A prova (ou a etapa) mais dura é aquela que nos fica no lembramento para muitos e muitos anos, aquela que nos queixamos a vangloriar por vangloriar, como quem diz que a dor foi insustentável para valorizar o feito glorioso de a concluir.
O frio que queima e faz sofrer, o Sol que seca e faz desidratar, a distância interminável que nos faz acreditar nunca mais ter fim, o esforço previsivel que se torna insustentável.
A maior das subidas, o maior dos obstáculos. As maiores subidas congregadas, os maiores obstáculos congregados. Adamastores e outros horrores....
Mas essa, a tal prova que nos fez duvidar até da continuação, a que nos fez pregar, rezar, amaldiçoar, chorar (não necessariamente por esta ordem) não é a prova mais dura.
A prova mais dura de superar é aquela que nos acontece quando já estamos parados.
Superar uma lesão impeditiva de praticar o que gostamos de praticar é a Mãe de todas as superações, o derradeiro desafio à capacidade do individuo.
E à medida que o tempo passa, adensa-se a força necessária para a sua superação. A desilusão bate à porta e vem de mala às costas para se instalar por uns tempos e o desespero está já confortavelmente vestido com a nossa frustração.
Mas não há volta a dar. Como qualquer outro feito de elevada estirpe desafiadora capaz de fazer tombar o mais forte dos Deuses, também aqui há que continuar.
Remar contra a maré, lutar. Querer vencer o maior dos obstáculos é a maior das superações. Querer curar, sarar, tratar, para fortalecer, voltar, regressar.
Que saudades!
Sejam guerreiros.