segunda-feira, 28 de abril de 2014

Granfondo Evora 2014

  domingo 27 de Abril de 2014

  Três atletas a fazerem-se à estrada, primeiro à auto-estrada até Evora.
  Uma madrugadazita pelo motivo do costume: o prazer de pedalar.
  Eu, turtle e um inesperado russo que à ultima da hora substituiu o barbosa corredor com uma entorse num pé.
  À chegada ja os cerca de mil e tais por ali deambulavam. Era ver a azafama junto das viaturas com as bicicletas ao lado e os ultimos preparos que incluem um streap masculino numeroso em via publica e aquela ultima órina mesmo ali ao lado da porta de trás do carro. Os mais nervosos de tripa afoitaram-se a um wc para se aliviarem.

  À hora marcada ou perto disso já o Templo de Diana estava cercado (local de partida e já agora o de chegada também). Um belo simbolo e patrimonio para acolher este desafio. Uma fresquinha fez-nos ir para o Sol enquanto falavam as figuras da terra (Organização, Presidente da Camara, etc).

  Começar a rolar com juizo e gerir. Chegar ao fim se o joelho deixar. Estes eram os meus principios e esperava eu, os meus fins.
  Ao turtle afogava-se-lhe a cabeça em duvidas, tentado pelos 170km para os quais estavamos inscritos mas a que prontamente me neguei (se duas semanas antes em 120 o joelho falhou...). Dizia ele que o cansaço recomendava-lhe os 90km mas a vontade... pois, a vontade.
  Ao russo as recomendações habituais de quem por norma não pedala estas tiradas: gere os esforço, bebe, come, vai no teu ritmo, apanha um grupo com o teu andamento, deixa a chave do carro connosco para não ficarmos a secar até chegares...

   Partida.
   Minutos depois eu e o turtle estamos num grupo de "vacas" (uns tais de mumus, uma equipa com jerseys tresmalhados). O ritmo é agradável mas percebo que talvez um pouco demasiado para a minha condição. Deixo-me ir porque está a saber bem. Chega-se a rolar a quarentas e tais à hora, de tal forma que os primeiros 30 são feitos num tirinho.
   O turtle quer órinar. Paramos. Perdemos as vacas. Sem problemas. Grupos é o que não faltam. Estão sempre a passar.
   Adiante eu queero órina. Paramos e depois do arranque levanta-se a dúvida: e o russo? o turtle teima que ele ja la vai. Eu teimo que ele está para trás. Impossivel de aguentar este ritmo dizia eu. Ele rebenta se vai assim.
  turtle insiste e tira um alvo no fundo do horizonte: é ele que vai ali. E cisma de o apanhar. Eu desisto. Soava o alarme e o joelho começara o seu recital. Faço-lhe sinal que continue. Ele vai. Lentamente vejo-o a sumir-se na minha frente no alcatrão extenso das rectas intermináveis do Alentejo.
   Já viráramos para os 90. O vento que vinha pelas costas (pois por isso sabia tão bem rolar) soprava mais forte mas agora de lado.
   Perto dos quarentas e tais senti uma quebra. Era o joelho, era o vento, era o psicológico. Mas minutos depois renasci.
   Apanhei um minu-bus. Uma rapariga e dois rapazes. Pedalava-se bem. Cadências certinhas. Seguiam uma "lebre" que seguia uns metros mais adiante. Poucos. Tinha o equipamento igual ao da rapariga. Uma "lebre" portanto. Iamo-nos revezando mas eu nao arriscava tomar a dianteira e cheguei mesmo a ficar sempre em ultimo para não atrapalhar. Cai um "tordo". Um furo. Não quis ajuda. Ficou-se.
  A rapariga puxa agora destemida. O outro não colabora. A "lebre" fugiu e já vai lá bem mais longe.
  Cai o outro tordo e fico só com a rapariga. Bem, estava na hora de colaborar ou ficar. Não sendo orgulho mas não sentia justiça naquela posição.
  Decidi meter um gel novo. Caganda "coice de mula". Despertei para a vida. Parecia penincilina directa no coração. Sentia-me um touro.
   Nova virada à esquerda e o vento agora fica de frente. Vamo-nos revesando. Ela nas rectas e descidas, eu sempre que a estrada inclinava positivamente. Até que começa a ficar no elástico. Vem-me a dúvida: abrando ou vou sozinho de peito ao vento? Vou na minha.
   O elástico parte. A rapariga ficou-se para trás. Já não passam grupos. Estou sozinho. começo a apanhar ciclistas. Não sei quantos km faltam. Prefiro não ver e disfrutar da brutidade que me assola as pernas. Vou apanhando "milhafres feridos nas asas" aqui e ali. faço-lhes sinal para colarem na minha roda. Seguiriamos todos juntos. Numguém fica. Nem sequer poisam. 30km. Uma placa de estrada anuncia a distância para a cidade fim de rota. Não queria dizer que faltassem 30 pois o traçado podia levar-nos a abandonar essa estrada.
  Mais adiante a "lebre". Seguia lá no horizonte. E mais um e outro e outro. Um desses parecia o turle. Fui-me aproximando. Não era.
  Evora 18. Já se avistava ao longe. Verifiquei o meu gps "garmas". Sim faltava pouco mais que isso. Como me sentia? rijo que nem um pêro. Fresquíssimo. Sempre em alta rotação. Chegara a hora de dar o resto. E agora era a subir. Pouquinho que subidas dignas de nome nem vê-las..
   Tinha agora momentos em que me sentia como que drogado. Invadido por uma sensação estranha qualquer que me fazia pedalar com veemencia. Caganda coice de mula, era só o que conseguia pensar.

  5 para o fim e eu nao vassilava, A chegar à cidade vem sempre aquela força adicional. As pessoas puxam, batem palmas, incentivam. Os membros da Organização também. Os policias também. (foi sempre uma constante a presença de elementos da Org e da PSP. Muitos sempre na estrada a assegurarem que não havia azares. Fantástico por isso).
   Aceno com o braço. Estou louco. Sinto força inesgotável. Peço apoio do público com movimentos fortes com o braço. O publico acede frenéticamente e toda a gente grita e bate palmas. Uma rotunda e depois outra e entra-se na parede final: a subida até ao Templo. Primeiro em alcatrão, depois um empedrado. Parece pavê. A coisa inclina à bruta. Ufff, que sufoco. Dou tudo. Corto a meta. Respiro.
   Um minuto depois acordo. Está ali o turtle já.... e o russo. AHAHAHAH. O gajo chegou primeiro que nós!!!

   O local da partida.... e da chegada, num momento de tranquilidade ainda.


    Uma prova muito bem organizada, começando e acabando na segurança a toda a prova. Um traçado bonito e agradavel (excluindo o vento) que peca pela ausencia de subidas (o mesmo nao se poderá dizer se calhar dos 170km).
   Os banhos impecaveis em excelentes condiçoes. Apenas pecou o almoço que apesar de saboroso, não é o que me habituou o btt. Os 35 euros de inscrição justificavam mais, não sei se desculpáveis pela oferta do jersey.

   Uma bela manhã. Que o joelho me deixe ir aos 170 da próxima!
   Já se fala na Serra da Estrela, 4.000 de acumulado ????!!!!!! São loucos.


   Um dia que vá para estes lados, é para repetir porque o track fica aqui.

sábado, 26 de abril de 2014

Nada é q não é nada

 Semana mais reduzida em carga fisica, isto depois de um fim-de-semana pascoado muito parado no mesmo campo.
 Ontem o feriado foi só para rolar um pouco. A vontade também não queria mais. Realmente quando a cabeça mete uma na ideia, o corpo já não sai de lá.

   E por meter uma na ideia, o GranFondo teve de ser alterado à ultima da hora. O joelho não vai permitir grans pedaladas e para não levar falta de comparência, terei de me contentar com o mediofondo :-(

  Tudo a postos, falta janta cedinho, uma sossega e cama cedinho que amanhã a alvorada é cedinho também. O turtle e o russe também vão.

 

domingo, 13 de abril de 2014

Etapa Rainha

 Ciclismo

  Em vésperas de Paris Roubaix, este pareceu-me um titulo indicado para uma javardeira bem pensada mas mal executada.
  A ideia principal era acabar com serra no fim. Durante a semana fora ao alto com o turtle e tivera boas sensações pelo que me pareceu uma boa tirada como treino antes do Granfondo.

   Assim fiz-me com a Foil para os lados de Pegões, pelo caminho do interior. Pela primeira vez cruzei-me com muita gente na recta do Poceirão.
   Tudo tranquilo até à rotunda de Pegões onde chegava a hora de virar para trás. Rodava bem, sentia-me bem e a média ia-se mantendo nuns 27km\h o que não deixava de me surpreender.
    As mulheres das cadeiras estavam a safar-se. O negocio hoje corria-lhes bem.
 
   Ao chegar a Setubal a dúvida: ficar já por ali? subir à serra?
   Já sentia algum cansaço sim e as pernas já acusavam um certo esforço, mas não queria deixar de tentar mas sem abusar. Olhei para os km efectuados e não devo ter feito bem as contas. Nisto vai e vejo que a bela da média continuava nos 27. Nada mau para aquilo que costumo fazer mas logo ali lembro-me de ter pensado que iria pagar isto mais tarde.

   Oh se isso foi certinho e pago e bem pago. A subida ao alto foi já lenta e sem grandes pressas e depois da perna se habituar até se fez. O pior estava para vir depois. Sem mais comida e sem dinheiro, senti-me a ir a zeros. Já nem a água entrava e de Azeitão até Setubal foi um arrasto que metia dó.
  Quase parado a subir as Necessidades e da Aldeia Grande em diante quase a jurar que nunca mais pedalava. Faz muito tempo que não levava uma ensaboadela destas.

  Dados do garmas aqui http://connect.garmin.com/activity/478817272

    Muita agua fria no banho e vinho branco frio no copo ao almoço foi o que me valeu para recuperar.

quarta-feira, 9 de abril de 2014

treino semanal

 Xeiiissss, final da tarde e um sol ainda de matar. Deixa lá o gináse e vai de subir à serra com o turtle. Ainda ambos a ressacar da tirada horrenda de sábado, soube mais que bem os primeiros raios de sol que se sentem tanto no rosto como na alma, e aquela brisa fresquinha e aromática que vem expirada do pulmão da Arrábida. Simplesmente deliciosa!

 Depois? depois foi a dar por Azeitão onde um soice apanhou boleia na nossa cauda e foi varrer até Palmela em filinha pirilau, com o vento a bater de frente mas menos forte que nos ultimos tempos.
  Ao alto da vila, foi apanhar um outro mini-grupo entre-rotundas ao que na passada disse a um deles:
   - bóoora caraaaago*** (mais ou menos carago, pode nao ter sido bem o termo) - acompanhado de um bruto aceno de pescoço a indicar a direcção de que pá frente a todo o gás é que era caminho.
  O soice com cara de morto esboçou um sorriso e pareceu renascer da cova.
  O turtle que não se apercebeu disto estranhava o "animal" colado na gente
  Os outros dois compadres também sem saberem que bicho mordera no morto-vivo amarraram a corda para seguir a reboque.
   A passar na Volta da Pedra a 220 km\h na boinha, seguiamos loucos. O turtle e os outros continuavam sem perceber e uma especie de picanço estava armada. Eu ria que nem um perdido e quando conseguia ainda ia à frente dar mais coice à coisa. Mas o morto-vivo e o turle estavam desalmados...
Os automobilistas sem perceberem viam bicicletas desenfráiadas a passar pla esquerda, pla direita, à frente, atrás... Houve mesmo um soice de um Clio que nem sabia bem o que fazer à vida e decidiu deixar-se ir tal a intimidação que a "manada" de "mosquiteiros" causava na estrada. Agradeci-lhe com um aceno ao passar por ele, pela sua cuidadosa decisão!
   Meta na Bikezone, sprint final, turtle atira-se pá frentex que nem um louco e aumenta a velocidade para 50 km\h. Já ia tudo roxo e.... MANDO UM GRITO: o sóice a quem fizera sinal em Palmela olha para trás. Estico o dedo, faço sinal de fixe e dou-lhe um obrigado por este momento, obrigado por teres alinhado. Largou um sorriso, assentiu que sim com a cabeça e devolveu o mesmo fixe!


  Muita bom!!! (atenção crianças com o trânsito, isto não é um bom exemplo nem para fazerem sequer com o acompanhamento dos vossos pais).

segunda-feira, 7 de abril de 2014

Peadelo em Barreiro Street

Ciclismo
05 de Abril de 2014

 A pior volta de sempre. Nem merece relato por aí adiante. Dois parolos sem muita vontade de pedalar e sem nenhuma imaginação, acabam por dar de fronhas no Barreiro e em todo o redor.
 Trânsito, sempre muito trânsito, uma paisagem nostálgica de outros tempos mas nao por isso agradável, um Sol que nunca apareceu, umas pernas que teimaram em acordar...
  Enfim, daqueles dias em que se diz mais valia não ter ido pedalar.

  Ficam aqui os dados mesmo só para ver o boneco no mapa.

  http://connect.garmin.com/activity/475500617