segunda-feira, 1 de dezembro de 2025

duas de seguida e o dilema das elétricas

 01 de dezembro 2025    
 ciclismo de estrada

  Hoje a solo e hoje sem vento. Até parecia que deslizava.
  Ligeiro cansaço nas pernas mas que rápidamente passou.
  Abandonei a ideia de ir à serra para não dar demasiada fadiga para as próximas semanas, pois estas poderão trazer desafios adicionais.
  Costuma-se dizer que um raio não cai duas vezes no mesmo local, mas uma urina por vezes.... cai!
   Neste feriado de 2ª feira, estranhamente menos trânsito que no dia de ontem, domingo. Também menos malta a pedalar.

   Depois veio a coincidência recheada com o dilema.
   Vamos por partes e tratemos primeiro da coincidência: 
   Pois então seguia nos meus pensamentos, isto já no último de quatro quartos do treino, subindo ligeiramente, quando se me ocorre que tendo visto pouca gente, agora dava jeito uma "lebre" para dar outro estimulo à subida. Mas logo senão me veio outro pensamento que se estava já em modo de poupança (e a serra ali mesmo ao lado que eu não ia subir), o melhor era mesmo não aparecer.
   Mas vai daí e zás. Um "bom dia" repentino interrompe os meus pensares e trás-me num instante de regresso ao selim.
   Era não mais que um ciclista de uns 60´s talvez, numa bicicleta de btt eletrica, que dando asos ao nome, electrificava a sua pedalada por aquela ligeira subida acima. Aqui deixo já um aparte para a parte seguinte, a tal do dilema: tive alguma relutância em escreve neste parágrafo a palavra "ciclista". Mas já lá vamos.
  Não me deixando levar nestas cantorias, não sou muito de ir atrás porquanto me remeto sempre ao meu ritmo e a nenhuma competição (aliás, nesta mesma volta, uns bons 40 min antes, tinha acontecido o mesmo, mas desta feita sem a parte eletrica), mas não resisti a colocar um pouco mais de vigor nos crancks e engatar mais uma mudança. Mas foi só isso e deixei-me então ficar a pensamentos com o dilema.

   O dilema:
    Isto das eletricas tem de facto uma dualidade em mim. Em alguns não terá dualidade nenhuma pois todos as verão como uma incongruência da natureza. Em outros poucos certamente, nenhuma comichão lhes fará.
    Pois eu compreendo, respeito e tomo até por bastante adequada a existência das eletricas, senão vejamos aquilo que considero as suas vantagens:
    - um bom meio de transporte agil
    - um bom meio de transporte ecológico
    - um bom meio de utilização para exercicio físico com apoio para as subidas e situações mais adversas
    - uma boa forma de chegar a zonas onde normalmente um utilizador ciclista ou bttista menos capacitado chegaria


Imagem gerada por IA



    E por aí fora, tudo dentro deste prisma.
    Contudo a coisa fica-se-me mais dificil de aceitar quando toca a falar de exercicio físico. Não obstante o utilizador assomar-se no selim e sair para a rua, se a ideia é exercício, há que realizar algum esforço. Algum, pouco que seja. Em alguns casos (como este), não foi bem isso que estava a acontecer. 
    Lá está, poderia ser um passeante domingueiro (neste caso, feriadeiro). sim, podia e isso estaria tudo certo não fosse o utilizador deste veiculo eletrico estar devidamente equipado como um qualquer comum mortal bttista à moda antiga, leia-se "sem motor auxiliar".
   E lá estou eu e lá estava eu, respirando fundo, apelando à minha sensatez e ao meu bom livre-arbritio em que cada um é livre de fazer e realizar à sua maneira e seu gosto, sendo que desconhendo os seus objectivos e principios, quem seria eu para criticar.
    Contudo, sempre que passam estas bicicletas eletricas, não conseguimos (nós, os que não têm outro remédio senão usar as pernas) deixar de sentir uma certa prepotência de quem passa, leve levemente como quem vai na maior a "dar ratada" nos demais.
    Fico-me dividido execpto quando me recaio sobre todos os motivos acima transcritos e outros mais.
     Ao fim e ao cabo, não interessa assim tanto.
    
    Pouco depois a subida acabou e veio a descida. Alcancei-o e deixcei-o para trás e nunca mais o vi...
    Na última subida do treino, mais uma leve e curta inclinação, apanho outro bttista. Já sofrego subia lentamente. Dei-lhe os bons dias, aqui tudo de forma natural, cada um no seu galho. E afinal até era um velho conhecido.