segunda-feira, 20 de abril de 2009

Na lama com...

Arrábida
19\05\2009


Uma semana de férias. Que maravilha.
Servirá para descansar a mente e dar largas ao corpo. Isso significa BTT.

Agendei uma visita de alguns dias até às Terras do Xisto para visitar um dos recém-inaugurados Centros de BTT da zona centro do país, com regresso a incluir paragem no Arrepiado (há quem diga Arripiado) para participar numa prova que se advinha interessante. Tudo isto me soa bem. Espero que corra melhor.

Entretanto ontem houve mais uma curta volta. E digo curta porque depois de uma semana de chuva o terreno apresentava-se enlameado até aos tornezelos.
Não confundir o título deste artigo (Na lama com..) com aquele programa televisivo apresentado pela Alexandra Lencastre - Na cama com..." e que, bem, não é preciso dizer mais nada.
Ainda assim veio um grupo grande com alguns regressos que não mostrava receios de encarar fosse o que fosse.
Mas a lama condicionou mesmo a volta domingueira e por se evitarem muitos trilhos, no final o computador "de bordo" só marcava 30 km.
Entretanto tenho que rever o altimetro pq no último terço do percurso desregulou-se e indicava altitude negativa (???).
Terá sido devido ao vento certamente ou à velocidade furiosa com que desci o "tanque"?? Ainda ando a descobrir o "cavalo" que monto e não deixo de me surpreender com as suas capacidades. Para rever também a pressão do Float RP2 que me parece insuficiente nos saltos.

Mais nada de especial a assinalar. Foi o q.b. para esticar as pernas e ir respirar o sempre agradável ar puro da serra.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Funeral da Arrábida.

15 de Abril de 2009

Imagino que como eu, também vocês ficaram surpreendidos com o título desta mensagem.
Pois bem. Ele não é nada mais do que uma referência a uma iniciativa que Associação de Cidadãos Pela Arrábida e Estuário do Sado com a colaboração da CMS levou a cabo no passado dia 11 deste mês, na Praça de Bocage.

Só pecou pela pouca divulgação e consequente pouca aderência da população. Não estávamos a falar de futebol, não é?

Aqui deixo uma cópia da noticia publicada em http://www.mun-setubal.pt/

"A iniciativa, no âmbito das comemorações do aniversário de Sebastião da Gama e do Dia Municipal da Arrábida, pretendeu alertar a população para a necessidade de lutar pela preservação de um património natural único.

“A Arrábida está num caos ambiental, sujeita a um aumento da cota em profundidade para extracção da pedra necessária à produção de cimento, o que muito grave”, assinala Fernanda Rodrigues, da Associação de Cidadãos pela Arrábida e Estuário do Sado, entidade promotora desta acção, com apoio da Câmara Municipal.

A co-incineração na cimenteira da Secil, em pleno Parque Natural da Arrábida, está no centro das preocupações, um processo “longe de se encontrar resolvido pelos tribunais”, sublinha Fernanda Rodrigues.

Actualmente, refere, “não há qualquer controlo em relação aos resíduos que estão a ser co-incinerados e às substâncias que são produzidas”.

O Dia de Sebastião da Gama e da Arrábida, coincidente com a data de nascimento do poeta setubalense, comemorou-se a 10 de Abril, mas, por coincidir com um feriado religioso, a acção de sensibilização, com um caixão, foi realizada apenas no dia 11.

“Estou convencida de que se Sebastião da Gama fosse vivo ele seria, hoje, um dos mais entusiastas defensores da Arrábida, como foi em vida”, refere Fernanda Rodrigues."

A RTP informa que o retransmissor de Palmela...

05 de Abril de 2009.

Assim liamos e ouviamos nós muitas vezes, durante a década de 90 e principlamente de 80, sempre que a estação pública de televisão e única na altura, pretendia anunciar a alteração da frequência de um dos dois canais, ou informar que passava a entrar em funcionamento o retransmissor de uma qualquer localidade e que iria servir as populações em seu redor, devendo para tal facto o telespectador sintonizar o seu aparelho receptor (vulgo Tv) para a respectiva frequência anunciada.

Só de pensar até estou arrepiado...

Hoje tudo, ou quase tudo, já funciona por cabo. É assim a evolução.


O que me trás aqui hoje não são as frequências dos canais de televisão. No entanto venho falar de algo intimamente a elas ligado. O retransmissor. Mais propriamente o retransmissor de Palmela, ou se preferirem no dialecto local, as "Antenas".




Se muitos muitos anos antes desesperava com a antena do televisor rodando-a frenécticamente para captar a melhor imagem possível, hoje posso dizer:

- as Antenas emitem um sinal fortíssimo que eu já captei "loud and clear"


Antenas a fundo. A pista de downhill das Antenas de Palmela está feita de inicio até ao fim. E nem sei descrever o tão bem que soube, aquilo que senti ou pensei.

Não tenho palavras.
Que loucura!!! Que sensação!!! Que sensações!!!
Anteriormente já lá tinhamos ido mas não superámos alguns obstáculos. Ficou-nos o remorso.
Nunca lá mais voltei mas os meus habituais companheiros de pagode pedalístico foram insistindo e recentemente venceram o "monstro".
Desta vez, liderado por eles, Dani e Alex, foi deixar-me ir nas suas rodas...e se foi deixar-me ir...

Permitam-me a expressão: oh heeeeyyyyy.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

No pasa nada?

Já houve mais uma ou outra volta caseira, mas tem sabido a pouco.
Na Páscoa também não vou ter oportunidade de bttar (pedalar) portanto tenho que aproveitar bem o próximo fim-de-semana e o seguinte.
Isto está é a querer "guerra" e por isso já agendei no calendário mais uma deslocação. Inscrevi-me num Raid que, a ver pelas fotos e demais características, parece-me muito bom. Rota dos Charcos e Azenhas - Ribatejo.

Até lá fica mais um maravilhoso video para saciar a vontade.




por nanex.

domingo, 29 de março de 2009

Agricultor, pescador e outros mentirosos

O título retrata um dos famosos azulejos azuis e brancos que se podem encontrar ainda nos dias de hoje (a Asae ainda não se lembrou de implicar com isto) nas tascas e cafés mais populuchos do nosso Portugal e que reza assim:
- "Aqui se reunem caçadores, pescadores e outros mentirosos".



E esta foi a mais bela maneira que arranjei para encabeçar o que sucedeu no fim-de-semana de 14\15 de Março, o fim-de-semana em que a bicicleta não saiu à rua (também dava um bom título esta frase...)



Agendado de antemão, o meu pai, alentejano de gema do Alentejo (assim como a minha mãe), solicitou a minha ajuda e a do meu irmão para que nesse fim-de-semana fossemos podar os olivais lá da terra (parte deles, claro).
E assim foi. As oliveiras que ele tanto estima e cuida necessitam de rigoroso e permanente cuidado e atenção pois só dessa forma oferecem o seu bem mais precioso, a azeitona. E ao que parece estas são mesmo boas (como não sou apreciador não me posso pronunciar. Bem, mas se forem tão boas como o azeite que delas se extrai e que é maravilhoso, então upa, upa). Moral da história, valem bem todo o trabalho.

Acordámos cedo e depois de um pequeno-almoço rápido lancámo-nos à obra devidamente munidos de todas as ferramentas (cujos nomes já não me recordo, mas que são quase todas da família das tesouras e serrotes de jardinagem)
As "meninas" oliveiras aguardavam pela nossa intervenção, por um belo "corte de cabelo".




Assim foi como as encontrámos...




Não era obra fácil. Havia que romper por entre as suas braçadas. Depois era subir ao tronco, acomodar no seu interior e daí partir para o corte, para a limpeza. E assim sucessivamente de oliveira em oliveira.
O resultado final enche qualquer menina de radiosidade:





Pareces outra, mais nova, mais linda. Fizeste uma permanente?



A moto-serra deu uma especial ajuda nas ramadas maiores. Depois foi juntar todas as ramadas cortadas e incendiá-las.
A tarefa repetiu-se à tarde num segundo olival e num só sábado despachámos o assunto, esta dádiva da mãe-terra que o Homem aprendeu a tratar . Foi gratificante. Muito gratificante mesmo.
Foram recorrentes as vezes que os meu pensamentos me levaram aos tempos remotos em que o meu avô provavelmente sozinho daria conta do recado, sempre a trabalhar no campo desde o nascer até ao pôr do Sol. Neste dia senti-me como o meu avô que já não está entre nós mas que certamente terá ficado agradado ao vêr o seu filho e os seus netos fazerem aquilo que ele fazia e cuidar daquilo que ele cuidava.





Era inevitável fazer um "antes e depois" bem ao jeito dos anuncios de produtos anti-queda de cabelo. Esta oliveira tem ainda o previlégio de dar "pneus" de tempos em tempos...





Trabalho feito, arrancámos, eu e o meu irmão, rumo a casa. Ainda iamos a tempo de uma pescaria no barco de um amigo.
Levantar às 06h da manhã depois de um sábado dedicado à agricultura, não foi fácil. Mas um dia bem passado no mar foi devidamente compensatório.
A pescaria em si não foi grande coisa: alguns sargos e pouco mais. As duas primeiras horas em que me vi a braços com um enjoo também não foram agradáveis, mas no geral, foi uma manhã muito bem passada.

E assim se passou um fim-de-semana sem desporto, sem futsal ou btt, mas com muita actividade física e muito enriquecimento pessoal. Adoro o Alentejo, adoro o meu rio Sado.

E aqui me apresentei agricultor, pescador mas sem nada de mentiroso!

sábado, 21 de março de 2009

Voltinha Sexy

Quarta-feira
11\03\2009

Mais um dia de trabalho no bucho.

No regresso a casa a ser brindado por um magnífico final de dia já a cheirar a Primavera, decidi assim sem mais nem menos, ir pedalar um pouco, sem grande stresses. Apenas uma pequena volta para aproveitar o resto da tarde.

Prontíssimo para arrancar, já equipado a rigôr e de mp3 na mão, toca o telemóvel.... Era a amiga Maria cheia de "ganas" para ir correr.
- tens 10 minutos para te pores aqui, na garagem dos meus velhos - foi o que lhe disse depois de lhe oferecer emprestada um bicicleta para que me acompanhasse, enquanto guardava o mp3 que já não ia ser necessário.

Não foi mais do que uma pequena volta de 15 ou 20 km a rolar sem grandes dificuldades. E se a princípio tive receio que a amiga Maria não aguentasse uma ou outra subida, longe estaria de imaginar que seriam as descidas a causar-lhe as maiores dificuldades. E quando digo maiores quero dizer mesmo grandes. Uma descida simples (estradão largo com piso regular) mas que apresentasse um grau de inclinação fosse ele de que grau fosse, a amiga Maria recusava-se a descer ou simplesmente desmontava da bicicleta.
Insisti para que descesse muito lentamente, mas não tive qualquer sucesso neste meu intento.


"Vá amiga Maria, é uma descidinha de nada..."

Já nas subidas, refilava que se fartava (aliás queixou-se sempre de algo: ou era porque subia, ou era porque descia, ou era porque tinha de usar capacete que lhe fazia muito calor, ou era porque lhe doiam os braços), mas subia-as sem dificuldade. Descer é que nem pensar e em qualquer momento em que a velocidade tendia para aumentar, fazia guinchar os travões (cheira-me que terei de trocar as pastilhas dos discos, depois disto).



Devia ter optado pelas Super-Gorila sabor morango ácido.

De resto foi uma agradável mini-volta de final de tarde, em boa companhia, em amena cavaqueira, num ritmo pausado e tranquilo, quase sem suar (e volta onde não se sua é volta sexy), sempre a ouvir mil e um pedidos de desculpa da amiga Maria (desculpa por não descer, desculpa por ir devagar, desculpa por te ter estragado a volta, desculpa por existir, desculpa, desculpa, desculpa...)

Amiga Maria,
Não havia necessidade!

nanex.

segunda-feira, 16 de março de 2009

Setúbal - Sesimbra

Setúbal - Sesimbra
01\03\2009




distância percorrida: 40 km

altimetria (acumulado): 1.000m

Primeiro domingo do mês de Março de 2009. Data para mais uma rodagem de BTT. Mas desta feita, esta seria uma volta que à partida adoçava ainda mais a vontade de pedalar pelos vários pontos de interesse que acarretava, senão vejamos:



- o percurso Setúbal - Sesimbra que em outrora fizera e que há muito tempo a esta parte esperava fazer de novo com passagem por algumas paisagens impressionantes;

- a estreia de novo equipamento recentemente adquirido, mais propriamente um altímetro (VDO 1.0 Altimeter), sobre o qual estava algo apreensivo, e de um novo CamelBak;

- a estreia de um novo quadro (Nomad -Santa Cruz) nas mãos do alex;

- a iniciação de um novo bttista da geração dos mais novos, dos "putos";

- almoço em Sesimbra que é sempre um prazer para o paladar.





Estavam portanto reunidos factores imperiais para uma grande manhã.



Arrancámos por de entre uma cerrada neblina cinzenta em grande grupo: mano, alex, dani (trio habitual destas andanças do BTT e que preferiu não seguir para Sesimbra), bully, eu, tiago (a insistir e investir neste desporto e que já se aguenta à brava. Quem o viu a vomitar nas primeiras pedaladas e quem o vê agora a desbravar subidas) e o estreante tó (a quem uma noitada de véspera só anunciava um grande sofrimento pois está claro!)



Assim e até ao famoso "cai de costas", uma subida que como o nome indica não é pêra doce, o grupo seguiu unido em amena cavaqueira em ritmo moderado. Há muito tempo que não se reunia um grupo tão grande.
Aqui deu-se a separação. O trio habitual ficou-se pelos trilhos radicais do costume e os restantes seguimos rumo a Sesimbra.

Refira-se que nenhum de nós sabia bem o percurso. Valeu-nos o "GPS rui" que não era mais do que um simples desenho feito pelo próprio a indicar o caminho a seguir e que cuidadosamente deixei esquecido em casa. O rui himself não nos acompanhou de BTT porque continua o seu programa de treinos para Ronda e neste dia tinha que correr durante 5 horas, mas marcou igualmente como destino Sesimbra. Logo haveria encontro pelo caminho.

Tal veio a acontecer já nos moinhos do Alto das Necessidades, depois de atravessada a EN10. Aí fomos todos confrontados com uma enorme surpresa: o estradão habitual que liga estes moinhos foi vedado. Mas não foi esse obstáculo que nos demoveu e decididamente ultrapassámo-lo saltando a rede.

Por esta altura, seguimos a par do atletismo de rui por alguns momentos enquanto o tó retemperava algumas energias pois começava a sentir as primeiras maselas (o selim, sempre o selim a dar cabo dos iniciados). E a volta ainda não ia a meio.

Eis um video com um pouco do que se passou até então:



Daqui em diante foi a constante ansiedade de não sabermos bem por onde andávamos e alguns km depois estavamos nos escuteiros e no parque de campismo da região. Perguntámos a um transeunte que estava mesmo à porta do parque qual seria o melhor rumo a seguir para Sesimbra e embora não muito convictos, decidimos aceitar as suas indicações.

Mais coisa menos coisa, chegámos a Pedreiras, uma terra que como o nome indica tem várias pedreiras, esse cancro que ataca e come esta nossa linda serra. Era altura de fazer um pequeno desvio. Subir uma delas e rumar até à falésia para receber uma abençoada paisagem. O caminho era duro principalmente na parte em que já não era possível pedalar porque a vegetação de baixo porte cobria o trilho que nos guiava até à falésia, isto já depois de termos contornado o enorme buraco que a pedreira espõe escandalosamente a céu aberto (será que alguém um dia vai parar isto???)

Pouco depois lá estávamos e o esforço e as arranhadelas nas pernas e braços foi devidamente recompensado. Enchemos o peito daquele imenso ar trazido pela vastidão do mar longinquo soboreando cada milimetro daquilo que os nossos olhos podiam alcançar: a escarpa a pique até ao mar rodeada de verde pelo lado da serra, do branco da pedra, de azul pelo céu, de mais azul do mar em várias tonalidades desde a costa até perder de vista, até ao horizonte. E lá no alto um Sol enorme, redondo e quente (a nebelina da manhã dissipara-se entretanto).

Mais alguns minutos e retomámos a direcção de Sesimbra...

Depois foi sempre a rolar com facilidade, apanhar as rotundas de Santana, seguir pelo alcatrão descendo forte e inclinadamente até à marginal e procurar numa das várias repletas esplanadas o nosso apoio, o nosso "carro vassoura".

Ficam aqui desde já os agradecimentos à Lizete e à Maria (o tal carro vassoura) por nos terem ido buscar e por terem permitido que lhes pagássemos o almoço.

A ementa: pão, manteiga, patês, camarão ao alhinho, massa de peixe, douradas escaladas, água, sumos, Muralhas (fesquiiinho), sobremesas diversas, café e moscatéis (oferta da casa).

Os agradecimentos também à Exa. Sra. Dra. Ana Mãe Du´rui pela cedência das instalações sanitárias e respectivos acessos às mesmas por forma a que pudessemos tomar um maravilhoso banho quente.

Conclusão final: um passeio tranquilo em boa companhia cumprindo parte de um sonho antigo que era fazer Setúbal-Sesimbra (a ideia era Setúbal-Cabo Espichel-Sesimbra mas fica para outra ocasião)

O melhor: a boa-disposição imperante em todo o curso; a falésia fabulosa; material novo utilizado (Camelbak e altímetro) aprovados (soube mais tarde que o quadro Nomad do alex também se portou à altura segundo o próprio e acrescento que mais não era de esperar) e só não digo o almoço porque a massa de peixe podia estar um nadinha mais saborosa.

O pior: ver as pedreiras que é sempre uma facada no coração para quem como eu ama e adora esta Serra; a ausência do bruno impedido por lesão (rápidas melhoras)

Frase que a marca: "anda lá tó que agora já não custa"