domingo, 31 de maio de 2015

I Classica da Beira Baixa (Idanha a Nova)

  30\05\2015
  ciclismo

  Partira de véspera ao fim da tarde, depois de uma semana de trabalho e treinos minimamente geridos para evitar fadigas.
  Na bagagem levava vontade de pedalar numa zona bonita e fazer uma prova ao estilo de uma clássica (nao se chamasse ela Classica e tudo), com boas subidas, com segmentos em pavê, levava também massa para o jantar e o hotel reservado no Gimnodesportivo da terra, na circunstância Idanha-a-Nova.

  Já cheguei tarde e no hotel apenas outro hospede, coincidentemente oriundo de Sesimbra. Dois dedos de conversa sobre a casualidade coincidente e horas de caminha.

 não se via vivalma...

...mas na hora de apagar a luz e bater a foto artística, apanhei ali qualquer coisa...



  Nisto vem mais tarde ainda mais uns dois ou três companheiros que não privaram pelo silêncio, tanto na chegada, como de manhã na partida com alvorada bem ruidosa como se estivessem sozinhos às 06h da manhã. A eles fica desde já o meu e do companheiro de Sesimbra, os agradecimentos pelas poucas raras horas de sono que tivemos.


Eis uma foto ao longe do meu "quarto", um cantinho junto à tabela de basket (por ocasiões de outra prova já dormira antes neste hotel, mas no quarto baliza, do lado oposto).
Ficam os agradecimentos À Organização por disponibilizarem local de pernoita.


    Tudo pronto para a partida com a presença do presidente da FPC e grande ex-ciclista Delmino Pereira.


    Arranque rápido com tudo a jogar-se à morte, e deixo-me ficar para trás à espera do casal Ferreira, mas nisto nem vê-los e pus-me a caminho tentando ainda juntar-me a um grupo com andamento similar ao meu.
   Até à subida de Monsanto foi um tiro, mas já dava para perceber que os pouco mais de 140 participantes estavam desintegrados por vários grupos.

                           Eis a parte inicial da subida. Uma vista bonita e uma estrada lindissima. Algumas curvas depois, inclinou forte e tornou-se em pavé. Já não deu para tirar fotografia.


  A partir desta mitica historica aldeia, vi-me a braços com a terrivel missão de lutar sozinho contra o vento. Aqui e ali apareciam uns colegas, mas ora desapareciam para trás ou iam embora para a frente.
  Em uma destas ocasiões ainda olhei para trás e senti na minha roda que se juntara um grupo, mas apenas um deles veio dar uma ajuda. Este, ainda mandou vir:
   - então? mais ninguém se chega à frente?? vamos lá pá, então somos só os dois? Vá este senhor aqui, venha lá, sempre escondido aí...
 
    58km feitos no alto de mais uma subida. Ponto de abastecimento e mais um sector de pavé (aqui e ali iam aparecendo). Nas ruas dos pequenos povoados que iamos ultrapassando, muitos locais assistiam, aplaudiam e incentivavam.
   Os próprios automobilistas parados pela GNR saiam das viaturas para verem passar estes lagartos a correr ao Sol.
   Ao Sol e ao vento, dois inimigos mortais que me vieram a fazer pagar uma enorme factura no último terço da prova, daquelas que não se deseja. Um sofrimento, uma arrastadeira até ao fim, km´s que não passavam.
  O que terá sido? mal dormido? mal alimentado? mal hidratado? andamento rápido demais? o vento? o calor? provavelmente tudo junto. De tal maneira que só na última subida (subida para Idanha) mesmo mesmo no fim, consegui dar um arzinho de graça, acabando visivelmente desgastado.

     Em jeito de conclusão nao posso deixar de enaltecer o bom trabalho da Organização pelo o traçado muito bem escolhido, com passagens interessantes por povoados historicos, tudo muito bem organizado e orientado, muita policia em praticamente todos os cruzamentos e entroncamentos, e se as estradas não estavam cortadas como anunciado, então não sei pois raramente vi carros...em movimento! Impecável.
     Os banhos e o almoço também com nota de destaque. Tudo a correr fluido e sem sobressaltos e em qualidade. 
    As informações e apoio prestado igualmente, pelo que a Organização esteve de parabéns. 
    No seguimento do evento, corria-se a titulo profissional uma prova na região e tinha passagem ali na meta que utilizaramos. Infelizmente nao sai do almoço a tempo para ver ciclistas a sério passar.

   De um dia de sofrimento, não pude deixar de lado um sentimento profundo, de ter um gostinho daquilo que é ciclismo que tants vezes vejo na televisão:
   - os segmentos em pavé (que coisa horrivel com a bicicleta e o corpo a trepidarem de forma horrivel);
  - as negociações na frente do grupo (o companheiro que pedia ajuda dos outros, uma situação que se repete a cada prova do ciclismo profissional);
  - o estar todo roto e ter de lutar para chegar ao fim (só me lembrava do Aru dias antes);
  - o muito publico na rua a apoiar;


  Efectivamente um dia mau, valeu-me por isto e por coincidir com o dia mau de Contador. É cá coisas de campeões ;-))

   Os dados do garmin aqui:

   

segunda-feira, 25 de maio de 2015

XI RAID POR TERRAS DE MATO (BEJA)

24\05\2015
Cabeça Gorda - Beja
 BTT


  Foi no passado domingo que rumei (de véspera) até ao meio do Alentejo para participar em mais um evento de BTT.
  O calor prometia ser uma das maiores dificuldades mas nao afastou os perto de 500 participantes, de entre eles alguns habituais com destaque ao Vitor Gamito e até a um dos irmãos "Anjos".

  Fica a ficha do evento:



Muito bem organizada. Numa terra pequena normalmente tudo se encontra e arruma com facilidade, contudo deixo uma sugestão de melhoramento: o Secretariado em cima da meta não é boa ideia. Deu ali um engarrafamento de pessoas e um ou outro carro. No campo da bola (onde foram os banhos e o almoço) existia espaço suficiente para toda a gente estacionar e montar o Secretariado. Depois a malta de bicicleta rolava uns metros a descer até à linha de partida.
 O preço um pouco acima do habitual mas justifica todas as mordomias gastronomicas e outras (espaço de acampamento e acantonamento), do principio ao fim.
 Anunciado track GPS mas que depois nao foi disponibilizado por nao ter sido autorizado por alguns proprietários de terras onde a maratona passava. Bem, eu agora tenho o track e posso divulgá-lo, mas acabou por não fazer qualquer falta.
 A partida fabulosa. Uns bons km de estradão para que tudo fosse dispersando sem dificuldades e quando surgiram as subidas, ninguém estorvou ninguém. 
 O traçado teve o que podia ter da região e ficou bem patente o esforço da organizaçao em abrir aqui e ali um trilho mais arrojado, pequenos oásis é verdade mas de gabar o esforço. Fora isso, nenhuma dificuldade técnica ou fisica exigente. Tudo muito rolante na paisagem alentejana castanmha e amarela, seca como o tempo.
  Inumeros, infinitos membros da organizaçao pelo percurso fora, e sempre muita água e pontos de abastecimento recheados. Muito boas marcações, nunca me senti perdido, e apontamentos de humor mt bem conseguidos para animar os mais desanimados pelo esforço fisico.
  No final faltou agua quente, morna que fosse, no duche, e nao fosse o dia quente e teria sido mesmo um ponto negativo. A falta de espaço no balneário também não ajudou mas a rapaziada participante também não ajuda muito.
  Almoço muito bom, com direito a petiscos ainda antes da hora e uma bancada a servir imperial sem parar à discrição. 
  Simpatia, alegria de todos, muito atenciosos e prontos a ajudar. Que mais dizer que se de 1 a 6 merecem garantidamente um belo 5 (ai não fosse o banho frio...)


FICHA MARATONA
(1 mt mau a 6 excelente)
NOME: XI RAID BTT POR TERRAS DE MATO
LOCALIDADE: CABEÇA GORDA - BEJA
CONTACTO: www.ferrobico.com
DATA 24\05\2015
PRÉ-PROVA
DIVULGAÇÃO INFORMAÇÃO: 5
METODO INSCRIÇÃO: 6
PREÇO: 4
DISPONIBILIDADE ORGANIZAÇÃO: 6
OUTROS:
total: 5,25
PROVA
ESTACIONAMENTO: 6
SECRETARIADO: 5
CUMPRIMENTO HORÁRIOS: 6
DISPONIBILIDADE ORGANIZAÇÃO 6
PERCURSO DIFICULDADE TECNICA R\A 1\ 4
DIFICULDADE FISICA R\A 2\ 4
INTERESSE percurso 4
PC E PA 6
MARCAÇOES\OUTROS 4
BALNEÁRIOS: CELERIDADE: 4
INSTALAÇÕES: 3
ALMOÇO: VARIEDADE: 5
CELERIDADE: 5
INSTALAÇÕES: 6
INFO LOCALIZAÇÃO ESTRUTURAS: 5
BRINDES OFERTA: 4
total: 4,87
PÓS PROVA
DIVULGAÇÃO INFO: CLASSIFICAÇÕES 6
FOTOGRAFIAS 5
OUTROS
total: 5
AVALIAÇÃO GLOBAL 5,04

segunda-feira, 18 de maio de 2015

Maio em grande

 Não há duvida que tenho em Maio este ano um grande, grande mês de vontades a materializarem-se. Muita coisa a acontecer, muita pedalada para dar. Com garra, com vontade, com muito prazer.

 No houve lugar a uma volta com um grupo conhecido cá da terra, o Gruppetto. Uma volta muito soft e tranquila, ideal em vésperas de duas semanas que trazem tarefas árduas: maratona de BTT e Medio Fondo. Duas saidas que vão dar agua pla barba.

  E com isto tem que se ter juizo. Ponderar bem o exercicio e a abordagem a estes eventos mais fatigantes nem sempre é facil. É que a cada volta, a cada treino, apetece sempre bombar. Mas evitando a tentação de cair nesse desgaste, ganha-se a pica. Fica cá a vontade de pedalar árduo. E é essa vontade que se deve guardar também até ao dia da prova.
 
  Por outro lado, às vezes só apetece é fazer tudo normalmente e no dia logo se verá. Porquê abdicar de um treino, de uma volta mais longa, seja o que for, em prol de um evento futuro? Parece que não faz muito sentido.
   Mas parece-me a melhor decisão.

    No domingo fiquei de descanso. Nem estrada enm btt nem nada.

 

segunda-feira, 11 de maio de 2015

A ressaca

 É o que senti ontem no resto do dia.
 Sofá a tarde toda, liquidos que passaram por àgua (embora a custo), seven up,fanta laranja, junk food, massagem nas pernas e um non fate niente a não ser canal up, canal down no telecomando, ver o ciclismo e dormir um pouco.

  Tal e qual as ressacas de outras andanças, mas sem bicicletas e com muito mais asneirada ;-))

  Curiosamente, 24h depois, sinto-me "rijo como um pero", e até veio de lá "o bacalhau que queralho" para o almoço! by pequeno Saul


  pequeno Saul que por estes dias dá-se por nome de Saul Ricardo e vingou no sonho de seguir as peugadas do mestre:


domingo, 10 de maio de 2015

4x Arrabida

10\05\2015

 Dia de 4 Castelos da Bikezone Setubal.
 Levantei-me com ideias de sair perto das 6:30h o mais tardar. O dia ia ser quente e ainda queria regressar a horas decentes para algo mais.
 Ao pequeno-almoço vi que o grupo organizador só iria sair entre as 7.30 e as 8.00h e mais ninguem manifestou horas.
 As 7h ainda ninguém parava na zona de partida\chegada. Às 7:30h a mesma coisa mas numa voltinha para enganar o fresquinho da manhã, lá vejo 4 ou 5 no café.
 Às 8h a malta ainda estava no café e dos 100 que confirmaram a ida, estariamos por aí uns 10. Não compreendo esta malta que diz "vai" aos eventos e não aparece. Pois é, é fácil fazer um click no facebook nestas como em tantas outras merdas que lá aparecem.
 A ideia dos que por ali ainda tomavam pequenos-almoços era fazer a coisa em 9 horas. Nem pensar! E fazer 200km sozinho nao estava bem na minha cabeça.
 Fui-me para a minha volta.

 Estas alterações de planos deixam-me sempre meio perdido e nao sabia o que fazer à vida. Deu-me quase vontade de volta para casa mas lembrando o Braveheart "we didnt get dressed up for nothing", fiz-me à estrada.




 O inconsciente empurrou-me na direcção de Azeitão. Pelo caminho constatei que à tempos atrás pedalava tão bem a solo e agora que me habituei a companhia até estranho. Na ideia surgiu-me um sonho antigo. Ir experimentar o TGV domingueiro mas sem saber horas nem locais nao saberia como os encontrar. Sendo certo que vão à serra, uma ideia louca veio à cabeça. Vou dar voltas à serra, 4 voltas!!!
  Já que estava sozinho, ia aproveitar pois normalmente não se arranjam grandes malucos para estas coisas e lá fui.

  


  Relato das voltas:
  Volta 1 " o boguinhas vermelho": a volta um custou mais que a volta dois. Ainda apanhei um carro
                 vermelho a empatar a descida, mas como a manhã era de longevidade, não importavam
                  muito estas coisas

   Volta 2 "rush hour": a volta dois custou menos que a primeira, e escrevo um "lol" para dar um
                                    toque moderno e frizar a piadola". À segunda passagem, ja muita gente subia e
                                     descia a serra. Lá fui apanhando aqui e ali uns ciclistas mas nunca se formou                                        grupo ou o que quer que fosse

   Volta 3: "o campeão do mundo": terceira de mão. Começava a pensar na gestão de esforço. O calor
                  apertava e quando não se sentia a brisa, era mesmo desagradável. Nisto apanhei o
                  campeão do mundo. O rapaz gostou da boleia e reboquei-o até ao Alambre. Depois quis
                  ele puxar mas eu não estava para brincadeiras e fiz-lhe sinal que ia parar na bica de agua
                  já em Azeitão para encher (aliás, a cada passagem parei lá sempre para atestar).

  Volta 4 "no mundo dos mortos-vivos": calor abrasador e a pressa de chegar... assim cantavam os
                Peste & Sida. Fiz-me à subida já a sentir o cansaço mas sem desmotivar. Já quase ninguem
                ali andava. Apanhei um ou outro que mal conseguiam já falar, pedalar, ter ar e mais que
                fosse terminado em ar. Um deles disse-me mesmo "estou morto". Outro mais à fernte
                seguia aos esses na estrada. Um outro parara. Mas um duro seguia a 10
                metros de mim e decidi acompanhar. Mas o companheiro tinha uma pedalada forte e ao
                notar a minha presença, não facilitou. Já debilitado e com o calor a fazer danos, senti na
               pele aquilo que às vezes ouvimos e vemos na tv os comentadores de ciclismo afirmar - más
                sensações  - e entre o reflexo de virar pra baixo, tive a lucidez de abrandar e despejar meio
                bidon pla cabeça. Foi quanto bastasse.

 A coisa mais cientificamente dá pelos numeros abaixo
  tempo subida em gestão secil-alto das antenas:
  volta1: 28 min
  volta2: 26 min
  volta3: 25 min
  volta4: 30 min

  Claramente a perder na ultima e a perder tudo o resto depois no regresso a casa com dor muscular na perna esquerda....quando não pedalava. Já na nacional 10 levanta-se aquele vento frontal para ajudar. Vale-me nunca contar com facilidades mas há dias que sinceramente.
  Arrastei-me até casa sem dó nem misericórdia mas a rolar com a determinação de acabar. No pensamento levava só a pão e agua não se fazem estes dias, que é como quem diz que os 3 bidons de agua que bebi (mais de 2 litros portanto) revelaram-se insuficientes. Há que ter bebidas com coisas quando o calor aperta.
   Depois de chegado a casa inteiro, posso garantir que as sensações não foram as mais agradáveis e só uma hora depois consegui normalizar.

   Agora vou beber este mundo e o outro.
   Estão feitos os meus "4 castelos". Estou parecido o Don Quixote que via em moinhos, inimigos. Eu é mais antenas por castelos...

sábado, 9 de maio de 2015

Teste de ferro

 É já amanhã.
 Dia de pedalar sem fim, horas em cima da bicicleta. Comer, beber, pedalar, ir, voltar. Um puro teste de resistência e só há uma forma de o fazer: é fazer!

 Não vai ser fácil, vai ser duro, muito duro. Muitas vezes pensar em desistir. Vai doer, vou sofrer. Mas chegando ao fim tenho a certeza que vou adorar!




  Give it to meeeeee!

sexta-feira, 1 de maio de 2015

Seixal Group

 Eramos uns quantos 4.
 Parados ali como quem está ainda nos cumprimentos matinais, vemos autenticos bandos de ciclistas a rumar via rapida adentro.
 Ainda a curiosidade nao tinha tido tempo de raciocinar e ja mais um grupo imitava os anteriores. Nem foi preciso dizer duas vezes: bora lá ver onde vai esta gente toda.

  Tava feito. Colámos num grupo e fomos indo. O Joao apurou para onde se destinavam. Pareceu-nos bem. Foi seguir.
  A malta era do Seixal, um grupo castiço. Uns mais afoitos no pedalar e no falar, outros nem tanto. No meio do grupo, embora disfarçados com outros equipamentos, foi possivel identificar



  Mais adiante, apareceu o Micro-herói pronto a envergonhar o grupo, mas para todos os efeitos ninguém viu ou se lembra de nada...

  De entre uns momentos mais descontraidos, logo se seguiam uns mais puxados e houve lugar a uns esticões bem dados.
  Mais adiante abrandava-se para o grupo unificar. Boa atitude assim como uns dedos de conversa.
  Uma manhã cheia daquilo que se gosta!