo ajustado à realidade do país, e que a implementar justificasse o investimento.
  Isto acontece em algumas áreas de desenvolvimento do país mas a que me trás a este tema é obviamente a do mobilidade sustentada, vulgo sistemas de aluguer ou disponibilização de velocipedes sem motor auxiliar à população\utentes.
   Até aqui também nada de errado. Investir nesta vertente é imperioso. Dinamizar a utilização da bicicleta, mobilizar a população para esse transporte, incentivá-la, publicitar e disponibilizar meios para esse efeito. Tudo muito bonito, tudo certo.
   Então mas afinal qual é o problema?
   É que na realidade do nosso país, aquele país que sofre a bronquite asmática do automóvel em que o automóvel é tudo acima de tudo, em cima de tudo, por cima de tudo, de repente ver-se gastar "não se sabe quanto" naquilo que será o sistema de bike share eléctrico mais avançado do mundo (sim leu bem, do mundo) é assim qualquer coisa de inexplicável.
   Ter o maior do mundo é que é! Depois logo se vê se é utilizado ou não, se o custo justifica ou se havia solução mais económica e\ou rentável, se ficará ao abandono a degradar-se ou a ser pilhado e levado para sucatas por quem anda na vida do gamanço do ferro, assim como aconteceu, só para me lembrar de repente, com alguns dos postos de abastecimento de veiculos automóveis eléctricos implementados em algumas cidades e que ficaram esquecidos no imaginário de quem os autorizou...
   
    Meus senhores isto é dar pérolas a porcos.
    Não sou contra, antes totalmente a favor de todo o incentivo. Mas num país como o nosso, será por aí que se deve começar??? Não me parece.

   Lagoa vai ter o bike share eléctrico mais avançado do mundo. Oslo proíbe carros no centro da cidade.

   Na mesma frase juntei dois cabeçalhos noticiosos que vieram a público quase no mesmo dia. Tirem as vossas conclusões.
    A minha? uma casa não se constrói pelo telhado.

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

semana agitada

 Tem semanas em que tudo se junta.
 Parece que o Mundo esteve de férias e voltou para fazer numa semana, aquilo que não foi feito em meses.
  No ginásio acumularam-se bi-treinos. Continua tudo somente a nivel de bicicleta. O ombro a cargo de acumpunctura, não deixa espaço a outros exercícios.
  Terça dose dupla, quarta, quinta dose dupla outra vez e ainda hoje.
   Confesso algum cansaço.
   Pior ainda é não saber mesmo em que pé se está. Este fim-de-semana vai fazer três de uma vez que não há lugar a out-door.
   O primeiro por serviço ao Duratrail, ficou queimado, o segundo pela chuva e este próximo deve ser o mesmo.
   Depois de uma semana inteirinha de Sol, também aqui o Mundo ficou à espera do sábado e domingo para me lixar.
   É um pouco frustrante? é!
   Não é que não se possa pedalar à chuva. Mas chuva e vento forte, hmmm. É demasiado desgaste para um amador amador.

   Entretanto depois das home-made barras energéticas (2ª edição), esta semana foi vez para uma bebida hidratante caseira. Energética? talvez não tanto, mas garantidamente mais hidratante que somente àgua porque em duas horas de treino e na quantidade de transpiração que se vai, sinto necessidade de algo mais.
   E pareceu-me ter funcionado mas também pode ter sido o efeito placebo-psicológico. É experimentar na próxima semana e logo se vê. O sabor não ficou mal.

   Fim de papo.

 

terça-feira, 13 de outubro de 2015

Agora algo diferente - música

 Já os tinha visto faz pouco mais ou pouco menos que 6 anos.
 Na altura trouxeram um grupo mais composto e um reportório variado entre o mais antigo e o mais recente. Num registo mais contido, deram um bom espectáculo.

 Passado este tempo todo, à uns 6 meses atrás (se calhar mais) desafiaram-me para os ir ver outra vez. Pensei umas quantas vezes antes de responder. Afinal já tinha visto, não me fazia muito sentido, mas, afinal é uma banda que gosto mesmo e até raramente vou a um concerto. Porque não? Vamos lá então.

  Mentalizei-me para mais um concerto ao vivo entre temas novos, menos novos e assim assim. Sentado e de copo na mão, este era o melhor serão de domingo. Domingo? sentado? isto ja parece coisa de velho Goulbenkien ou CCB. Longe vão os tempos dos pulos no meio da multidão em frente ao palco...
  Para ouvir um puro som de uma grande banda, não é preciso outro registo. Se for para ouvir novos temas, mais atento se está dessa forma.
  Mentalizado então que estava, fiz outra mentalização que tinha a ver com o público. Encher o Meo Arena não seria certamente um cenário a vislumbrar. Não estávamos portanto a falar de Tonis Cárreiras.
  Fui esgotando a caixa dos rebuçados de mental_izações e quantos mais "comia" mais erros cometia.

   Os homens fizeram-se esperar. A hora marcada já lá ia. Mas isso deu para fazer perceber que a Arena encheu (poucos lugares na bancada e mal um espaço em pé por preencher). Quem diria. Afinal havia muita gente com gosto para este registo menos mediático.

    Chegou o momento. Parcos em palavras, atiraram-se para o palco, pegaram em fúria nos instrumentos e na voz e esgalharam, esgalharam, esgalharam, e depois esgalharam. Estavam loucos, possuidos, alterados. Tudo no bom sentido.
    Fizeram arranjos musicais com solos infindáveis. Crescendos e mais crescendos com intervalos viciantes. Uma montanha-russa de alucinar. Todos os instrumentos equiparados, todos os membros da banda equiparados. Agora para o vilino, agora para o baixo, agora para a bateria, agora para a guitarra, agora para os sopros, agora os outros outra vez, agora todos juntos. E depois a voz. A voz. O vozeirão. A cereja no topo do bolo, ou o bolo todo cheio de cerejas. Sim mais isso. Cerejas por todo o lado num bolo maravilhoso, uma autêntica overdose degustativa musical.
   Em extase. E desengano-me eu que esperaria novas musicas. Os homens foram a todas. A tudo aquilo que se queria ouvir e mais ainda.
   Por esta altura já niguém me aguentava sentado na bancada. Virei um balde de cerveja que bem podia ser de outra coisa qualquer que nem notava. Todo eu estava em euforias de nunca imaginar. Que loucura.
   O público esse, incansável. A banda? uma entrega que jamais poderia imaginar.
   E tocaram e tocaram e tocaram. Um intervalo para "drink some beer or to do whatever you do..." nas palavras do também não menos extasiado senhor. Todos eles.
   Voltaram. A mesma força ou mais ainda. E nunca o cansaço os invadiu. nunca desanimaram. Nunca esmoreceram. Tocaram com tal entrega e tamanha vivacidade. Tocaram até empenar os instrumentos, até os derreter ante tamanha vontade.
    Era para começar às oito da noite. Começou um pouco para lá disso. Acabou às 00:30h.
    Senhoras e senhores, eis uma banda que veio com vontade de fecundar os nossos ouvidos tantas vezes quantas as necessárias para termos um orgasmo pela alma.
   Senhoras e senhores, Dave Matheus Band!!



   Um dos concertos da minha vida!

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Do outro lado das barricadas - O Duratrail III

  Foi no sábado passado. Mudando de lado, do lado dos que participam para o lado dos que ajudam quem participa. Assim o é todos os anos na prova do trail do Proaventuras (mas a bicicleta foi comigo, neste caso a que está habituada a estas paragens de serra e arredores)
  No domingo veio a chuva e não deu para sair. Ficou a vontade, muita vontade.

  Quando se pensa numa prova, pensa-se em participar nela. Quando se participa, apenas queremos que tudo vá de encontro às melhores expectativas e mais além.
Milhares são os que participam. Poucos são os que organizam. Mais raros ainda os que fazem e zelam para que nada falhe, para que o conforto de quem está a participar seja o maior possivel. Essas pessoas passaram meses, semanas, dias inteiros e noites em claro para que assim fosse. Com muita caturrisse, muita dedicação, muito amor à causa e mais do que tudo muita vontade em agradar.
Reunir as autorizações necessárias oficiais, pensar no melhor traçado, as melhores marcações, a alimentação, o apoio, a partida e a chegada, tudo ao pormenor e ao pormaior, ao detalhe, ao infimo detalhe, até ao último detalhe.
Mas haverão sempre coisas que falham pois a perfeição é inimiga da evolução.
Certo é que as que falharam desta vez, não falharão na próxima.
Há provas e provas e depois há o Dural Trail da Organização do Proaventuras.

http://duratrail.proaventuras.com/

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

O Sagan que há em nós

 A época deste menino tem nos Mundiais o final feliz. Escreve-se uma saga(n) à moda de Hollywood que desperta em todos nós mistério, suspense, fantasia e alegria.
  Sagan só por si já é um personagem. Representa tudo o que um adulto guarda de criança em si, e quando já perdeu a criança que há em si, está sempre à espera de a ver renascer em um qualquer outro adulto e de preferência numa cerimónia solene.
  E é por isto que Sagan só por si já é uma personagem. É que mesmo que não ganhasse nada, mesmo que não ficasse nos 100 primeiros, já toda a gente espera espectáculo vindo de Sagan. Todo o mundo ciclistico fica sempre na expectativa para ver qual é a "patifaria" que vai fazer.
 Da mesma maneira quando perde, da mesma maneira quando ganha. Sagan parece que faz tudo a brincar.
  Mas de facto não brinca no que faz. Fá-lo é com uma satisfação e alegrias tão grandes que mesmo quando chega a hora da pedalada mais dura, mais dolorosa, parece que está com aquela cara de malandro de puto traquinas que vai fazer uma maldade.
  Por tudo o mais sempre disse que no dia em que o deixassem não ser um sprinter, seria dos ciclistas mais completos do Mundo. Disse-o à dois anos atrás.
  Esta temporada, Sagan foi muito mais que qualquer vencedor de uma grande Volta. Quem no seu juizo perfeito trabalha para o seu lider e ainda anda jornadas as fio atrás de uma vitória. E quem consegue faze-lo jornadas a fio perto de vencer? E quem o viu quase sozinho a temporada toda como ciclista de segundo plano ou pior, como musico de uma banda mas sem a banda a ter de tocar instrumentos sozinho?
   E ainda criticavam este miudo dos segundos lugares. Ignorantes!

  A melhor maneira de descrever Sagan, se mo perguntassem, seria que ainda a 1 km da meta, o miudo já estaria a pensar em como iria comemorar. Disto não tenho dúvidas.
  Jamais seria capaz de imaginar é que no seu inglês limitado\pedreiro, sem saber por onde ia, sem ter ensaiado como um badameco politico qualquer que mesmo em discurso lê o seu papelinho, mesmo sendo essa a sua especialidade e a sua profissão, Sagan está 5 segundos a falar da sua vitória e salta para o problema da imigração que assola a Europa. De uma forma ingénua, honesta, sincera, verdadeira, expontanea!!!
  Sagan fez de uma triste, feia, horrivel cidade (quantos milhões terá pago esta terra para receber estes Mundiais?), de uma das piores transmissões televisivas da modalidade, de um traçado aborrecido, dos americanos histéricos a gritar nas bermas da estrada a enervar tanto quanto as vuvuzelas do Mundial da bola de anos atrás, de um dia cinzento em que a chuva vinha mas não vinha, um lindo arco-iris gigante, enorme, brilhante, muito mais do que qualquer camisola que um campeão do mundo possa envergar.

   Viva Peter Sagan. Parabéns a Peter Sagan.

terça-feira, 22 de setembro de 2015

Pequena fábula

A fauna passeava-se pela rua. Nisto um bicho assoma-se e diz:
- epah estás tão magro!
ao que o outro prontamente responde:
- já viste algum ciclista gordo?

e fez-se silêncio.

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

estágio

 Tal como programado, lá foi a cena do estágio e tal (não é fácil começar e acabar uma fraze com "tal")

 Ainda na senda de treinos curtos, no sábado pus nos ouvidos duas das minhas aulas de cycling, o que foi sinónimo de malhar mais forte. Quase 2 horas a trabalhar bem. Muita vontade, já houve pernas, mas ainda curta duração, curta distância
 No domingo, apenas uma hora para apreciar a paisagem, sentir os ultimos calores do sol deste verão e relaxar as pernas.

  Ao invés do ah e tal fiz xxx km, média coise, acumulado de zzzzz, fica antes a pasta recovery...

 


E a meio da volta, numa pequena e maravilhosa terra no meio do nada, surge uma Praça de Touros. Ao ler os letreiros fiquei meio confuso...

Bilheteiras... Sol??? só depois de ler "sombra e camarotes" é que percebi.



Mas para que não houvessem dúvidas:

                                   ... é por aqui que entra o Sol!!!


 
 

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Soma e segue

 Bem, à porta do fim-de-semana para terminar a 2ª semana pós-férias.
 Confesso que a escrita para aqui trazida tinha por conceito ser algo diferente. De pouco ou quase nada de interesse podem ter estes posts do "treinei assim" e "fiz assado". Nem para mim quanto mais para quem vá passando os olhos nestas linhas.

  O mesmo a dizer sobre o ciclismo do Pro Tour, nacional e afins. Ele já há tanto blog de opinião nessa matéria (como também ja referi anteriormente) que não vejo a necessidade de eu ser mais um na maralha.

  Com tanta auto-exclusão quase começa a ficar dificil trazer temas à luz do blog, ou pelo menos temas sobre os quais me apeteça falar (isto entenda-se temas intimamente ligados com o descritivo deste espaço que pode ser consultado no sub-titulo que lhe dá nome).

  Mas parar de escrever não. Alguns intervalos por vezes mais longos, mas nunca parar. Não por obrigação, não. Muito por gosto, por vontade, quase por necessidade às vezes.

  Virão relatos das voltas sim, das provas sim, em suma, dos meus estados de espirito.

   Venha o fim-de-semana, venha o pedalar, este com estágio!! Às vezes quase que me sinto um profissional. Pelo menos a falar (escrever). Quase :-))

domingo, 13 de setembro de 2015

1ª Semana

Terça, quarta, quinta indoor
Sabado e domingo para a estrada.

 É o resumo mais sintectico possivel da ja passada primeira semana de regresso ao exercicio fisico. À grande disponibilidade mental contrapõe-se a física sendo perfeitamente notório que as três semanas de férias fizeram estragos.
 Um passo de cada vez e nunca esquecer que descansar também é preciso.

  Tenho aí uns dados do garmin, mas agora não me apetece ;-)

sábado, 12 de setembro de 2015

Fim do defeso

 Contratações? nada disso.

 As férias ja la vão. O corpo e a mente levaram um descanso total. Ainda assim de quando em vez à cabeça lá vinha aquele bichinho de pensar na bicicleta....(pelo novo acordo ortográfico deveria escrever-se bicileta???)

 De actividade desportiva, restringi-me a um par de jogos de raquetes de praia, uns toques na bola à beira d´agua e umas braçadas de mar.

 As férias sabem bem, mas confesso que já trazia inquietude, vontade de pedalar.
 O regresso vai-se fazendo moderadamente e com juizo.

  E a Vuelta na tv? que loucura. Enquanto uns e outros vão tentando desvalorizar esta prova (em comparação com as outras grandes voltas), eu continuo a achá-la ano após ano das mais espectaculares. Aqui é o fim de época para muitos. Não há mais nada a perder ou a guardar. É a loucura total. O Aru tem andado louco da vida, o Quintana ainda vai tentar, o Demoulim vai como se nao tivesse pedalado o ano inteiro, o Rodriguez vai bater em alguém se nao ganha algo, oo Valverde ajuda o colega mas quer uma etapa, etc etc. A loucura


   Agora, 1 hora de indorr e 1 hora outdoor.

   Este post como todos os outros são escritos pelo seu autor em total desacordo com o acordo ortográfico.

domingo, 23 de agosto de 2015

Fim de época

  Sim, a minha época termina aqui. Não em Dezembro no trinta e um. Termina aqui porque aqui são as férias e nesse periodo as actividades desportivas ficam normalmente arredadas do palco principal, à excepção de uns pequenos apontamentos de praia (uma corridinha, uns toques na bola, umas braçadas).
  É dar o descanso ao corpo que sabe bem e também revitaliza.
  Confesso que esta é talvez a primeira vez que vou mas com a vontade já de voltar, e vou sem aquela fadiga (a física) que normalmente abunda pelo corpo.

  Isso deve-se a quê? Hmmm, principalmente ao bom momento de forma que tenho atravessado nos ùltimos 2 a 3 meses e às combinações que pairam num cenário próximo para a próxima época. Tudo isto cria excitação e a cabeça não pára de funcionar de tal ordem que já ponderei levar a bicicleta comigo. Mas não pode ser. Melhor, não deve ser.
  E se ontem ainda houve lugar a uma pedalada (já após uma semana de interregno) com a malta e que soube muito bem (uma volta de pouco mais de duas horas para rolar), hoje já me "obriguei" a não sair novamente. Mas o corpo parece que pede, que quer mais..

   Bom, altura para um balanço(zinho) do ano desportivo que agora termina:
 
   O inicio doloroso
   Lembro-me bem. A forma custou a vir. As férias devem ter sido muito boas. Trabalhei a custo no primeiro mês (eu que gosto de fazer estas coisas por prazer...). Depois ainda apareceu uma constipação que prejudicou o ganho de forma, mas após essa tempestade veio a vontade em redobro.

   O regresso a provas de BTT
   Um ano e meio depois regresso a maratonas de BTT. No ano que agora finda desejava ter feito mais do que fiz, mas como houve provas de estrada também, no total não foram muitas mas foram as possiveis.
   Maratona Obitos 60km BTT
   Maratona St André 80km BTT
   Audace Constancia 120km Ciclismo
   Maratona Beja 75km BTT
   Classica Beira Baixa (Idanha) 120km Ciclismo
   Cinco provas portanto, digamos que é uma a cada mês impar.

   Mais ciclismo, menos All Mountain
   Foi o ano em que me vi cada vez a fazer mais estrada e menos All Mountain. O btt com o gang nesta vertente começou a ser secundário sem quase me aperceber. Primeiro por ao sábado ficar demasiado cansado e depois no domingo já nao conseguir sair, depois por me estar a saber melhor o ciclismo, depois por me sentir cada vez mais distante do AM, não descurando os grandes singles, trilhos, adrenalina e demais que estará sempre cá. Pode ser uma fase.

  O que faltou fazer?
  Não posso negar que muita coisa que andava na forja ficou por fazer e deixa algum amargo de boca. Das mais relevantes, o mitico Troia-Sagres (metereologia pouco favorável), a Serra da Estrela (repetindo o ano anterior mas não houve agenda), 4 Castelos (um projecto local que falhei já nem sei bem porquê), Granfondo (um qualquer, simplesmente não entraram na agenda apesar da cabeça pensar neles), Setubal-Alentejo que à ultima da hora ficou na...cama.

   Em resumo
   Foi um dos melhores anos em todas as componentes. Apesar de falhar alguns pontos, foi um ano em que o prazer de pedalar subiu para um nivel estratosférico (quando se pensa que não se pode gostar mais.....). A condição fisica demorou a vir mas depois veio e soube geri-la para ficar durante vários meses que me fez sentir sempre muito bem e a cada saida com vontade de pedalar mais e mais.
   Foi também um ano marcado por quase ausencia total de lesões, o que é sempre muito importante. Duas constipações, uma dor aqui e ali pouco expressiva, a pior agora mais significativa a fechar, com este ombro que não me dá tréguas.
  Foi ano também de pagar em esforço. Lembro-me do estoiro na Classica de Idanha onde passei mesmo um mau bocado, e a manhã me que dei 4 voltas à Arrabida que fiz sem sacrificio mas no final o corpo teve uma reacção ou outra.
  Para além das provas, houve ainda uma saida ou duas para o Alentejo e o finalmente pedalar em Sintra (ciclismo).
   Um ano muito muito positivo.

  E para o ano?
  Nestas coisas não gosto de fazer grandes premonições, não vá a coisa azarar mas para além do habitual Troia-Sagres e maratonas, está na forja uma saida para mais longe, para uma etapa à séria. Mas mais próximo se verá.
  O mais importante é voltar a fazer as coisas com juizo, de forma saudavel em boa forma e acima de tudo com a maior das satisfações.

 

sábado, 15 de agosto de 2015

Recta Final

  Curiosidade: de quando em vez, às quintas-feiras, tem este blog um fenómeno estranhíssimo. O número de visualizações dispara de tal ordem que a Nasa telefona-me sempre a oferecer ajuda não vá interferir o tráfego com os seus satélites.
  Não consigo perceber o seu porquê (do tráfego, não da oferta de ajuda da Nasa. Essa entendo e acho perfeitamente normal), mais a mais quando nem sequer publiquei qualquer novo artigo, e mesmo que o fizesse fosse lá ele atrair tamanhas audiências (modéstia).
 
   No momento em que escrevo esta nova "posta", aportuguesando" o termo "post" inglês ou "postar" estrangeirismo, é pleno sábado de manhã.
  Significa isso que ou estou a escrever enquanto pedalo (às vezes dava jeito e até já pensei no conceito gravador. Porque há coisas que me passam na cabeça somente em determinados momentos e depois não voltam mais e mais que partilhá-las também para mim poder recordá-las em qualquer outra ocasião), ou que não fui pedalar.
  A opção correcta é a segunda (e sim eu sei que estou a abusar nos parêntesis hoje e bem extensos por sinal) e o seu porquê é bastante fácil de explicar.

   Em plena recta final, entenda-se, com as férias mesmo já ali à espreita e que significarão neste como em todos os anos o descanso total, remetendo-se como únicas actividades físicas umas braçadas de mar e um ou dois pontapés de bola em pleno areal,  se a coisa devia ter começado a suavizar, ainda aumentou mais.



   Com o trabalho a apertar em dias de azáfama e desgaste, ainda calhou a tarefa adicional de dar uns cyclings dia sim dia sim, e ainda para terminar ao alto, na 5ª feira dose dupla à ultima da hora.
   É a recta final, o sprint, o dar tudo.... Hmmm, dar tudo talvez não. A recta final parece que ainda tem mais uma curva. Será? Apenas e só por esse motivo hoje optei por ficar a descansar. Se calhar não devia. Já disse anteriormente que não deixava para amanhã o que podia pedalar hoje. Mas este descanso pode ser precioso.

   Veremos.

domingo, 9 de agosto de 2015

P&F Challenge

 Sabado, 08 de Agosto
 Ciclismo P&F Challenge - Desafio no principio e no fim.

 Éramos 4, três a puxar para um lado e outro a puxar para todos os lados. A manhã ja se sabia de antemão, trazia este parceiro do contra: o vento.
 Por esse motivo a para fugir ao trânsito praiense, havia que ser criativos. Mas por muita criatividade que se tenha, é impossivel escapalhar-lhe e inventar mais do que o que já foi inventado.
  Ainda assim, com três cabeças a improvisar, têm saido voltas bastante interessantes. Esta manhã foi mais uma delas.

  A sair da cidade em direcção ao primeiro desafio logo ali ainda a abrir a pestana. Solitário de seu nome, feito e bem feito, e foi descer porque mais para cima só para Asa Delta.
  Num ritmo sempre consistente e porque o vento até nem dava para mais muitas das vezes, fomos rodando à vez, um trabalho bem feito e com estilo.
  Depois, anunciado bem ainda longe, o desafio final: subir ao Castelo de Palmela pelo cemitério (pelo lado do, entanda-se) vindos do Pinhal Novo, sendo anunciado logo ali também ataque a partir da rotunda da Mercedes.




  Que bela manhã de ciclismo. Não sei se é possivel gostar cada vez mais disto, mas gosto! Gosto mesmo muito!!

  Hoje foi ir a Lisboa ver o final da Volta, e a proxima semana são aulas\treino todos os dias.  Está quase, quase...

O Marquês também gosta de ciclismo

 Apenas uma pequena entrada ao que mais adiante descreverei...

 Porque o Marquês não é só futebol, porque esta multidão que hoje encheu as artérias principais por onde passou aquela que é uma das maiores evidências desportivas e culturais deste país, mitica, histórica, fantástica, transcendental.
Porque o país tem espaço para tudo, para todos, porque merecemos ter uma prova assim, porque o que vem à rua é festa, desportivismo, convivio, alegria, emoção. Uma cidade transformada em vida. Um ciclismo que corre as avenidas como sangue corre as veias e faz pulsar o coração, e vi, de miudos a graúdos, bébés em carrinho de mão, velhotes em cadeiras de empurrar, todos em grande comunhão a puxar, puxar, puxar por um pelotão, em unissono, um só pulsar de exultação.
Porque esta prova merecer viver!

domingo, 2 de agosto de 2015

Será?

 Ciclismo ontem e tal volta ca malta, quarteto maravilha, vento assim e assado, nem tanto calor, bom ritmo, bla bla bla, 130km e tá feito com algum cansaço.
 Hoje resolvi não sair. A época já vai longa e o ombro parecendo que não, deve ser fustigado nestas 4 horas em cima da bceclete.

   Vai daí fui ao café do bairro. O sossego enorme e uma fresquinha que corria pelas duas unicas mesas da esplanada convidaram-me a sentar.
  A movimentação na rua era de uma quase nulidade (tão bem que se está no sosseego) resumida a um automóvel que passou e um cão que veio mijar no mijado, nas esquinas de cada ombreira de um prédio circundante (haja quantos mijados houver, qualquer cão tem sempre mais uma pinga para deixar a sua marca ante a de outro compadre seu).

 Vai daí e irrompem 3 biciletas pelo passeio adentro, virando a esquina com fervor. Ao seu comando, três rapazolas cuja soma das idades ainda ficava a dever à minha.
  Ali estavam eles e suas montadas, cheios de pica, cheios de mocidade para usar o termo do antigamente. e cheios de sede também.
  A troco de uma nota rapidamente encheram os bidons (sim, esta malta não está para brincadeiras e as suas btt tinham tudo o que devem ter e um deles, equipado de tal maneira a rigor que a sua roupa e capacete "flourescentes" combinavam na perfeição com as cores da sua bicicleta).
  Observava-os enquanto depenicavam um pacote de mini-croissants que saltava de mão em mão como as pombinhas da Catrina, essa estrangeira entoada em música que nunca soubemos de que país veio, a Catrina, não a musica. E nisto de observar miudos vá lá ter cautelas não venha logo daí alguém dizer que é pedofilia ou rapto ou que demais porque no estado em que isto anda, nem sequer um aperto de mão te atrevas a dar a um puto.
  Mas dizia eu, observava-os até porque o cão fora embora, o matutino mais merdoso (termo mais brando que consegui arranjar) não me despertava qualquer curiosidade, os passarinhos não andavam pelo ar, as folhas não rebolavam pelo chão, ao que não me restava mesmo mais nada no meu campo de visão senão os putos, tinham as pernas depiladas.
  Meu Deus, que erro! eis como o serviço da moda, como as coisas do agora quase sem darmos por elas, levam-nos ao engano. Bicicletas+pernas sem pelo= depilação.
  Obviamente que não era aqui o caso. Mas a minha cabeça atirou-se logo para esse juizo de valor. Obviamente que os miudos não fizeram a depilação, mas sim a idade que ainda não lhes trazia o rebento dos pêlos pelos póros.
   Um pensamento seguinte ocorreu: na idade em que tinha a idade deles, quem não tinha pêlos tava tramado. Não era homem! era um copinho de leite, um menino da mamã. Fosse nas pernas, debaixo dos braços, no peito mas principalmente nos tomates, havia que ter pêlos para a afirmação no pleno de ser macho, de ser forte. Ai de quem não os tivesse. E assim viviam-se putos da rua a estimar aquele pelozinho que mal aparecia e não se queria perder. Fita-cola por cima dele no banho para não cair, pentear com pente de plástico (nada de pentes de ferro) para lhe dar vigor, usar a laca da mãe para ficar firme e não bambolear ao vento e cair, tudo valeria para não perder aquele rebento de macho, aquela medalha de honra cravada no corpo. Alguns mais extremistas talvez mesmo a usar a espingarda do playmobil a servir de estaca para o amparar....E depois vinha aquele primo parvo gordo e num acto de plena atrocidade, de um puxão arrancava-o com desdém e lá saía berreiro, não de dor mas de angustia do pequeno que ja queria ser homem e agora chorava por ter ficado sem o pêlo. Que bela contradição.
   Nunca liguei pêva a essas, lá está, mariquices mas havia uns pêlos que rezava para que NÂO me crescessem: os do bigode. Sim porque se todos os outros se queriam, ter penugem arriba do lábio superior já era sinónimo do maior gozo e rapidamente se ganharia um apelido de algum desenho animado da época ou figura popular. De fugir. O terror para qualquer um e até acredito que tenha havido quem tenha usado a gillette do pai ou a cera da mãe (talvez mesmo a pinça, uiii que dor só de pensar) tal alguns bustos avermelhados e cortados que apareceram no bando...

  Curioso como estamos nos principios dos anos 90, Pêlos sim s.f.f (mas os do bigode não). E hoje? e é esse o pensamento que me ocorreu seguinte: e como é hoje? rezam os putos para que não lhes apareçam pêlos? aparam, arrancam os que lhes aparecem? Como será? É que com as tendências que o papá e a mamã vivem, terão mudado os tramites de afirmação do jovem que já não quer ser visto por menino da mamã e ser um fortalhaço como os outros?
  Bem, certo é que os putos já não se dão em bandos de rua como naquela altura pelo que se calhar não é pelo pêlo que a coisa se faz, mas pelo calo que se tem nos dedos de dedilhar telemoveis, computadores e consolas:
  "mostra lá o teu calo, epah isso é mesmo maozinha de bébé", "vai lá colocar o creminho da tua mamã para teres mão suave", "olha olha o maozinhas de menina"

quinta-feira, 30 de julho de 2015

O Tour aos meus olhos

 Sim, que se esclareça antes de mais que é aos meus olhos, não vá a estupidez alheia começar a opinar as diarreias do costume só porque determinado blogger diz isto ou diz aquilo.

  O ciclismo desde o tempo em que o acompanho é daquelas modalidades que tem um tremendo encanto, beleza, fascinio tanto para mim, como para os ainda maiores entusiastas que o seguem com maior ou menor dedicação.
  E de entre tantos adjectivos, predicados e determinados aspectos, há um encanto que me encanta particularmente: os adeptos.
  Ao contrário de outras modalidades (pelo menos na sua maioria), o adepto de ciclismo não defende um clube, uma equipa. Não apoia um só ciclista e não vaia outros. Mas vamos por partes: quem é o adepto de ciclismo?
  É aquele senhor senior que em tempos também teve uma bicicleta de estrada e agora revê nos sonhos que os profissionais revelam ao mundo sonhando a realidade, é aquele pai que leva o filho a ver as bicicletas passar (a bicicleta que a seguir à bola ou equiparando à bola deve ser o objecto que mais encanta a pequenada desde tenra idade), é o homem de 40 ou 50 anos de idade que se lembra dos tempos em que via o seu avô participar na corrida da aldeia, que o levava pelos campos sentado no quadro da pasteleira, é a senhora senior que acompanha o marido, é a mãe que acompanha o filho, é a mulher que sempre gostou de bicicletas, são os grupos de jovens entusiastas pelo colorido, pelo desafio de também eles logo depois correrem entre si, são os putos atraidos pelo alarido, enfim, e por aí fora.
  São pacificos, são amistosos, são todos em harmonia partilhando as bermas das estradas, os sofás, as rádios.
  Todos apoiam todos os ciclistas que passam. Todos incentivam, gritam, oferecem bebidas, comida, quem sabe, tudo mais. Outros "apenas" aplaudem. Tudo numa comunhão.
  E esta comunhão acima de qualquer outro predicado é das coisas que mais me fascina no ciclismo.

  Mas aquilo que vi no Tour este ano deixou-me para lá de admirado, deixou-me abismado.
  O Froome vaiado. Vaiado vezes sem conta, dias seguidos, subidas intermináveis. Jogado de urina, cuspido, quase empurrado mas para fora da estrada, braços em manguitos, dedos feios esticados. Eu nem queria acreditar.
  E mais do que não acreditar, não conseguir perceber de onde veio tamanho ódio. É que veja-se nem se tratar de indiferença. Muito bem, poderia um ou outro fã mais acérrimo do(s) seu(s) predilecto(s), ficar indiferente e cruzar braços à passagem do Froome. Não! um auntentico descalabro de raiva  que se abateu sobre o pobre desgraçado. Porquê?
  Podem dizer alguns que tenham sido as noticias lançadas a publico de suspeitas de doping, de motores na bicicleta. Pode ser que toda a gente queria um enorme espectáculo apoteótico e o ciclista gorou-lhes as expectativas logo de cedo e não mais vacilou? Não faço ideia. Mas por este prisma o Contador seria odiado, o Armstrong vencendo o que venceu, seria assassinado, isto sem falar depois no escandalo, E depois analisados os numeros, diz quem o fez que nem sequer as pedaladas do homem da amarela foram mais fortes que as do, só por exemplo, Armstrong.
  E por falar em Armstrong, o que veio fazer ao Tour, desconhece-se. Se convidado como dizem, foi de muito mau gosto. Depois pior, ainda o foram entrevistar, e pior ainda o senhor ainda foi dar o seu bitaite sobre o tema doping. Isto é quase como dizer a um batoteiro das cartas que deixe de jogar mas pode ser ele a dar as cartas. Mas viram o publico correr na sua direcção, daquele que os enganou uma geração inteira? que no país França ganhou o evento, este mesmo, por 7 vezes, que atormentou, ameaçou, trespassou todos os que não estavam do seu lado ou a seu lado e que depois foi condenado e impugnado por tudo o que fez. Então este senhor aparece em pleno Tour e ninguem lhe estica um dedo que seja e o outro que ainda anda a pedalar, que nem acusado foi, apenas julgado suspeito saiba-se lá por que motivo for, é que é o odiado???

   É por demais evidente que o Mundo está a mudar. Muda para pior a cada dia. O Mundo é feito de pessoas e são as pessoas que fazem o Mundo, que estão a mudar cada dia para pior. Chegou ao ciclismo na sua pior vertente.

   O melhor que o Tour teve? foi o Froome ter ganho! e que essa gente ignorante se engasgue no seu próprio ódio, se retrate, agarre numa bicicleta e vá pedalar e que lhe faltem as forças, as mesmas que gastou a apupar quem se esforça, esforçou como os outros.
  Grande Froome, enorme!

sábado, 25 de julho de 2015

Classica SSP

 ciclismo

  Ele há dias de puro prazer. Hoje foi mais um deles.
  A volta previamente combinada era com uma chegada ao alto mas vai daí e já na zona de partida, em cima do joelho, alteraram-se os planos.
  Na companhia do Ferreira e do Viegas, arrancámos como habitualmente a pôr a conversa em dia, mas desta feita rumo à serra. Assim logo pela fresquinha o primeiro desafio era a subir, quando inicialmente era para ser o ultimo.
  De resto, numa toada mais calma mas com serra, foi uma volta com tudo de bom.
  Resumo:
  Uma etapa com tudo! a começar com montanha, depois rolar a rodar em colaboração de todos evitando-se os "bordéus" (houve quem olhasse de soslaio para umas profissionais de bordéus mas que agora trabalham outdoor), depois uma visita a uma capelinha onde alguém quis ficar a ver se dava para casamento, casamento que encontrámos a meio da subida mais épica, clássica, fantástica e colossal que já fiz cá na terra, metade pavê, metade coise (nao vou dizer, fica só para quem la foi), e a terminar com mais pave na subida até ao Castelo, mesmo até ao nó. Subir mais só se fosse para o 1º andar da Pousada mas não deixaram.
Que bela tirada
  

 Classica SPP: Setubal, Sesimbra, Palmela

domingo, 19 de julho de 2015

Não sejas ovelha...

... bebe B-Groselha.

  Assim dizia o anuncio. E com isto introduzo o pensamento do dia:

  Se uma (ou mais no caso de cada ovelha) rapariga, na condução do seu automóvel, passar por ti na tua bicicleta e mirar-te por mais de 3 segundos (o que ja seria um recorde do outro Mundo. Diz que 2 segundos é o máximo), não sejas ovelha, porque possivelmente o que se está a passar é:

  a) também é cicilista e não está a olhar para ti mas sim para a tua bicicleta;
  b) está a ver o quão ridicula é a figura que fazes com calções de lycra e um cogumelo na cabeça;
  c) a conjugação (combinação na gíria feminina) de cores horriveis que levas vestidas;
  d) que também se esqueceu de ir fazer a depilação - se tiveres pelos nas pernas
  e) que quem dera ja ter a depilação feita e estar agora a caminho da praia - se não tiveres pelos nas pernas;
  f) que não está a ver nada e olhar para ali é um mero fruto do acaso e coincidencia;
  g) que é um perigo "estas coisas fininhas" andarem na estrada;
  h) que "lá vão os homens e a sua interminável testosterona a quererem mostrar que são mais fortes que o do lado"
 

   Já viste o Brad Clooney em cima de alguma bicicleta??? então não sejas ovelha


descompressão - À procura da Jardia errada

 Depois do dia de ontem e novamente a solo, hoje havia que recuperar e nada melhor que uma volta perto de 2 horas somente para rolar, para esse efeito.
 Assim saindo uma hora mais tarde e sem destino, e sem vontade de improvisar (descompressão total) só podia dar mesmo asneira.

  Se ir é fácil, voltar sem querer ser pelo mesmo caminho ou pelos habituais, leva a cabeça a fazer asneira. Dei por mim pelos lados de Azeitão a seguir as placas que diziam Jardia.
  Isto deve ir dar a algum lado, pensava eu, se calhar lá para os lados do Pinhal Novo onde conheço uma Jardia (completamente alucinado este pensamento).
  Lá fui indo, indo por meio de um bairro de vivendas e tal, a achar a coisa cada vez mais estranha até que chego a um ponto em que o alcatrão acaba e só há terra batida para a esquerda e para a direita.
  Ao meu lado uma nova edificação ainda por terminar, pouco mais que 4 moradias geminadas, a ostentarem um enorme cartaz: JARDIA - Apartamentos!

  Fantástico.

  Experimentei uma das minhas barras caseiras. 5 estrelas no sabor e mastigação. Quanto ao aporte energético, a análise tem de ficar para outro dia porque hoje foi mesmo só "rólár"

sábado, 18 de julho de 2015

um passo adiante

  Ainda o pedal de hoje:

  Fiz uma volta com 2 sandes,uma banana e um bidon de iso-qualquer coisa contra dois de agua (sim, ingeri em liquidos 3x750ml, ou seja, pouco mais de dois litros). Nada de barras energéticas ou geis ou outros aportes, à parte do bidon iso-coiso (sais minerais e algo mais com este calor são indispensáveis).
  E por esta bitola tenho lutado evitar o sabe-se lá o quê que vem embalado embustado com que consequências para o corpo. Matar não mata, se calhar mal também não fazem, mas certamente que bem também não devem fazer (somando os açucares, grassas e principalmente os ingredientes cujos nomes nem sei pronunciar nem de que àrvore ou planta derivam).
  Guardarei essas "bombas" s.o.s. para provas ou momentos efectivamente delicados.
 
  Vai daí pus-me na cozinha a inventar qualquer coisinha que pudesse ir mais alem de sandes. Algo rico em ingredientes ricos em energia, mas com sabor.
   E surgiram estas barras de dois sabores distintos, quase quase naturais (faltou um bocadinho assim, mas será remediado da próxima, garanto).



A receita? top secret. De sabor estão óptimas agora é só testar na estrada!


  Algo que nunca pensara fazer na vida.

What´s cooking??


A cru sabem bem. Veremos....


20 min


Vendas Novas H.O.

 Sábado, 18 de Julho
 ciclismo

  Rais parta se eu ficava esta manhã em casa. Com vontade de sair desde domingo passado, não deixa de ser curioso que ao acordar não sentia aquela pica. Vontade sim, mas faltava aquela coisa.... bem, isso fica para explicar outro dia.

  Sai a solo e decidido a fazer uma boa volta (boa entenda-se minimo 4h) e esticar um bocado. Pouco depois de começar, vêm aquelas coisas, as dúvidas, as incertezas. São coisas que às vezes (muitas vezes) passam pela cabeça dos ciclistas.
  Às primeiras pedaladas colocava todo um mundo em questão: de onde veio este vento, isto assim vai custar, as pernas hoje não estão, o estomago está meio azuado, não sinto aquela energia das semanas anteriores, etc, etc. Um manancial de lamentações que até a mim próprio na altura estava a cansar.
  Tempo portanto para desligar aquele interruptor, o que faz a cabeça pensar demais ou pensar naquilo que não deve pensar. Enchia-a de "shup up legs" e de lembranças do seu autor. Forrei-me a vontade, a força e a pensar que quando quebrasse teria o bom remedio de me arrastar em sofrimento até casa, sem estar aqui a sofrer por antecipação.
  E se assim me fui convencendo (apesar de alguns ecos no fundo do cerebelo que para quem não sabe é uma coisa que fica por debaixo do cabelo mas um pouco mais ao fundo).
 
   Uma bela manhã a solo

  

   Continuo com muito boas sensações  mas hoje que forcei, forcei com o vento a atrapalhar, não foi tarefa fácil.
   Gosto particularmente do ponto 1 (30,1) que é para nao ser 29,9 ou 30 à rasquinha.


quarta-feira, 15 de julho de 2015

Quando for grande...

 Nunca soube, não me lembra, não tenho presente. À excepção daquela fantasia de um dia ser jogador de futebol, e nem essa na tenrinha idade, não tenho por memória de qualquer relato sobre a profissão que desejaria ter.
  A minha querida mãe por vezes alvitra umas quantas proliferações, mas ainda assim não fazem soar sinos que acordem desejos da pequenez.
  Não, definitivamente que não.

   E mesmo anos foram passando e a indefinição manteve-se bem instalada, sentada de poltrona, ofuscando qualquer orientação profissional que pudesse desejar ser, ter.
  Nos anos mais recentes, algumas coisas foram clarificando, mais principalmente ao que não gostaria de ser, e não só também o conformismo de não ter esse rumo (tantas vezes observado em amigos, companheiros, figuras publicas, entre outros, quase chegando a não compreender como não sentir o mesmo, essa aptidão e paixão para a profissão da vida), acabou por nunca me atrapalhar dia após dia.

  O que queres ser quando fores grande? o que dizias que querias ser quando fosses grande? o que gostavas de ser agora em grande?
  Sei lá, quem quer saber? para quê?
 
  Hoje mais importante de saber o que quero ser, é saber o que sou e o que sou, sinto-o em cada milimetro do meu corpo, da minha mente e com todo o meu coração.
  A minha profissão?? o que é que isso tem a ver??

Em homenagem ao Rui Costa e a todos ciclistas, desportistas, pessoas em geral que em determinado dia tenham aquele malfadado dia.

domingo, 12 de julho de 2015

com e sem eles

 No sábado não pude sair :-(  A vontade era mais que muita mas outros imperativos se levantaram. Sem problema.
 No domingo, a coisa estava aqui acumulada e tive que ir soltá-la.
 Pela manhãzinha esperavam-me o Joao moido de ontem e o Helio regressado de outros tempos.
 Demos uma volta, conversa em dia, pedalada aqui e ali. O João ficou em casa cedo e o Helio para lá foi pouco depois.
 Eu resolvi continuar. Ainda era cedo, ainda estava cheio dela, a manhã estava optima não fosse o filho da p$#%&#" do vento que quando vinha de frente dava-me que fazer.

  Depois de passar pelas brigadas todas da GNR que estiveram na rua, voltei para casa. Sempre a dar, sempre a dar.
  Não sei o que me andam a pôr na àgua, mas ando cá com umas ganas...

quarta-feira, 8 de julho de 2015

ao blog semanal

 Nem só de fim-de-semana vive este blog. Mas nos ultimos tempos até tem sido assim.
 O tempo, lá está aquela velha máxima dos tempos modernos (velha porque é a desculpa de toda a gente para tudo o que se tenha por necessidade desculpar), não tem permitido?
  Pois efectivamente não tem abonado a favor. Mas se o tempo é o mesmo, 24 horas diárias, e se deixa de haver tempo, então é porque o tempo está a ser utilizado em outros gastos que em tempos não o gastavam. Xii, que converseta.

   Bem, a fisioterapia tem levado uma boa fatia dele mas a coisa vai melhorando e a asa está quase fina;
  O preparo de umas playlist´s para o cycling\spinning também consome, consome;
  Depois ele há mais uma ou outra coisita menor.
  Tudo somado dá-se a falta de tempo e o blog é logo dos primeiros a pagar. Não que mereça, não. Mas as semanas iam passando e eu a prometer a mim próprio dar-lhe esta atenção semanal.
  Hoje cá estou.

   O Tour segue ao rubro e confesso que engulo as minhas palavras quando dizia que a primeira semana era para encher xórisses e que deveriam colocar os olhos no Giro para ver como se fazem 3 semanas de luta pura e dura. Com sorte ou sem ela, vá de lá a opinião de cada um, com a colaboração dos infortunios e acontecimentos vários, esta primeira semana tem sido electrizante e monotonia nem sombras.
  Mas não é do Tour que venho (pelo menos hoje) para aqui escrever. Já há tanto blog de opinião e informação da matéria que não vale a pena ser mais um na molhada.

   Assim como assim, já nem é preciso escrever sobre mais nada. Já leva o seu tamanhinho e nao vá querer-se aborrecer a leitura.
   Por mim, ainda que a largar aqui alguma palha, já fica meio dever cumprido. Sim que isto de escrever só por escrever é coisa de jornalista de edição diária, e não trás emoção.

   Ah mas o tempo....

domingo, 5 de julho de 2015

Sintra + dia seguinte

 Sábado

  Depois de algumas tentativas, chegou finalmente o dia de rumar até Sintra para pedalar em terra alheia.

  Bem recebidos pela hospitalidade e simpatia local, fomos brindados por um belo traçado que incluiu passagem pelos lugares mais emblemáticos da zona assim como os menos conhecidos mas tão ou mais agradáveis.
  Boas subidas, boas descidas, ritmo tranquilo. Conversa aqui, conversa ali, de tudo um pouco vem à baila mas foi o tema dos enlatados que mais alguma excitação criou no quinteto, mas é na pessoa do mestre Viegas que o assunto das "conservas" mais ganha expressão, perto de 3 horas mais propriamente "conservando".
  Ja de regresso em plena marginal Cascais\Estoril\Carcavelos a ver as praias da zona e a pensar que nunca nos meus mais expontaneos ou profundos pensamentos me ocorrera pedalar em tal sitio.



  A rapaziada queria regressar cedo e por isso cedo se começou para cedo acabar. A alvorada perto das 5:30 da manhã começou a fazer moça lá para as duas da tarde.
  A repetir um dia!


 Domingo

   Por falta de alongar na véspera (que erro) os músculos "agarraram" e quando o despertador tocou, a primeira reacção foi de cansaço.
   Entre uma colherada de cereais com yogurte via o vento chicotear lá fora e a segunda reacção do dia foi pensar em não sair.
    Mas vai daí e porque não estava cá para mariquisses sai e:
     esqueci-me das luvas
     - então só tens a ganhar: mais leve e arejado vais;
     está vento
     - então pedala com mais força. Só tens a ganhar;
      tenho que estar cedo em casa
     - então pedala mais depressa
      isto de pedalar a solo agora até parece aborrecido
      - então pedala com mais vigor para te entreteres

    Os ares de Sintra devem-me ter feito bem....

    

   * volta desenhada meio ao calhas à medida que avançava no terreno.