segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Troia - Sagres 2013

A incerteza vivida nos últimos meses mantinha-se presente firmemente na minha cabeça. O quadro clínico traçado uma semana antes não agoirava um dia pleno.
  Deitei-me com ela, dormi com ela, levantei-me com ela e levei-a comigo em cada minuto do dia. E foi esse minuto a minuto, talvez, o meu maior tormento.
  Tudo começou ainda nas férias quando no último de três treinos alentejanos o joelho direito acusou dor. Salto no tempo até ao sábado passado poupando a lenga lenga habitual das lamurias lesativas. Já bem farto delas estou na vida, não vale a pena perder tempo a escreve-las e le-las.
   Já naquela altura o assunto Tróia-Sagres saltitava entre conversas. Ao que parece o evento em questão é para muitos uma espécie de objectivo principal do ano. É visto como prova onde só os duros se aventuram, uma jornada épica que pode durar entre seis a oito horas, mais ou menos consoante a capacidade individual (ou de grupo) de cada um.
   Não é de espantar portanto que este ingrediente apimente a curiosidade e a vontade preponderando a tendência para o aglomerado que o ser humano em geral tem para coisas do género, e às seis da manhã era ver o acondicionamento do parque automóvel da zona de embarque dos Ferry´s em Setúbal a encher, alimentado por um filão de carros, carrinhas, autocarros, peões com bicicleta na mão, ciclistas, tal formigas de volta do formigueiro. Um autêntico frenesim a que só três ou quatro barcos darão vazão até que todos tenham alcançado a outra margem do rio azul que em certos dias tem a mesma cor do céu.
   Outros há que vêm de Este e de Sul ao que é perfeitamente normal que também a outra margem vindime cachos e cachos de participantes que se juntam aos mosto que os “grandes barris” Ferry´s vão descarregando em Soltroia.

   Não há organização. Não se trata de uma prova nem de um passeio ou de qualquer outro tipo de evento. É simplesmente um movimento que tem crescido no tempo e no número de intervenientes ano após ano. Começou com um apenas. Hoje há quem sublinhe serem mais de 3 milhares. É impossível contabilizar.
   Aquilo que foi e é a causa honrosa de um homem, virou a de muitos. Certamente que os motivos que levam os milhares a participar serão os mais diversos, tal não seja que provavelmente uma pequena minoria nem saberá a origem de todo este aglomerado.
   Não há hora de partida. Não há uma linha de partida pintada no alcatrão. Não há insufláveis, nem placards de publicidade. Não há musica em altos berros nem em baixos. Não há um megafone a gritar instruções. Nada.
   No escuro da noite vão brotando das bermas para a estrada pirilampos formando um afluente longo, interminável e iluminado de ínfimas luzes brancas e vermelhas intermitentes ou permanentes.
   A impaciência rapidamente é transformada em pedaladas firmes. O som é o de enxame enorme. É ouvir as correntes a rolar nos carretos, as mudanças a estalar, os cubos a zunir. Uma sinfonia que bem poderia ser de uma orquestra em ensaio ainda nos preparos de afinação.
  A estrada está repleta. É ver ciclistas a perder de vista até ao horizonte. Ainda que seja noite cerrada já se distiguem as suas silhuetas contra os primeiros sinais do raiar do dia.
   Cheira a campo e praia e a águas de lodo. Está frio. É ve-los forrados a lycra e similares da cabeça aos pés a acotovelarem-se uns aos outros esfregando as mãos, reforçando o fecho dos zippos que já nos limites dos seus limites não fecham mais. Ombros tensos arrebitados para cima apertando os pescoços. Alguns há que nem a cor da pele se vê, apenas o branco dos olhos. Raros como eu aventuram-se em calções.
   A faixa de rodagem está completamente ocupada. De quando em quando um automóvel inrompe pelo meio. São na maioria as viaturas de apoio que se vão adiantar no terreno e parar em locais previamente estabelecidos consoante a vontade dos ciclistas que vão apoiar. Outros incompreensível e desagradavelmente seguem atrás do seu grupo.
   Três ou quatro quilómetros mais abaixo e ainda se vêm carros nas bermas e até autocarros ainda a descarregar mais ciclistas.
     Em sentido contrário o transito não é menor. São os que vêm de outras paragens. Seguem para a ponta da península. Fazem sinais de luzes, buzinam e alguns mais afoitos até assomam pelas janelas e emitem gritos de incentivo para os que já iniciaram aquilo que eles também irão iniciar dentro em pouco.

   A seguir serão horas intermináveis em cima de uma bicicleta. Rectas sem fim, o perpetuar do movimento de pedalar, o nunca mais alcançar um horizonte que quanto mais se pedala na sua direcção mais longe fica. Mais cedo ou mais tarde as conversas animadas, os sorrisos e as gargalhadas darão lugar ao silêncio. Vão-se esbater contra o esforço de um dia que será longo. E até as gargantas mais afoitas daqueles que gostam de se mostrar presentes serão engolidas pelo espectro do tempo a passar lento.
  Aos olhos da alma apenas chegarão os sopros do vento que não lhes darão tréguas por um segundo que seja e serão por ele permanentemente fustigados até a levarem à surdez.
  É nesse momento que deixo de ouvir, de sentir, de pensar e de ser. Apenas as pernas movimentam. Quando voltar a escutar estarei em Sagres. Ouvirei o som do apertar de abraços, do pousar das bicicletas, dos sorrisos, da dor, do alivio, da sensação de dever cumprido.

sábado, 21 de dezembro de 2013

Planando baixinho invertido

Ciclismo

Dia para esticar as pernas depois dos 200km da semana passada.
Para tal escolhi uma volta antiga com 77km aproximadamente.
Não sei bem porque decidi na ultima da hora virar à esquerda e não à direita e como resultado acabei por fazer o trajecto invertido. Dai o nome.
A outra parte do nome prende-se com o facto de certo dia, em Agosto de 2010, ter feito esta volta numa toada forte em que no final a média foi de 27km\h. Planando baixinho pareceu-me indicado.
 Hoje, 3 anos depois faço-a ao contrário quando precisamente a única vez que a fiz nesse sentido foi também à 3 anos em Dezembro (12). E 3 anos depois constato que estou praticamente na mesma, pelo menos no que respeita a velocidade média.

http://connect.garmin.com/activity/comparison?activityId=418068263&activityId2=59499815


A manhã estava esplêndida de Sol. Um luxo por estes dias frios de Dezembro que com a roupinha correcta nem se sente.

Quando pedalo sinto. Quando sinto vejo. Quando sinto cheiro. Quando sinto penso.
Hoje senti e lembrei os cheiros. E quando pedalo cheira ao orvalho da manhã, cheira a terra molhada, cheira a terra batida, cheira a pequeno-almoço, cheira a almoço, cheira a roupa lavada, cheira a alcatrão novo, cheira a estrume, cheira a adubo, cheira a suor, cheira a flores e mato e àrvores de fruto, cheira a animais e aos seus currais, cheira a perfume de mulher que sai dos carros, cheira a baunilha de aromatizar os carros, cheira a escape, cheira ao mosto do vinho, cheira a pão acabado de fazer, cheira a ervas aromáticas, cheira a taberna, cheira a tabaco.
Quando pedalo, cheiro. Quando cheiro sinto. Quando pedalo sinto-me vivo!

 

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

dia de blogar

Quando a gente anda tão ocupada, o blog é que pagaaaa. O blog é que pagaaaaa. Mas não o deixa pagar, não deixa pagar....
  Parece o Tony Variações.
  Ainda falta aqui o Troia-Sagres. Está na forja quase quase a sair.

   Hoje blogo mais simples pois o tempo anda escasso mas não queria deixar passar mais um dia que fosse sem postar aqui uma qualquer posta!
  Portanto ei-la.
  Os treinos têm andado assim assim. Com isto de dar umas aulas de spin penalizou-se algum do tempo para os treinos pessoais mas tudo há-de recompor-se e se Deus quiser com o Natal à porta, haverão mais dias para pedalar na rua.
   Upa upa.

    Bons sonos porque o descansar é muito importante para recuperar!

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Amanhã é dia de romaria

 Chegou aquele dia mitico.
 Faz tempo a esta parte que não se houve outra conversa senão sobre ele, isto claro está, entre praticantes da modalidade.
  É dia de TS. Um longo dia em que se dá uma enorme romaria de Troia até Sagres.

  Este ano os joelhos atraiçoaram e atraiçoam-me. A preparação física está aquém aliado ao diagnóstico clinico, resta-me pedalar enquanto for possivel e numa cadência mais tranquila.

   Preparos:
 
  1 - comida: 3 mini latas de coca-cola
        2 geis
        4 barras energeticas
        2 sandes presunto
        1 sandes de manteiga amendoim e chocolate
        1 sandes de queijo
        2 bananas
        2 bidons (um de agua outro de Isostar)
        1 bidon suplente com pó Isostar (para juntar agua)
        1 sopa

  2 - roupa
        a de clismo que ja vai no corpo (inclui luvas e capacete)
        uma muda caso seja necessario (uma peça de cada)
        roupa normal para vestir no fim (inclui um casaco)
        toalha + toalhetes humidos para banho a seco
   
  3 - acessorios
       mp3
       gps
       kit ferramentas
       bomba ar
       3 camaras de ar

    E é isto.
    Jantar massa, pequeno almoço às 05:00 da manhã de massa.
    Barco às 06:15h
           

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

O Rei dos Batoteiros

Ontem (domingo) fui ao cinema. Fui ver "A mentira de Armstrong", um documentário que retrata o escandalo do doping do mais mediático ciclista de todos os tempos.
 Posso dizer que fiquei algo desiludido.
 Senti o filme todo que o realizador tem aquela mesmíssima dúvida que me acompanha sempre que surge um caso de doping. Primeiro o descrédito na modalidade, depois o deixa para lá. Porquê? Passo a explicar:
 - a forma que tenho de estar no desporto e em tudo na vida, prende-se sempre muito com o gosto de fazer, estar, agir. A injustiça, a desigualdade, o desfavorecimento, a mentira, a batota são conceitos feios e horrendos que combinados com os individuos que pretendem ganhar a todo o custo, tornam-os em animais, bestas sem escrupulos.
 Este tema dava uma enorme composição para a qual nao estou nem para aí virado. Portanto limito-me a falar do do caso do ciclismo e do Armstrong, objecto central do filme.
  Armstrong ganhou 7 vezes o Tour. Nunca foi apanhado em controlo positivo de doping ou se foi, nunca soubemos. A questão é: e os outros não estavam? Resumidamente Armstrong acabou por ser o batoteiro dos batoteiros ao que juntou provavelmente as grandes capacidades fisicas que tinha e ter ainda a capacidade de reunir provavelmente os melhores técnicos e médicos ligados ao ramo. Todos os anos há casos de doping. Todos os amantes e acompanhantes do desporto sabem que este está carregado de doping até à raiz dos cabelos. Não é nem nunca vai ser limpo. A industria do doping gera milhoes que lhe permitem ir sempre à frente dos controlos de despiste financiados (pouco e se calhar propositadamente) pelas entidades oficiais. É uma luta desigual.
  Mas voltando à vaca fria: se estão todos dopados, se são todos batoteiros, então o rei dos batoteiros é Armstrong e é agora veemente atacado como um marginal. Então não deveriam ser todos? Ah pois deviam.
  Aqui a pequeníssima diferença é que, dizem algumas fontes tais como ex-colegas e até o próprio, que Armstrong seria o maior sem escrupulos quando alguém se lhe opunha, ao que chegou a dar cabo da vida de umas quantas pessoas. Se estas mereciam ou nao e em que contornos, desconheço. Mas nisto parece que Armstrong era efectivamente um canalha.
   Ora esse comportamento é para mim punivel até à ultima consequencia. O doping? para mim são todos batoteiros e assumo o espectáculo partindo desse principio.

    Quando soube deste documentário fui ve-lo, confesso, com vontade de um julgamento em asta publica: um linchamento com sangue a escorrer de todos os poros do Rei dos Batoteiros, não pelo doping, mas por aquele poder que Armstrong tinha (ganhou\deram\arranjou). Mas depois de dentro de mim, sai aquele sentimento de humanidade que às vezes até me irrita e por vezes tanto baralha: o perdão, a capacidade de misericórdia. Ao ver o filme percebe-se que o realizador tinha inicialmente a ideia de um filme apoteótico para a ressurreição do Deus Armstrong. Depois, nao ganhando este o Tour de 2009 e provavelmente com acesso a alguma informação\rumores sobre o escandalo que ai vinha, o realizador meteu o filme na gaveta até ver... No fim, acabou por fazer de um documentário sobre um herói, uma manta de retalhos sem raciocinio nem opinião nem visão. Um grande conjunto de indefinições limitando-se ora a dar uma facada no "herói" ora dando-lhe uma ovação de heroismo. Em que ficamos afinal? em nada. Num vazio que ja se trazia do passado de um documentário que não acrescenta nada. Não que o tivesse de fazer mas nao o ter visto era a mesmissima coisa para mim.

   Portanto nao temos heroi nem mercenário. Temos as duas coisas? A unica opinião com que fico era a que já tinha: Armstrong foi obrigado a declarar-se culpado para nao ir para a cadeia (pelo menos para já e por mais anos), mas fá-lo dizendo entre linhas (pois nao lho permitem dizer de outra forma) que é tão culpado como todos os outros logo não compreende a punição, a hipocrisia. Mais me fica que é um mentiroso compulsivo e que jamais o deixará de o ser ao manter-se fiel que nao se dopou no Tour de 2009. Niguem morre a subir uma serra e no dia seguinte está para as curvas. E é isto que diferencia Armstrong de todos os outros. É que ele é impiedoso. Na arrogancia do "sou culpado mas fui o vencedor de todos que sao culpados como eu" nao consegue largar o papel de querer ser o melhor continuando a mentira do Tour de 2009. Está enraizado. O que o distingue dos outros é o facto de que o Contador nesse mesmo Tour te-lo "rebocado" até ao terceiro lugar (isto mal aparece no filme), apesar de "inimigos" no seio da mesma equipa. Contador foi "misericordioso (tb a mando do patrao da equipa é certo, mas Contador poderia perfeitamente ter ignorado como o fizera dia antes), coisa que Armstrong jamais conseguiria ser pois Armstrong teria de esmagar.
   Mais, Armstrong revela a sua verdadeira personalidade ao ve-lo defender-se sempre de jornalistas e afins com "eu criei a Fundação de luta contra o cancro", "eu represento todos os milhoes de pessoas com cancro, acha que me doparia"? Tanta hipocrisia.

   E nisto sim eu queria um linchamento! Pela pessoa que mostrou ser e que foi. Era aqui senhor realizador que com um pouco de coragem que nao teve pois nao sabia bem o que fazer ao seu filme e que o proprio convivio com o Armstrong lhe deixou afinal misericordioso, teria feito um bom documentário.
  Assim muniu-nos de nada para deixar a cada cabeça a sua sentença numa espécie de "faça você mesmo" o seu juizo disto tudo. Atem nem tinha mal, mas eram precisos, lá está, dados novos ou mais profundos que o sr realizador não trouxe.

domingo, 1 de dezembro de 2013

Apenas uma miragem

30 de Novembro 2013
ciclismo

  08:30h Fresquinho pla manhã mas o que há de novo? as pessoas olhavam para mim como se fosse uma especie de alien. Sou friorento e a pedalar posso ter frio em todo o lado menos nas pernas. Daí os calções, tá?
   Pouca gente na estrada comparando com o habitual. Afinal anda aí muito ciclista de Primavera.
    Alem de toda (tanta) a carga, levava comigo a dúvida sobre o estado de ambos joelhos.

    hora H: um ataque combinado (isto ainda deve ser efeito de ter estado na véspera até às tantas na "guerra"). Um bezouro (sei que era um bezouro porque bem o ouvi a fazer bzzzzz) esbarra de encontro ao centro dos óculos na zona de apoio do nariz. O cacete foi tão grande que me despistou por um momento. Entre fecha e abre olhos e tenta perceber o que aconteceu, isto tudo numa fracção de milésimo de segundo, tau... um buraco na estrada. Resultado? furo. Nem sei bem a quantidade de palavrões que proferi. Não podia o bzzzz ter colidido segundo antes ou depois? não, tinha de ser ali precisamente na zona do buraco.

  diferentes estados de espírito: as comparações entre btt e ciclismo e suas gentes são faladas um pouco por toda a parte e de seus praticantes também. Por vezes nota-se quase uma rivalidade, coisa que não entendo. Mas às vezes realçam-se pequenas evidencias. O btt é muito mais bonacheirão. Podem-se juntar grupos para simplesmente amenos passeios e cavaqueiras e é habitual verem-se umas barrigas bamboleantes pela serra. O convivio e convivencia é mais humurado e bem disposto. O ritmo é mais pausado. No ciclismo nao. O mais normal são os corpos definidos mais finos e ou atleticos, secos. Poucas conversas e muito pedal. E depois nota-se isto: um gajo parado na berma com a bicileta no chão, um pneu na mão e uma bomba de ar noutra. Passa um grupo de 15 ciclistas. ninguém diz nada.... 5 minutos depois passam 2 btt´s. É preciso ajuda?
  Obviamente que não se generaliza aqui nada.

   a gnr: pelos dias que correm hoje a moda é dizer-se mal. Mal disto mal daquilo e por ai em diante, e já ninguém elogia quando as coisas correm bem. Tenho que deixar os meus agradecimentos à GNR de Sesimbra (deduzo) que pelo meio da sua patrulha que cortava um dos sentidos da estrada por motivo de remoção de árvores, foi de um cuidado e apoio ao ciclista a toda a prova. Em uma situação tão simples, pequenos gestos às vezes fazem toda a diferença. A ambos agentes o meu elogio pelo seu profissionalismo e dever cívico. Porque afinal a policia não é só para multar!


  A dúvida. Ao chegar a Azeitão a dúvida: virar para a serra ou seguir directo? ao momento estava bem e como era o derradeiro teste antes da consulta médica da próxima semana, virei para a serra.

   A dúvida 2: no alto descer para as praias ou seguir a subir para o convento? apetecia-me tanto ver as praias mas como estava bem...

   O estoiro: dor no joelho. Depois descer as antenas quase de raiva e lágrimas nos olhos, não sei se de raiva, se do vento que a velocidade impunha. Acho que nunca desci tão rápido. Belos 74 km\h.

   Arrastado para casa em sofrimento a tentar não forçar mais a masela. Horas antes uma miragem chamada Sagres. Do alto da serra nesta linda e bela manhã quase que a conseguia avistar dali. Apenas uma miragem...

   Os dados do garmas aqui