ciclismo
Em pleno Alentejo para o aniversário do mano (daí o titulo), nada como uma boa volta de bixicreta para abrir o apetite antes da festividade.
Havia portanto que sair cedo para chegar cedo e estar a postos à hora de almoço. A vontade de pedalar era muita, era mais que muita. Na cabeça algo como fazer três horas e meia ou até um pouquinho mais mantendo a intenção de aumentar gradualmente tempo de pedal.
O sol brilhava alto mas nao estava calor. ao começar a descer para Juromenha, mergulhei num mar de nevoeiro serrado e gélido que me queimou até ao osso. O orvalho acumulava-se por todo o meu corpo pingando de cada saliencia. Os (poucos) carros que passavam por mim pareciam ver um extraterrestre. As vacas indiferentes aos automoveis, seguiam-me com os olhos à minha passagem. Um alien definitivamente.
Pedalava com mais força e cerrava bem os pulsos e o tronco para que o frio não me incomodasse tanto mas era praticamente inutil. Rezava pelas subidas que me permitiam aquecer um pouco, mas esta parte inicial era sobretudo a descer e quanto mais descia mas embrenhado nesta grande nuvem branca de humidade ficava.
Um afluente do Guadiana de aguas escuras, àrvores cinzentas desfolhadas nele mergulhadas, a neblina dois palmos acima, uma cegonha num voo razante sobre a superficie. Que linda fotografia a preto e branco. Um momento unico, uma imagem que nao se ve todos os dias. Demais.
Olhava para o céu e via um ponto branco. O sol nao tinha forças para irromper por entre este monstro cinzento que tudo cobria com o seu manto. Marcamos encontro às 10?
Nos meus braços via os pêlos eriçados cobertos de gotas de àgua e do capacete pingavam outras tantas gotas.
Uma hora depois de partir senti cansaço nas pernas. Ui, a coisa ia ser sofrivel se já estava assim neste momento. Era a factura de uma semana cansativa e intensiva.
Às 10h pontualmente apareceu o astro rei, incentivo para subir até Vila Viçosa mais animado. Contudo percebia perfeitamente que este não era o meu dia. A cabeça queria muito mas as pernas simplesmente não.
Ao percorrer a praça central de Vila Viçosa...
.... virar no castelo à direita e apanhar o carrocel à esquerda. São minutos de plena diversão descendo uma estrada de inclinação reduzida mas que serpenteia a torto e direito para gáudio pessoal.
Mais alguns km voltando à habitual sina deste percurso (estradas que hora sobem ora descem repetidamente - um autentico quebra ritmo, quebra pernas) e aparecia a infindavel recta que me leva até à Terrugem.
Bebericando aqui e ali, já depois de uma buchazinha no papo, sentia agora sim o braço quente do sol aquecer-me o rosto. Mas pouco.
Fui fazendo contas à medida que me aproximava da dita terra. Mais 10 km como pensara inicialmente ou apanhar o caminho mais curto para casa? As pernas responderam por mim.
Chegando ao fim a recompensa nº 1
coca-cola mine e uma sande de parsunte
Depois uma aula de grupo de alongamentos.
Passatempo: descubra os 6 gatos.
E depois ao almoço a recompensa nº 2 com um belo manjar de perdiz, javali assim e javali assado, bem regado a vinho tinto e branco maravilha. Depois uma ginja caseira para ajudar à digestão com um cafézito. Ao fim da tarde umas imperiais com uns camarões e um presunto de chorar por mais.
Hoje (domingo seguinte) ainda tentei mentalizar as pernas que pedalar é muita do bom, mas elas nem pó...
Os dados do garmas aqui
Coincidencia do caraças! A minha mãe é de Vila Viçosa e o meu pai da Terrugem!! Conheço perfeitamente ;-)
ResponderEliminarPS: Os 6 gatos foram "apanhados"