domingo, 25 de outubro de 2015

A fundo e a solo

 Finalmente de regresso ao asfalto (e mesmo assim a coisa ainda teve para não acontecer)

 Os mais recentes impedimentos? a metereologia. Há quem pedale à chuva e não se importe, há quem pedale à chuva e faça disso um grande feito, há quem não se atreva a apanhar um salpico que seja, há os que se protegem se começa a chover, há de tudo e que se respeite as suas designações.

 

A manhã nem prometia nem deixava de prometer, ou mais adequado que nunca, nem chove nem faz chover.
  Sai sem hesitar. A vontade já era tanta acumulada em mim que não dava mais para aguentar e nem o cansaço acumulado de uma semana intensa levou a melhor.



  E quem diria? a manhã estava tão bonita. Sim, porque nem só de manhãs solarentas se faz a beleza. Um céu riscado a tons de cinza, uma autêntica aguarela, a temperatura não podia ser melhor, a atmosfera, meu Deus, que respirável, que pura como se tivesse toda ela sido filtrada e oxigenada de uma só vez, aromas doces e intensos vindos das terras cultivadas e da Arrábida semi-molhada. As cores da paisagem acentuadas, reforçadas pela àgua das últimas chuvas. Um esplendor.

  E eu? fiz-me à nacional a caminho de Azeitão sem saber bem por onde ir. Logo ali as pernas diziam que hoje não era para grandes cavalgadas. Enquanto decidia entre uma volta suave de duas horas ou forçar para ver se as dores das pernas passavam e ficar a manhã toda nisto, chegou o Alto das Necessidades.
  Hora da primeira esfrega: vamos lá aquecer isto então. E depois foi sempre assim.
  O resto da manhã, naquilo que foram 3 deliciosas horas, foi sempre nesta toada: ah vamos lá ver este pedaço agora: agora só até além, agora continuando a forçar até ao cruzamento de nao sei quê; agora que é a rolar, é a dar gás até à curva coise, etc, etc.
  E assim se foi passando o tempo. A cabeça cheia de vontade queria sempre mais. O corpo ia reagindo afirmativamente.
  Ao chegar perto de casa vi as horas. Ainda é cedo. Vou só subir Palmela e depois volto para trás. Mas em Palmela.... vou só descer à Qta Anjo e volto para trás.... E na Qta Anjo... já que estou aqui agora vou até aos semáforos de Brejos e viro para o Alto das Necessidades...antes apareceu um novo amigo que quis ajuda na fuga... já que ele apareceu, lá fomos a puxar....no cruzamento vira-se ao alto e no alto.... já que estou aqui vou pela adega...e...e... que subida esta. Uma rampa de 16 a 18%????. Quase rebentei o motor.
  Já não houve grandes forças para fazer o regresso pela N10 a dar mesmo a fundo, mas ainda assim saiu qualquer coisinha.

  Ah e entao quanto tempo, qual a média e bla bla bla: houve mais um PR que foi tudo a puro prazer!
  Os dados no Garmin aqui

  Que bela manhã esta a fundo e a solo.

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

A mania das grandezas

 É assim este país.
 Não se faz nada, faz-se algo remendado e mal engendrado, ou então faz-se logo o que seja o melhor do Mundo ou o maior do Mundo.
  Algo de errado nesta última opção? Não, claro que não desde que fosse algo ajustado à realidade do país, e que a implementar justificasse o investimento.
  Isto acontece em algumas áreas de desenvolvimento do país mas a que me trás a este tema é obviamente a do mobilidade sustentada, vulgo sistemas de aluguer ou disponibilização de velocipedes sem motor auxiliar à população\utentes.
   Até aqui também nada de errado. Investir nesta vertente é imperioso. Dinamizar a utilização da bicicleta, mobilizar a população para esse transporte, incentivá-la, publicitar e disponibilizar meios para esse efeito. Tudo muito bonito, tudo certo.
   Então mas afinal qual é o problema?
   É que na realidade do nosso país, aquele país que sofre a bronquite asmática do automóvel em que o automóvel é tudo acima de tudo, em cima de tudo, por cima de tudo, de repente ver-se gastar "não se sabe quanto" naquilo que será o sistema de bike share eléctrico mais avançado do mundo (sim leu bem, do mundo) é assim qualquer coisa de inexplicável.
   Ter o maior do mundo é que é! Depois logo se vê se é utilizado ou não, se o custo justifica ou se havia solução mais económica e\ou rentável, se ficará ao abandono a degradar-se ou a ser pilhado e levado para sucatas por quem anda na vida do gamanço do ferro, assim como aconteceu, só para me lembrar de repente, com alguns dos postos de abastecimento de veiculos automóveis eléctricos implementados em algumas cidades e que ficaram esquecidos no imaginário de quem os autorizou...
   
    Meus senhores isto é dar pérolas a porcos.
    Não sou contra, antes totalmente a favor de todo o incentivo. Mas num país como o nosso, será por aí que se deve começar??? Não me parece.

   Lagoa vai ter o bike share eléctrico mais avançado do mundo. Oslo proíbe carros no centro da cidade.

   Na mesma frase juntei dois cabeçalhos noticiosos que vieram a público quase no mesmo dia. Tirem as vossas conclusões.
    A minha? uma casa não se constrói pelo telhado.

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

semana agitada

 Tem semanas em que tudo se junta.
 Parece que o Mundo esteve de férias e voltou para fazer numa semana, aquilo que não foi feito em meses.
  No ginásio acumularam-se bi-treinos. Continua tudo somente a nivel de bicicleta. O ombro a cargo de acumpunctura, não deixa espaço a outros exercícios.
  Terça dose dupla, quarta, quinta dose dupla outra vez e ainda hoje.
   Confesso algum cansaço.
   Pior ainda é não saber mesmo em que pé se está. Este fim-de-semana vai fazer três de uma vez que não há lugar a out-door.
   O primeiro por serviço ao Duratrail, ficou queimado, o segundo pela chuva e este próximo deve ser o mesmo.
   Depois de uma semana inteirinha de Sol, também aqui o Mundo ficou à espera do sábado e domingo para me lixar.
   É um pouco frustrante? é!
   Não é que não se possa pedalar à chuva. Mas chuva e vento forte, hmmm. É demasiado desgaste para um amador amador.

   Entretanto depois das home-made barras energéticas (2ª edição), esta semana foi vez para uma bebida hidratante caseira. Energética? talvez não tanto, mas garantidamente mais hidratante que somente àgua porque em duas horas de treino e na quantidade de transpiração que se vai, sinto necessidade de algo mais.
   E pareceu-me ter funcionado mas também pode ter sido o efeito placebo-psicológico. É experimentar na próxima semana e logo se vê. O sabor não ficou mal.

   Fim de papo.

 

terça-feira, 13 de outubro de 2015

Agora algo diferente - música

 Já os tinha visto faz pouco mais ou pouco menos que 6 anos.
 Na altura trouxeram um grupo mais composto e um reportório variado entre o mais antigo e o mais recente. Num registo mais contido, deram um bom espectáculo.

 Passado este tempo todo, à uns 6 meses atrás (se calhar mais) desafiaram-me para os ir ver outra vez. Pensei umas quantas vezes antes de responder. Afinal já tinha visto, não me fazia muito sentido, mas, afinal é uma banda que gosto mesmo e até raramente vou a um concerto. Porque não? Vamos lá então.

  Mentalizei-me para mais um concerto ao vivo entre temas novos, menos novos e assim assim. Sentado e de copo na mão, este era o melhor serão de domingo. Domingo? sentado? isto ja parece coisa de velho Goulbenkien ou CCB. Longe vão os tempos dos pulos no meio da multidão em frente ao palco...
  Para ouvir um puro som de uma grande banda, não é preciso outro registo. Se for para ouvir novos temas, mais atento se está dessa forma.
  Mentalizado então que estava, fiz outra mentalização que tinha a ver com o público. Encher o Meo Arena não seria certamente um cenário a vislumbrar. Não estávamos portanto a falar de Tonis Cárreiras.
  Fui esgotando a caixa dos rebuçados de mental_izações e quantos mais "comia" mais erros cometia.

   Os homens fizeram-se esperar. A hora marcada já lá ia. Mas isso deu para fazer perceber que a Arena encheu (poucos lugares na bancada e mal um espaço em pé por preencher). Quem diria. Afinal havia muita gente com gosto para este registo menos mediático.

    Chegou o momento. Parcos em palavras, atiraram-se para o palco, pegaram em fúria nos instrumentos e na voz e esgalharam, esgalharam, esgalharam, e depois esgalharam. Estavam loucos, possuidos, alterados. Tudo no bom sentido.
    Fizeram arranjos musicais com solos infindáveis. Crescendos e mais crescendos com intervalos viciantes. Uma montanha-russa de alucinar. Todos os instrumentos equiparados, todos os membros da banda equiparados. Agora para o vilino, agora para o baixo, agora para a bateria, agora para a guitarra, agora para os sopros, agora os outros outra vez, agora todos juntos. E depois a voz. A voz. O vozeirão. A cereja no topo do bolo, ou o bolo todo cheio de cerejas. Sim mais isso. Cerejas por todo o lado num bolo maravilhoso, uma autêntica overdose degustativa musical.
   Em extase. E desengano-me eu que esperaria novas musicas. Os homens foram a todas. A tudo aquilo que se queria ouvir e mais ainda.
   Por esta altura já niguém me aguentava sentado na bancada. Virei um balde de cerveja que bem podia ser de outra coisa qualquer que nem notava. Todo eu estava em euforias de nunca imaginar. Que loucura.
   O público esse, incansável. A banda? uma entrega que jamais poderia imaginar.
   E tocaram e tocaram e tocaram. Um intervalo para "drink some beer or to do whatever you do..." nas palavras do também não menos extasiado senhor. Todos eles.
   Voltaram. A mesma força ou mais ainda. E nunca o cansaço os invadiu. nunca desanimaram. Nunca esmoreceram. Tocaram com tal entrega e tamanha vivacidade. Tocaram até empenar os instrumentos, até os derreter ante tamanha vontade.
    Era para começar às oito da noite. Começou um pouco para lá disso. Acabou às 00:30h.
    Senhoras e senhores, eis uma banda que veio com vontade de fecundar os nossos ouvidos tantas vezes quantas as necessárias para termos um orgasmo pela alma.
   Senhoras e senhores, Dave Matheus Band!!



   Um dos concertos da minha vida!

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Do outro lado das barricadas - O Duratrail III

  Foi no sábado passado. Mudando de lado, do lado dos que participam para o lado dos que ajudam quem participa. Assim o é todos os anos na prova do trail do Proaventuras (mas a bicicleta foi comigo, neste caso a que está habituada a estas paragens de serra e arredores)
  No domingo veio a chuva e não deu para sair. Ficou a vontade, muita vontade.

  Quando se pensa numa prova, pensa-se em participar nela. Quando se participa, apenas queremos que tudo vá de encontro às melhores expectativas e mais além.
Milhares são os que participam. Poucos são os que organizam. Mais raros ainda os que fazem e zelam para que nada falhe, para que o conforto de quem está a participar seja o maior possivel. Essas pessoas passaram meses, semanas, dias inteiros e noites em claro para que assim fosse. Com muita caturrisse, muita dedicação, muito amor à causa e mais do que tudo muita vontade em agradar.
Reunir as autorizações necessárias oficiais, pensar no melhor traçado, as melhores marcações, a alimentação, o apoio, a partida e a chegada, tudo ao pormenor e ao pormaior, ao detalhe, ao infimo detalhe, até ao último detalhe.
Mas haverão sempre coisas que falham pois a perfeição é inimiga da evolução.
Certo é que as que falharam desta vez, não falharão na próxima.
Há provas e provas e depois há o Dural Trail da Organização do Proaventuras.

http://duratrail.proaventuras.com/