quinta-feira, 30 de julho de 2015

O Tour aos meus olhos

 Sim, que se esclareça antes de mais que é aos meus olhos, não vá a estupidez alheia começar a opinar as diarreias do costume só porque determinado blogger diz isto ou diz aquilo.

  O ciclismo desde o tempo em que o acompanho é daquelas modalidades que tem um tremendo encanto, beleza, fascinio tanto para mim, como para os ainda maiores entusiastas que o seguem com maior ou menor dedicação.
  E de entre tantos adjectivos, predicados e determinados aspectos, há um encanto que me encanta particularmente: os adeptos.
  Ao contrário de outras modalidades (pelo menos na sua maioria), o adepto de ciclismo não defende um clube, uma equipa. Não apoia um só ciclista e não vaia outros. Mas vamos por partes: quem é o adepto de ciclismo?
  É aquele senhor senior que em tempos também teve uma bicicleta de estrada e agora revê nos sonhos que os profissionais revelam ao mundo sonhando a realidade, é aquele pai que leva o filho a ver as bicicletas passar (a bicicleta que a seguir à bola ou equiparando à bola deve ser o objecto que mais encanta a pequenada desde tenra idade), é o homem de 40 ou 50 anos de idade que se lembra dos tempos em que via o seu avô participar na corrida da aldeia, que o levava pelos campos sentado no quadro da pasteleira, é a senhora senior que acompanha o marido, é a mãe que acompanha o filho, é a mulher que sempre gostou de bicicletas, são os grupos de jovens entusiastas pelo colorido, pelo desafio de também eles logo depois correrem entre si, são os putos atraidos pelo alarido, enfim, e por aí fora.
  São pacificos, são amistosos, são todos em harmonia partilhando as bermas das estradas, os sofás, as rádios.
  Todos apoiam todos os ciclistas que passam. Todos incentivam, gritam, oferecem bebidas, comida, quem sabe, tudo mais. Outros "apenas" aplaudem. Tudo numa comunhão.
  E esta comunhão acima de qualquer outro predicado é das coisas que mais me fascina no ciclismo.

  Mas aquilo que vi no Tour este ano deixou-me para lá de admirado, deixou-me abismado.
  O Froome vaiado. Vaiado vezes sem conta, dias seguidos, subidas intermináveis. Jogado de urina, cuspido, quase empurrado mas para fora da estrada, braços em manguitos, dedos feios esticados. Eu nem queria acreditar.
  E mais do que não acreditar, não conseguir perceber de onde veio tamanho ódio. É que veja-se nem se tratar de indiferença. Muito bem, poderia um ou outro fã mais acérrimo do(s) seu(s) predilecto(s), ficar indiferente e cruzar braços à passagem do Froome. Não! um auntentico descalabro de raiva  que se abateu sobre o pobre desgraçado. Porquê?
  Podem dizer alguns que tenham sido as noticias lançadas a publico de suspeitas de doping, de motores na bicicleta. Pode ser que toda a gente queria um enorme espectáculo apoteótico e o ciclista gorou-lhes as expectativas logo de cedo e não mais vacilou? Não faço ideia. Mas por este prisma o Contador seria odiado, o Armstrong vencendo o que venceu, seria assassinado, isto sem falar depois no escandalo, E depois analisados os numeros, diz quem o fez que nem sequer as pedaladas do homem da amarela foram mais fortes que as do, só por exemplo, Armstrong.
  E por falar em Armstrong, o que veio fazer ao Tour, desconhece-se. Se convidado como dizem, foi de muito mau gosto. Depois pior, ainda o foram entrevistar, e pior ainda o senhor ainda foi dar o seu bitaite sobre o tema doping. Isto é quase como dizer a um batoteiro das cartas que deixe de jogar mas pode ser ele a dar as cartas. Mas viram o publico correr na sua direcção, daquele que os enganou uma geração inteira? que no país França ganhou o evento, este mesmo, por 7 vezes, que atormentou, ameaçou, trespassou todos os que não estavam do seu lado ou a seu lado e que depois foi condenado e impugnado por tudo o que fez. Então este senhor aparece em pleno Tour e ninguem lhe estica um dedo que seja e o outro que ainda anda a pedalar, que nem acusado foi, apenas julgado suspeito saiba-se lá por que motivo for, é que é o odiado???

   É por demais evidente que o Mundo está a mudar. Muda para pior a cada dia. O Mundo é feito de pessoas e são as pessoas que fazem o Mundo, que estão a mudar cada dia para pior. Chegou ao ciclismo na sua pior vertente.

   O melhor que o Tour teve? foi o Froome ter ganho! e que essa gente ignorante se engasgue no seu próprio ódio, se retrate, agarre numa bicicleta e vá pedalar e que lhe faltem as forças, as mesmas que gastou a apupar quem se esforça, esforçou como os outros.
  Grande Froome, enorme!

sábado, 25 de julho de 2015

Classica SSP

 ciclismo

  Ele há dias de puro prazer. Hoje foi mais um deles.
  A volta previamente combinada era com uma chegada ao alto mas vai daí e já na zona de partida, em cima do joelho, alteraram-se os planos.
  Na companhia do Ferreira e do Viegas, arrancámos como habitualmente a pôr a conversa em dia, mas desta feita rumo à serra. Assim logo pela fresquinha o primeiro desafio era a subir, quando inicialmente era para ser o ultimo.
  De resto, numa toada mais calma mas com serra, foi uma volta com tudo de bom.
  Resumo:
  Uma etapa com tudo! a começar com montanha, depois rolar a rodar em colaboração de todos evitando-se os "bordéus" (houve quem olhasse de soslaio para umas profissionais de bordéus mas que agora trabalham outdoor), depois uma visita a uma capelinha onde alguém quis ficar a ver se dava para casamento, casamento que encontrámos a meio da subida mais épica, clássica, fantástica e colossal que já fiz cá na terra, metade pavê, metade coise (nao vou dizer, fica só para quem la foi), e a terminar com mais pave na subida até ao Castelo, mesmo até ao nó. Subir mais só se fosse para o 1º andar da Pousada mas não deixaram.
Que bela tirada
  

 Classica SPP: Setubal, Sesimbra, Palmela

domingo, 19 de julho de 2015

Não sejas ovelha...

... bebe B-Groselha.

  Assim dizia o anuncio. E com isto introduzo o pensamento do dia:

  Se uma (ou mais no caso de cada ovelha) rapariga, na condução do seu automóvel, passar por ti na tua bicicleta e mirar-te por mais de 3 segundos (o que ja seria um recorde do outro Mundo. Diz que 2 segundos é o máximo), não sejas ovelha, porque possivelmente o que se está a passar é:

  a) também é cicilista e não está a olhar para ti mas sim para a tua bicicleta;
  b) está a ver o quão ridicula é a figura que fazes com calções de lycra e um cogumelo na cabeça;
  c) a conjugação (combinação na gíria feminina) de cores horriveis que levas vestidas;
  d) que também se esqueceu de ir fazer a depilação - se tiveres pelos nas pernas
  e) que quem dera ja ter a depilação feita e estar agora a caminho da praia - se não tiveres pelos nas pernas;
  f) que não está a ver nada e olhar para ali é um mero fruto do acaso e coincidencia;
  g) que é um perigo "estas coisas fininhas" andarem na estrada;
  h) que "lá vão os homens e a sua interminável testosterona a quererem mostrar que são mais fortes que o do lado"
 

   Já viste o Brad Clooney em cima de alguma bicicleta??? então não sejas ovelha


descompressão - À procura da Jardia errada

 Depois do dia de ontem e novamente a solo, hoje havia que recuperar e nada melhor que uma volta perto de 2 horas somente para rolar, para esse efeito.
 Assim saindo uma hora mais tarde e sem destino, e sem vontade de improvisar (descompressão total) só podia dar mesmo asneira.

  Se ir é fácil, voltar sem querer ser pelo mesmo caminho ou pelos habituais, leva a cabeça a fazer asneira. Dei por mim pelos lados de Azeitão a seguir as placas que diziam Jardia.
  Isto deve ir dar a algum lado, pensava eu, se calhar lá para os lados do Pinhal Novo onde conheço uma Jardia (completamente alucinado este pensamento).
  Lá fui indo, indo por meio de um bairro de vivendas e tal, a achar a coisa cada vez mais estranha até que chego a um ponto em que o alcatrão acaba e só há terra batida para a esquerda e para a direita.
  Ao meu lado uma nova edificação ainda por terminar, pouco mais que 4 moradias geminadas, a ostentarem um enorme cartaz: JARDIA - Apartamentos!

  Fantástico.

  Experimentei uma das minhas barras caseiras. 5 estrelas no sabor e mastigação. Quanto ao aporte energético, a análise tem de ficar para outro dia porque hoje foi mesmo só "rólár"

sábado, 18 de julho de 2015

um passo adiante

  Ainda o pedal de hoje:

  Fiz uma volta com 2 sandes,uma banana e um bidon de iso-qualquer coisa contra dois de agua (sim, ingeri em liquidos 3x750ml, ou seja, pouco mais de dois litros). Nada de barras energéticas ou geis ou outros aportes, à parte do bidon iso-coiso (sais minerais e algo mais com este calor são indispensáveis).
  E por esta bitola tenho lutado evitar o sabe-se lá o quê que vem embalado embustado com que consequências para o corpo. Matar não mata, se calhar mal também não fazem, mas certamente que bem também não devem fazer (somando os açucares, grassas e principalmente os ingredientes cujos nomes nem sei pronunciar nem de que àrvore ou planta derivam).
  Guardarei essas "bombas" s.o.s. para provas ou momentos efectivamente delicados.
 
  Vai daí pus-me na cozinha a inventar qualquer coisinha que pudesse ir mais alem de sandes. Algo rico em ingredientes ricos em energia, mas com sabor.
   E surgiram estas barras de dois sabores distintos, quase quase naturais (faltou um bocadinho assim, mas será remediado da próxima, garanto).



A receita? top secret. De sabor estão óptimas agora é só testar na estrada!


  Algo que nunca pensara fazer na vida.

What´s cooking??


A cru sabem bem. Veremos....


20 min


Vendas Novas H.O.

 Sábado, 18 de Julho
 ciclismo

  Rais parta se eu ficava esta manhã em casa. Com vontade de sair desde domingo passado, não deixa de ser curioso que ao acordar não sentia aquela pica. Vontade sim, mas faltava aquela coisa.... bem, isso fica para explicar outro dia.

  Sai a solo e decidido a fazer uma boa volta (boa entenda-se minimo 4h) e esticar um bocado. Pouco depois de começar, vêm aquelas coisas, as dúvidas, as incertezas. São coisas que às vezes (muitas vezes) passam pela cabeça dos ciclistas.
  Às primeiras pedaladas colocava todo um mundo em questão: de onde veio este vento, isto assim vai custar, as pernas hoje não estão, o estomago está meio azuado, não sinto aquela energia das semanas anteriores, etc, etc. Um manancial de lamentações que até a mim próprio na altura estava a cansar.
  Tempo portanto para desligar aquele interruptor, o que faz a cabeça pensar demais ou pensar naquilo que não deve pensar. Enchia-a de "shup up legs" e de lembranças do seu autor. Forrei-me a vontade, a força e a pensar que quando quebrasse teria o bom remedio de me arrastar em sofrimento até casa, sem estar aqui a sofrer por antecipação.
  E se assim me fui convencendo (apesar de alguns ecos no fundo do cerebelo que para quem não sabe é uma coisa que fica por debaixo do cabelo mas um pouco mais ao fundo).
 
   Uma bela manhã a solo

  

   Continuo com muito boas sensações  mas hoje que forcei, forcei com o vento a atrapalhar, não foi tarefa fácil.
   Gosto particularmente do ponto 1 (30,1) que é para nao ser 29,9 ou 30 à rasquinha.


quarta-feira, 15 de julho de 2015

Quando for grande...

 Nunca soube, não me lembra, não tenho presente. À excepção daquela fantasia de um dia ser jogador de futebol, e nem essa na tenrinha idade, não tenho por memória de qualquer relato sobre a profissão que desejaria ter.
  A minha querida mãe por vezes alvitra umas quantas proliferações, mas ainda assim não fazem soar sinos que acordem desejos da pequenez.
  Não, definitivamente que não.

   E mesmo anos foram passando e a indefinição manteve-se bem instalada, sentada de poltrona, ofuscando qualquer orientação profissional que pudesse desejar ser, ter.
  Nos anos mais recentes, algumas coisas foram clarificando, mais principalmente ao que não gostaria de ser, e não só também o conformismo de não ter esse rumo (tantas vezes observado em amigos, companheiros, figuras publicas, entre outros, quase chegando a não compreender como não sentir o mesmo, essa aptidão e paixão para a profissão da vida), acabou por nunca me atrapalhar dia após dia.

  O que queres ser quando fores grande? o que dizias que querias ser quando fosses grande? o que gostavas de ser agora em grande?
  Sei lá, quem quer saber? para quê?
 
  Hoje mais importante de saber o que quero ser, é saber o que sou e o que sou, sinto-o em cada milimetro do meu corpo, da minha mente e com todo o meu coração.
  A minha profissão?? o que é que isso tem a ver??

Em homenagem ao Rui Costa e a todos ciclistas, desportistas, pessoas em geral que em determinado dia tenham aquele malfadado dia.

domingo, 12 de julho de 2015

com e sem eles

 No sábado não pude sair :-(  A vontade era mais que muita mas outros imperativos se levantaram. Sem problema.
 No domingo, a coisa estava aqui acumulada e tive que ir soltá-la.
 Pela manhãzinha esperavam-me o Joao moido de ontem e o Helio regressado de outros tempos.
 Demos uma volta, conversa em dia, pedalada aqui e ali. O João ficou em casa cedo e o Helio para lá foi pouco depois.
 Eu resolvi continuar. Ainda era cedo, ainda estava cheio dela, a manhã estava optima não fosse o filho da p$#%&#" do vento que quando vinha de frente dava-me que fazer.

  Depois de passar pelas brigadas todas da GNR que estiveram na rua, voltei para casa. Sempre a dar, sempre a dar.
  Não sei o que me andam a pôr na àgua, mas ando cá com umas ganas...

quarta-feira, 8 de julho de 2015

ao blog semanal

 Nem só de fim-de-semana vive este blog. Mas nos ultimos tempos até tem sido assim.
 O tempo, lá está aquela velha máxima dos tempos modernos (velha porque é a desculpa de toda a gente para tudo o que se tenha por necessidade desculpar), não tem permitido?
  Pois efectivamente não tem abonado a favor. Mas se o tempo é o mesmo, 24 horas diárias, e se deixa de haver tempo, então é porque o tempo está a ser utilizado em outros gastos que em tempos não o gastavam. Xii, que converseta.

   Bem, a fisioterapia tem levado uma boa fatia dele mas a coisa vai melhorando e a asa está quase fina;
  O preparo de umas playlist´s para o cycling\spinning também consome, consome;
  Depois ele há mais uma ou outra coisita menor.
  Tudo somado dá-se a falta de tempo e o blog é logo dos primeiros a pagar. Não que mereça, não. Mas as semanas iam passando e eu a prometer a mim próprio dar-lhe esta atenção semanal.
  Hoje cá estou.

   O Tour segue ao rubro e confesso que engulo as minhas palavras quando dizia que a primeira semana era para encher xórisses e que deveriam colocar os olhos no Giro para ver como se fazem 3 semanas de luta pura e dura. Com sorte ou sem ela, vá de lá a opinião de cada um, com a colaboração dos infortunios e acontecimentos vários, esta primeira semana tem sido electrizante e monotonia nem sombras.
  Mas não é do Tour que venho (pelo menos hoje) para aqui escrever. Já há tanto blog de opinião e informação da matéria que não vale a pena ser mais um na molhada.

   Assim como assim, já nem é preciso escrever sobre mais nada. Já leva o seu tamanhinho e nao vá querer-se aborrecer a leitura.
   Por mim, ainda que a largar aqui alguma palha, já fica meio dever cumprido. Sim que isto de escrever só por escrever é coisa de jornalista de edição diária, e não trás emoção.

   Ah mas o tempo....

domingo, 5 de julho de 2015

Sintra + dia seguinte

 Sábado

  Depois de algumas tentativas, chegou finalmente o dia de rumar até Sintra para pedalar em terra alheia.

  Bem recebidos pela hospitalidade e simpatia local, fomos brindados por um belo traçado que incluiu passagem pelos lugares mais emblemáticos da zona assim como os menos conhecidos mas tão ou mais agradáveis.
  Boas subidas, boas descidas, ritmo tranquilo. Conversa aqui, conversa ali, de tudo um pouco vem à baila mas foi o tema dos enlatados que mais alguma excitação criou no quinteto, mas é na pessoa do mestre Viegas que o assunto das "conservas" mais ganha expressão, perto de 3 horas mais propriamente "conservando".
  Ja de regresso em plena marginal Cascais\Estoril\Carcavelos a ver as praias da zona e a pensar que nunca nos meus mais expontaneos ou profundos pensamentos me ocorrera pedalar em tal sitio.



  A rapaziada queria regressar cedo e por isso cedo se começou para cedo acabar. A alvorada perto das 5:30 da manhã começou a fazer moça lá para as duas da tarde.
  A repetir um dia!


 Domingo

   Por falta de alongar na véspera (que erro) os músculos "agarraram" e quando o despertador tocou, a primeira reacção foi de cansaço.
   Entre uma colherada de cereais com yogurte via o vento chicotear lá fora e a segunda reacção do dia foi pensar em não sair.
    Mas vai daí e porque não estava cá para mariquisses sai e:
     esqueci-me das luvas
     - então só tens a ganhar: mais leve e arejado vais;
     está vento
     - então pedala com mais força. Só tens a ganhar;
      tenho que estar cedo em casa
     - então pedala mais depressa
      isto de pedalar a solo agora até parece aborrecido
      - então pedala com mais vigor para te entreteres

    Os ares de Sintra devem-me ter feito bem....

    

   * volta desenhada meio ao calhas à medida que avançava no terreno.