quinta-feira, 25 de dezembro de 2025

chuva também é água

 21dez2025
 ciclismo

  Na ressaca de dois fins de semana seguidos em actividade mas nem por isso com menor vontade de pedalar.
  As previsões não eram famosas e a chuva era um cenário bastante possivel. Ainda assim não o suficiente para me reter em casa. Além do mais havia uma capa nova para estrear e por isso talvez fosse uma boa oportunidade para um teste (não que se deseje pedalar à chuva mas quem resiste a um "brinquedo" novo?)
  A ideia era não sair muito perto de casa, rolando pelas localidades adjacentes.
  A caminho e já perto da Qta do Conde, as nuvens adensavam-se. Em sentido contrário, vinham todos os que provavelmente procuravam paragens mais secas e eu feito parvo ia mesmo em direcção ao céu negro carregado.
  Ainda virei em sentido contrário para apanhar outro grupo mas mudei de ideias para me manter fiel à minha rota mentalmente traçada.
  Num feeling, páro para vestir a tão estrante capa e nem um minuto depois, estava debaixo de uma torrente de água.
  A capa é boa, o teste foi positivo. 
  Mas as mãos e os pés estavam gelados. As mãos porque as luvas não são impermeáveis, os pés por azelhice.




  
  Aos poucos a chuva foi parando e eu fui secando. Ainda assim estava cheio de ganas de pedalar e sempre em boa energia fui somando mais uns km aqui e acolá.
  Já no final da manhã, com mais tempo no bucho do que esperava, uma brisa frontal veio mostrar-me que as forças se esgotavam.
 Foi seguir até casa e tomar um banho bem, bem quente que soube pela vida.

domingo, 14 de dezembro de 2025

Tróia - Sagres 2025

 13 dez 2025
 Ciclismo

  O dia chegado.
  Mas antes, ainda antes de colocar os gluteos em cima do selim, dizer que este é um dos meus dias ciclisticos preferidos do ano.
  Não há uma mão cheia de vezes que não me lembre, recorde ou tenha inteira vontade do que se realiza neste dia.
   Provavelmente reproduzo esta linha todos os anos, mas este ano mais do que nunca, sinto a impreterivel necessidade de o fazer.
   É um dia feliz, de sofrimento, mas feliz. O Tróia - Sagres não é uma prova, não é um evento combinado. É a data em que um dia, alguém (de seu nome Malvar) decidiu fazer-se à estrada nesta epopeia que liga a costa vicentina ao barlavento algarveano, na ponta de Portugal de onde sairam os navegadores lusos.
  A cada ano que passava, Malvar foi inspirando outros como ele, primeiro amigos, depois amigos dos amigos, depois desconhecidos, depois desconhecidos dos desconhecidos.
  Há quem refira que chegámos (sim, também me juntei ao barulho) a ser mais de muitos (4.000??). Era vê-los a vir de todas as partes do país em carrinhas, autocarros, carros, apeados de bicicleta somente.
  Eram 3 barcos cheios.
  Mas isto já é missa velha.
  Mas este ano mais do que nunca, sinto a necessidade de sublinhar o que era e o que foi neste dia 13 e sublinhar a evidência daquilo que me move (e a muitos mais) por este dia.
  Superação, desafio, camaradagem e amizade, são só alguns dos sentimentos que podem ser invocados para descrever os motivos que levam cada um de nós a realizar este evento. O Malvar deu um dia o exemplo, uma multidão segiu sem hesitar embrionada muito certamente no mesmo espírito que ele.
   
  O Tróia - Sagres é para mim isso mesmo: um dia de sofrimento, de dores, de esforço, de prazer de pedalar, de superação e desafio e camaradagem! 
   Não é uma prova, não há classificados nem tempos contados (apesar de muitos acabarmos sempre a olhar para o ciclocomputador à procura daquele tempo mais reduzido). É convivio, é camaradagem!
   Não há ano em que não conheça novas pessoas, criadas na circunstância, amizades instantâneas, conversas imediatas bem dispostas ou de partilha de sofrimentos, entre-ajuda formando-se grupos, moralizando os mais aflitos e sôfregos, incentivados pelos apoios dos outros, pelas pessoas à beira da estrada desses povoados por onde passamos.
   O Tróia-Sagres é o dia mais humano em cima da bicicleta. Este é o meu sentimento. Vejo e sinto a missão de cada um, da ou das equipas profissionais portuguesas que passam a um ritmo alucinante cujo objectivo é juntarem-se nesta celebração da bicicleta, mostrarem as suas cores, treinarem; dos grupos mais aguerridos que seguem frenéticamente com o objectivo de chegarem o mais rápido possivel a Sagres, e de algumas minorias como miudos adolescentes ou adultos já em idade respeitosa, casais em que ele puxa por ela, ciclistas de peso corporal que lutam a cada pedalada, turistas que vão em ritmo de passeio, impreparados que vão ou tentam ir com os amigos que os arrastaram para esta jornada em conversas de café prometendo um dia impar (sem que lhes fosse possivel calcular o quão duro iria ser).
   Sinto-os todos. Os que passam por mim, os que passo por eles, os que estão parados, os que ainda pedalam quando já regresso a casa de carro e a tarde vai virando noite. Sinto o que move cada um deles. Tenho as suas satisfações, as suas alegrias mas também as suas dores, os seus sofrimentos. Sinto-o.

   Este ano fomos poucos. Este ano fomos muito menos que no ano anterior e nos anos anteriores. 
   O barco e pouco mais que meio e nem houve o especial ferry das 06h30.
   Meia duzia de pedaladas e já me encontrava sozinho na estrada, algo impensável logo no arranque. Um ciclista juntou-se a mim, abordou-me para a trivial conversa que sempre ajuda a espantar o frio do raiar do sol que ainda não tem força para aquecer (no dia anterior choveu 24 horas, hoje nada e nem frio estava): "gostaria de encontrar o Malvar e lhe dar um abraço".
   Eis mais um que se movia pelo exemplo, pelo querer aceitar o desafio e honrar o que outrora alguém tivera a coragem de idealizar e realizar.
   Era o seu segundo ano. Expliquei-lhe que não era fácil, que não saberia dizer se ele partia mais cedo ou mais no fim, que provavelmente seguiria em grupo sendo mais dificil de identificar e que com tantos grupos mais ainda. Este ano, pelos vistos, nem tantos assim.
   Estava feita a primeira amizade e partilha do dia, mas que antecipadamente me pareceriam que seriam ocorrências raras.
    Desengane-se quem pense que faço isto pelas conversas a toda a hora. Não antes mesmo pelo contrário. Gosto de seguir embrenhado nos meus pensamentos ou com os meus sentidos a absorverem tudo o que este dia dá. Mas não me imiscuo de dar um "vamos lá" aos que vão dificeis e descrentes, ou a d ar dois dedos de prosa aos que me assomam para tal.
   Uma hora depois e apenas rominava para mim o quão desapontado estava. "Um autêntico deserto" era a frase que batia incessa na minha cabeça como um sino nas badaladas do meio-dia. Outrora cheias de um enxame de ciclistas que não deixavam ver a cor do chão, hoje essa linha preta alcatroada via-se a perder de vista e eu seguia praticamente sozinha nela.
   Não muitas vezes começou a baixar em mim a vontade de retroceder, parar, ficar por ali e voltar para trás.
   Desalentado e cabisbaixo não conseguia deixar de pensar na vastidão que seria até Sagres, que se em tão tenra hora já estava só, como seria passadas mais algumas.
   Desengane-se também que pense que eu não gosto de pedalar a solo. Gosto, tenho tiradas assim só minhas. Mas este é um dia em que me "visto" para vir para a festa, para a romaria.
   Mais adiante pensei: faço metade. Páro em Mil Fontes e está feito.
   Onde estava o colorido? as conversas e gritos viris tolos dos que de peito feito àquela hora exaltam como galos para depois desfalecerem horas a fio? o "chilrear" frenético das correntes e carretos das bicicletas que rasgavam o silêncio dos campos ainda cobertos do orvalho matinal? os carros e carrinhas de apoio a passarem para irem mais adiante preparar os abastecimentos dos seus?
   Nada! Nada, nada.
   
  Perto de Santiago do Cacém, dois colegas de Coimbra. O sotaque não enganava. Um pequeno toque nortenho, uma perna bem redonda, conversa animada e descontraida. Algumas partilhas e seguimos juntos.
  Pouco depois, um grupo juntava-se. Vinham em bom ritmo mas abrandavam de quando em vez (para castigo dos mais entusiasmados que reagiam negativamente a essa "ordem") para não perderem uma jovem e um ou outro elemento menos preparado.
   Animei-me um pouco e pensei que em Santiago encontrasse muitos que habitualmente fazem a primeira paragem.
   Não. Santiago do Cacém estava irreconhecivelmente um deserto. 
   Voltava ao meu desconsolo e à evidência que seria assim a manhã toda e que Mil Fontes passaria a ser o meu destino.
    Não queria crer nesta realidade. Os motivos que a ela levavam iam aparecendo na minha cabeça como post-its no computador de um funcionário de escritório.

    - o mau tempo: uma véspera chuvosa? mas já houve outros anos assim....
    - o custo de vida: com ou sem alojamento, mas com deslocação, alimentação, aos que vêm de longe e aos que pagam a aorganizações que também elas poderão ter aumentado os preços por causa do aumento das despesas...a vida está cara.
     - o incidente do ano em que as forças de autoridade quiseram "proibir" este dia: sem sucesso mas terá afugentado uns quantos.
    - o covid: será? deveria ser o contrário.
    - os acidentes: relatos têm havido (eu presenciei um) de vários acidentes e alguns perigos. É um facto, mas basta termos cuidados e fugir das confusões. Cabe tudo na estrada com segurança.
    - grupos que realizam semanas antes: porque é menos confusão, porque não sei, porque eles lá sabem...
    
    E no meio deste consciencializar do motivo, saltitando entre estes argumentos ou falta deles, ia seguindo em direcção a sul, deixando-me arrastar neste pesar e sem não deixar de lamentar.
   Custava-me acreditar que tanta gente abrisse mão de um dia assim, de celebração da bicicleta, do ciclista, do exemplo para outros, da missão quase como um dever cívico para trazer outros a este porto de uma vida mais saudável, de partilha da alegria que é pedalar a só ou acompanhado, e honrar a magnitude do que alguém um dia alemjou alcançar com um querer inabalável (11 horas demorou pela primeira vez o Malvar a realizar esta travessia), que num dia frio e chuvoso muitas vezes de Dezembro, estoicamente se vai a terras de praia e sol.
    Custava-me a acreditar que entre 1.500 e 2.500 ciclistas pagam perto de 50 euros para participarem por esses Granfondos espalhados pelo país fora, para competirem entre si, e que aqui, à borla, em bom ambiente, em celebração, não quisessem mais participar.    

     É este talvez o espelho da sociedade: cada vez mais competitivos e menos sociáveis. Uma tristeza invadia-me com este pensar.
     
     Voltava às pedaladas pois um grupo com andamento animado trouxe novo fôlego ao meu estar. Segui na frente animadamente até parar em Mil Fontes para abastecer.
      Deu-me alento. Decidi continuar fosse como fosse. Uma espécie de força de revolta, de grito baixava em mim e foi esse o tónico que me fez motivar.
      
    O resto da viagem é o que se sabe. Com mais ou menos sofrimento, com mais ou menos vigor, segue-se sempre com olhos postos no fim da estrada. E o fim da estrada é em Sagres.
    Curiosamente lá fui aqui e acolá apanhando ou sendo apanhado por terceiros. Curiosamente com menos, vemos mais. Mais esforçados, mais impreparados, mais disponiveis a falar, mais humanos. Vi também mais estrangeiros, vi também mais iniciantes, vi até alguém que nunc atinha visto: o Malvar!
   Duas palavras trocadas, um abraço gestual simbólico e um muito obrigado. 
    Lá seguia ele no seu ritmo, curiosamente em registo solitário. Talvez o último da sua geração de amigos e companheiros? Não sei. Sei sim que ali seguia firme como da primeira vez, faz mais que uma decada! Um exemplo que perdura.
   
    Afinal, com tão menos (tão menos) gente e no final até pareceu tão mais.
    Espero que este dia não morra nunca. Espero que retome a que regressem ou cative novos ciclistas aventureiros que se queiram desafiar.
    Espero pelo próximo ano para lá voltar.

terça-feira, 9 de dezembro de 2025

19ª Maratona BTT Canha


 07 dez 2025
 BTT


   Ora já cá faltava uma provazita com as rodas na terra, para desanuviar.
   Esta perto de casa, portanto uma saida curta do tipo ir ali e já voltar.
   Num dia que começou com um céu carregado de nuvens e com lampejos de ameaçar chover mas que não se confirmou e à tarde até fez um lindo sol. A temperatura também estava agradável, para dezembro então, não poderia ser melhor, o que me fez pingar em demasia e daí talvez algumas caimbras no final.


                                                            



    Opinião sobre a prova: traçado muito agradável e rolante sempre feito a bom ritmo. Pouca areia e 
                                         alguma lama e poças de água mas que se transpuseram sem contrariedades. 
                                         Poucas subidas e apenas uma pequena rampa mais exigente mas já estava 
                                         "ocupada" por apeados e nem deu para tentar. 

    Avaliação da prova
    Organização pré-prova: 3,5 novamente um pouco mais do mesmo: informação dispersa. No
                                           Facebook a coisa fica perdida em vários posts e às vezes até em respostas nesses posts (que quase ninguém vê) e a habitual muito pouca no Apedalar.pt que divulga e organiza as inscrições. Positivo um e-mail enviado aos participantes com um guia de prova que forneceu mais algumas dicas. 
    Secretariado: 5 estava ainda limpo à hora que cheguei por isso fui atendido de imediato mas estava bem organizado e com staff numeroso. Nada nas ofertas senão um "panuelo" para a cabeça.
     Percurso: 4 dada a oferta da região, foi aproveitado ao máximo o que poderia ser aproveitado. Umas passagens curiosas em algumas zonas, para quebrar a monotonia. Pouco alcatrão o que é sempre de louvar. Boas marcações só com fitas e cal (não houve track GPS) e só em duas ocasiões deu par ater dúvidas no caminho, uma delas mesmo na entrada para a recta da meta.
     P.A´s: 3 penso que gastaram tudo no pequeno almoço que era variado e riquissimo. Não parei no primeiro ponto e no segundo apenas vi laranjas, bananas e água. Mas sendo a prova curta e eu que ia prevenido, não foi necessário nada mais, mas....
     Staff: 5 muito simpáticos e sempre a apoiar. Muita policia nos cruzamentos com estradas. Tudo muito bem.
     Banhos: 4 balneário dos bombeiros deu para o efeito. Sempre nos acotovelamos uns aos outros e a coisa fez-se.
    Almoço: não fui mas estava um belo porco a assar no espeto.
    Conclusão: vale a pena repetir. Parabéns à organização. Boa oferta pelo preço cobrado e a notar-se o esforço por agradar.
    
      

  


sábado, 6 de dezembro de 2025

Surpresa em véspera de prova

 06/12/2025
  btt

  A Superior a pregar uma partida com um pneu em baixo (o traseiro).
  100 eur depois e tudo está resolvido a tubless. 
  Esta vida de bibicletas está cara. Mas no geral, o que é que não está?

  Amanhã é dia de prova. 
  

segunda-feira, 1 de dezembro de 2025

duas de seguida e o dilema das elétricas

 01 de dezembro 2025    
 ciclismo de estrada

  Hoje a solo e hoje sem vento. Até parecia que deslizava.
  Ligeiro cansaço nas pernas mas que rápidamente passou.
  Abandonei a ideia de ir à serra para não dar demasiada fadiga para as próximas semanas, pois estas poderão trazer desafios adicionais.
  Costuma-se dizer que um raio não cai duas vezes no mesmo local, mas uma urina por vezes.... cai!
   Neste feriado de 2ª feira, estranhamente menos trânsito que no dia de ontem, domingo. Também menos malta a pedalar.

   Depois veio a coincidência recheada com o dilema.
   Vamos por partes e tratemos primeiro da coincidência: 
   Pois então seguia nos meus pensamentos, isto já no último de quatro quartos do treino, subindo ligeiramente, quando se me ocorre que tendo visto pouca gente, agora dava jeito uma "lebre" para dar outro estimulo à subida. Mas logo senão me veio outro pensamento que se estava já em modo de poupança (e a serra ali mesmo ao lado que eu não ia subir), o melhor era mesmo não aparecer.
   Mas vai daí e zás. Um "bom dia" repentino interrompe os meus pensares e trás-me num instante de regresso ao selim.
   Era não mais que um ciclista de uns 60´s talvez, numa bicicleta de btt eletrica, que dando asos ao nome, electrificava a sua pedalada por aquela ligeira subida acima. Aqui deixo já um aparte para a parte seguinte, a tal do dilema: tive alguma relutância em escreve neste parágrafo a palavra "ciclista". Mas já lá vamos.
  Não me deixando levar nestas cantorias, não sou muito de ir atrás porquanto me remeto sempre ao meu ritmo e a nenhuma competição (aliás, nesta mesma volta, uns bons 40 min antes, tinha acontecido o mesmo, mas desta feita sem a parte eletrica), mas não resisti a colocar um pouco mais de vigor nos crancks e engatar mais uma mudança. Mas foi só isso e deixei-me então ficar a pensamentos com o dilema.

   O dilema:
    Isto das eletricas tem de facto uma dualidade em mim. Em alguns não terá dualidade nenhuma pois todos as verão como uma incongruência da natureza. Em outros poucos certamente, nenhuma comichão lhes fará.
    Pois eu compreendo, respeito e tomo até por bastante adequada a existência das eletricas, senão vejamos aquilo que considero as suas vantagens:
    - um bom meio de transporte agil
    - um bom meio de transporte ecológico
    - um bom meio de utilização para exercicio físico com apoio para as subidas e situações mais adversas
    - uma boa forma de chegar a zonas onde normalmente um utilizador ciclista ou bttista menos capacitado chegaria


Imagem gerada por IA



    E por aí fora, tudo dentro deste prisma.
    Contudo a coisa fica-se-me mais dificil de aceitar quando toca a falar de exercicio físico. Não obstante o utilizador assomar-se no selim e sair para a rua, se a ideia é exercício, há que realizar algum esforço. Algum, pouco que seja. Em alguns casos (como este), não foi bem isso que estava a acontecer. 
    Lá está, poderia ser um passeante domingueiro (neste caso, feriadeiro). sim, podia e isso estaria tudo certo não fosse o utilizador deste veiculo eletrico estar devidamente equipado como um qualquer comum mortal bttista à moda antiga, leia-se "sem motor auxiliar".
   E lá estou eu e lá estava eu, respirando fundo, apelando à minha sensatez e ao meu bom livre-arbritio em que cada um é livre de fazer e realizar à sua maneira e seu gosto, sendo que desconhendo os seus objectivos e principios, quem seria eu para criticar.
    Contudo, sempre que passam estas bicicletas eletricas, não conseguimos (nós, os que não têm outro remédio senão usar as pernas) deixar de sentir uma certa prepotência de quem passa, leve levemente como quem vai na maior a "dar ratada" nos demais.
    Fico-me dividido execpto quando me recaio sobre todos os motivos acima transcritos e outros mais.
     Ao fim e ao cabo, não interessa assim tanto.
    
    Pouco depois a subida acabou e veio a descida. Alcancei-o e deixcei-o para trás e nunca mais o vi...
    Na última subida do treino, mais uma leve e curta inclinação, apanho outro bttista. Já sofrego subia lentamente. Dei-lhe os bons dias, aqui tudo de forma natural, cada um no seu galho. E afinal até era um velho conhecido.

   

domingo, 30 de novembro de 2025

ao vento se fazem os melhores treinos (não os mais agradáveis)

 30/11/2025
 ciclismo de estrada

 Era para ser btt em prova só que não. 
 Era para ser uma volta de 120 km só que a solo num dia de vento forte como hoje e com a rota escolhida ser bastante desabrigada, e por trazer um companheiro menos preparado, alterei para algo mais dentro do habitual cá no quintal do costume.
 Foi ao passar pela rotunda do Zéfiro, talvez presságio não porquanto este se refere a uma brisa leve e suave vinda dos lados do Oeste, que se fez perceber que a manhã ia ser castigadora para os penteados.... e ciclistas.
 Umas rajadas de vento lateral faziam-me dançar contra vontade de quando em vez. Felizmente pouco quase nada esteve pela frente, o que significa que pouco e quase nada também esteve pelas costas.
 Apesar de não gostar nada (mesmo nada) deste registo metereológico (tanto pelas rajadas que neste corpo leve e roda de perfil 40 são sempre incomodativas, tanto pelo que tira de prazer de rolar que é afinal uma das melhores sensações do ciclismo de estrada), ele é um bom treino de endurance/resistência pois obriga a um maior esforço muscular, dando boa preparação para os dias em que não se faça sentir.


 Ir de peito ao vento sem grupo para proteger é igualmente mais desafiante pois então.
 Ainda assim prefiro que não!

  

quinta-feira, 20 de novembro de 2025

Samaritana, Rainha dos Trovões

 Faz com que o vinho não se acabe nos tonéis e a aguardente seja cada vez mais forte, juro e jurarei pedalar até à morte!!

  Adultere-se uma pequenina palavra e a coisa até parece já não fazer sentido. Em boa verdade, "pedalar" substituiu "beber".
  Também há na versão "Imaculada Senhora da Conceição" ou "Imaculada Senhora dos Pastéis", esta última do famoso Quim Barreiros. E provavelmente mais haverão por este país fora.
  Confesso que a que mais conheço é como escrevi no título: Samaritana. Não sei ao certo se era isso que se cantava, era o que me soava. Na ocasião já garantidamente com o canal auditivo destrocido pelo.... barulho....da pinga.
~

  Este pregão tão típico de grupos estudantis e outros que tais, tem por missão apregoado que é, enaltecer o orgulho e paixão pelos copos e vida boémia, em jeito de reza a Samaritana, essa deusa rainha dos trovões.





   Pois porquanto esta vida já lá se vai faz muitos anos a esta parte, mas não por isso deixei de comunicar com tal divindade. O pedido é que vem por vias de outro tema.
   Se ao que consta, pelo menos da reza cantarolada, Samaritana é porconseguinte a Rainha dos Trovões, aqui solicita-se a Sua Exla. que não troveje aos domingos que a malta aqui quer ir pedalar mais confortávelmente possivel.

  Agora vou só ali desenterrrar umas meias quentinhas ao fundo da gaveta e já volto.

  

terça-feira, 11 de novembro de 2025

Não és um Tesla - carrega-te em andamento

 09 nov 2025
 ciclismo 


  Mais um domingo em equipa numa manhã solarenga depois de algumas chuvas nos dias anteriores. Já era hora de haver alguma sorte na metereologia domingueira.
  Tempo de ir colocando mais alguns km nas pernas para tornar o endurance mais consistente.
  Não hé muito mais a contar senão que a bom ritmo a manhã foi passando rapidamente e nisto descurei a hidratação um pouco e a alimentação mais, o que acabou por trazer como resultado uma dentada de cão já no último km quando se quer dar aquele último esticão.
  Curioso é em como se passa do estado ok (sem, já se sente algum desgaste mas ainda há aquela gana) para que num segundo seguinte se fique imobilizado.
  Sem bolachinhas não há perninhas. 

terça-feira, 4 de novembro de 2025

Pedalar a solo vs grupo

    Ora bloga-se por aqui ao estilo da mesada que recebia quando era miudo (desde que as notas fossem acietáveis). É quase uma vez por mês.

    Este domingo calhou seguir para treino a solo, já que comecei mais cedo para terminar mais cedo por vias de compromissos familiares.
    Nada de novo, antes muito pelo contrário.
    Por entre pedaladas e pensamentos (estes vêm mais a solo, mas já lá vamos), assolou-me à mioleira precisamente o tema a que me trás este post: as diferenças entre treinar a solo ou acompanhado.
    Vejamos então as principais características de cada, vantagens e desvantagens, aqui do ponto de vista de quem vos escreve.

     A solo, vantangens:
     - não dependes de ninguém para a hora de começo e para a hora de término;
     - realizas o treino que bem idealizares;
     - permite-te seguir ao ritmo que desejes e não ao ritmo de outros o que pode ser ideal para seguir com fundamento um plano de treino específico. 
     - permite-te gerir as paragens sem comprometer os outros ou não teres de parar "obrigatóriamente" com os outros caso não te conviesse nesse momento.
     - pode ter uma vertente mais cicloturística desfrutando das vistas e sensações (embora também em grupo possa ser assim se o ritmo e esforço forem para esse efeito, mas não é bem o que aqui se compara)
     



     
    A solo, desvantagens:
    - torna-se mais cansativo na componente fisica se a intensidade colocada fôr elevada. De cara e peito ao vento permanentemente, o esforço é maior. Contudo isto também pode ser uma vantagem pois os ganhos de resistência poderão ser maiores.
   - pode ser mais aborrecido do ponto de vista de não haver camaradagem, convivio, partilhas, mesmo que na maior parte do tempo não se consiga ter alguma conversa, sabe-se que está ali alguém no mesmo tempo e estado.
   - por esse motivo também não se tem apoio em caso de avaria ou acidente.
   - pode sentir-se falta de estimulo adicional: tentar acompanhar ritmos dos mais fortes, ajuda a colocar mais intensidade com outra garra, especialemente se se for muito competitivo, essa realidade é ainda mais evidente.
   - obriga a maior concentração em saber o caminho (ou ter o gps ao serviço e seguir atento) principalmente em zonas menos conhecidas/habituais.

     Bom, haverão certamente mais um par delas por descrever e outras cabeças poderão ainda encontrar outras tantas vantagens e desvantagens.
    Ainda assim, a mais sublinhada é mesmo a que a solo, a cabeça viaja mais por pensamentos. Estás mais contigo e com as tuas coisas. Entras num modo mais introspectivo ou simplesmente mais leviano. Isso por vezes também faz muita falta. Encontrares-te e deixares a cabeça vaguear: enquanto ela vagueia, não sentes as dores nas pernas. Enquanto ela vagueia, sentes-te mais livre.
    

   Nenhuma forma é mehor que outra. Ambas têm os seus predicados.
  O que importa mesmo é pedalar. 

domingo, 5 de outubro de 2025

15ª Maratona BTT - Terras do Toiro

  05/10/2025
   BTT


   Hora de ir a mais uma prova ou como curar uma pequena constipação, ou lá o que seja isto.

     Pouco passava das 06h00 quando o despertador tocou. Meia dúzia de preparos do costume e muita coisa já preparada de véspera e era hora de fazer uma curta viagem até ao Porto Alto para mais uma prova com o "tractor".

    Esta é já uma prova conhecida pois já nela marcara presença anteriormente.
    E à hora marcada arrancou-se para as Lezírias.
    Fica a avaliação abaixo e opinião sobre a coisa:

    Classificação da prova (1 a 5)

   Organização pré-prova: 3,5 se o site apedalar.pt organiza muito bem a parte das inscrições, continua depois a faltar muita informação sobre as provas e temos que ir à pesca, procurando pelo facebook ou pelo site da organização e nem sempre é fácil que se apure tudo quanto se deseje. Altimetrias, tracks, pontos de abastecimento, almoços, são coisas importantes de se saber.
   Secretariado: 5  - estavam organizados, não havia grande fila.   
  Percurso: 3 - tal como referi na outra participação, a região é o que é e não dá para ser criativo com o que se tem no quintal. Areia (sabemos que faz parte do btt) um pouco em demasia, zero subidas, zero descidas (uma excepção pequenina apenas).
Apoio e assistência: 3.5 PA´s apenas com águas, alguma fruta e pouco mais. Confesso que também não parei senão par auma garrafa de água. Staff muito simpático e prestável.



  Marcações: 3 - anunciado muito em cima da hora (e depois de vários participantes perguntarem sobre o tema), não ia haver track GPS. Até aí tudo bem mas então há que acautelar bem as marcações. Pode-se dizer que eram suficientes mas escassas e especialmente nas zonas mais delas carenciadas pecaram por raras. Em duas ou três vezes tive a sensação de estar perdido. Felizmente não. Esta opinião foi partilhada por mais participantes.
Banhos: 4.5 -  Espaço em dois balneáreos, sem filas, água quente. Top! 
Almoço: 4 - quando vejo o valor que se cobra hoje em dia tão semelhante ao que se cobrava há anos atrás, não me pode a exigência exigir muito. Os predicados estavam lá todos: sopa, prato, sobremesa, fruta, bebidas e café.
   A sopa estava deliciosa. Uma sopa de peixe muito quente e de sabor bem intenso, reconfortou logo a alma. O prato principal, um arroz de pato, já para o frio, seco e com muito pouco pato, acompanhado por uma salada, deixou algo a desejar. Não comi a sobremesa e optei pela fruta que era melão muito bom. A nota 4 deve-se ao esforço de ter uma refeição completa sem esticar no preço, porque o pato não merecia tanto.
Dificuldade Técnica: 3 - Fica este para nao ser um 2, somente por causa da areia que obrigava a uma permanente atenção, a uma ou outra zona com regos bem cavados merecedora de placa sinalizadora de perigo, e pouco mais.
Dificuldade Física 3: muito rolante e sempre a andar, é no carregar mais vigoroso da pedalada que se aumenta a dificuldade pois a prova em si, não trazia desafios por maior.
Preço: 4,5 - adequado e enquadrado com o que foi disponibilizado pela organização.
Classificação Geral: 4. De regra geral há que premiar o esforço em agradar, a simpatia de todo o staff e a organização geral especialmente no local de partida e chegada, tudo no mesmo sitio e muito bem orientado. Um belíssimo pequeno almoço disponibilizado com tudo e mais não sei o quê é de enaltecer! Muito bom!
  Contudo ficam os reparos importantes para remendar a futuro:
  - as já referidas marcações: com ou sem gps, há que marcar especialmente as viragens e cruzamentos. Não é preciso o exagero de outros tempos, mas também do 80 para o 8 é de menos.
  - a distância: a maratona publicitava 70 km. No final foram 62. Onde estão os restantes? Falhar por dois ou três abaixo ou acima (embora para cima seja sempre...chato) ainda se compreende, mas por 8 km é muito. Nem quis acreditar quando após uma curva, saindo da natureza para o asfalto, percebendo que a meta estava já a poucos metros de distância, e eu ainda com fome de mais e aquela última gazada para dar...
  -PA´s: um pouquinho mais de oferta para quem precise era bem.
  - assinalar zonas potencialmente perigosas: este ponto caberia no primeiro referido mas tem que ser sublinhado. Houve ainda uma passagem por uma zona privada certamente de onde de repente surge uma manada de cavalos à solta e desgovernados que passaram a eito sobre os praticantes. Perigoso!! muito perigoso e por sorte não aconteceu um acidente. Mas não ganhámos para o susto.

  Obrigado por tudo e pelo espírito de querer fazer pelos outros e pela modalidade btt!

sábado, 27 de setembro de 2025

antecipa e foge

 27 setembro 2025
 ciclismo

  Antecipar para fugir à chuva, segue treino no sábado, a solo.
  Sem grande volta definida, apanho o TGV em sentido oposto. Decido inverter marcha e seguir a bordo.
  O ritmo seguia violento e passados uns 15 min, numa rotunda onde um carro "assusta" apanhando o grupo pelo meio, os de trás perdem a carroagem, eu incluido.
  Não foi mais possivel apanhar o comboio. 
  Segui na minha vidinha, tentanto meter bom ritmo até que o vento se mostra por lados e pela frente.
  90 km feitos, algum cansaço, nada de mais.
 
   A dor às vezes é assim: às vezes aguenta-se bem e leva-se, outras vezes simplesmente é castigadora.

sábado, 20 de setembro de 2025

Longa tirada ou uma história sobre óculos


 20 set 2025
 ciclismo

  Eram 5 da manhã quando o despertador tocou. Muito para lá de ensonado depois de uma noite mal dormida e uma semana cansativa, havia que despachar, montar na bicicleta de estrada e seguir para uma tirada de 170 km para chegar a horas de almoçar com a familia que estava na terra por honras das festas locais.

   Tudo preparado na véspera para não perder tempo e logo seguia ainda pela penumbra do escuro da noite.
    Pedalar à noite trás outros condimentos. Para lá da visibilidade que é pouca, principalmente quando o kit de luz é rudimentarmente adaptado. 
    Há outros cheiros que se sentem, outros barulhos que se ouvem e até outras coisas que se vêm. Talvez seja pela hora. Cada fase do dia tem os seus cheiros e os seus sons e até a sua luz, ou talvez seja porque se os olhos não vêm tanto, todos os outros sentidos ficam mais apurados. Ou então ambos.
   Até a estrada parece outra e não fosse conhece-la da rotina diária, e cairia nas armadilhas que um alcatrão remendado tem sempre preparado aos mais incautos.
   O dia tardava em clarear. Cedo deu para perceber que estava um céu carregado.
   Também cedo percebi que me esquecera dos óculos de sol (pois, não estava sol, logo não dei por falta deles. É como quem esquece o guarda-chuva em algum lado porque quando se sai, parou de chover...).
    Depois de me insultar durante 2 minutos, pensei em voltar para trás mas isso implicaria perder tempo e isso era algo que não estava nada no programa. Pensei em seguir assim sabendo que isso implicaria vento, poeiras e insectos pela cara e nos olhos.
    Depois de me insultar durante mais 2 minutos, resolvi continuar adiante e pelo caminho comprar uns óculos quaisquer para remediar.





    Aqui e acolá passavam carros ora em sentido contrário (alguns acham que os seus máximos não encandeiam ciclistas), ora no mesmo sentido, sendo que estes últimos sempre ajudavam a iluminar melhor o meu caminho. Alguns candeeiros públicos em zonas residenciais e empresariais também.
     Foi ja de dia que parei numa localidade alentejana para resolver esta questão. Parei numa bomba de gasolina grande mas nada de óculos. Segui mais adiante e encontro uma papelaria daquelas "tem tudo" e nada. O assunto acabaria por ser resolvido metros mais adiante numa loja de chinês.
    As escolhas não eram muitas e claro que para a modalidade em questão, nada mesmo.
    Saio da loja onde deixo 4 eur pelo objecto. Quando pego na bicicleta pousada à entrada da loja, vejo o meu reflexo na montra. Estava uma espécie de Tom Cruise no Top Gun mas em vez da mota, bicicleta.
   Aos primeiros segundos, posso avaliar que os óculos são mesmo muito maus. Fazem um reflexo lateral em cada lente que parecem espelhos retrovisores (em determinada ocasião, cheguei mesmo a assustar-me com um reflexo de um camião que passou mais perto). O desconforto no nariz também não ajuda e encaixam mal na cara ficando muito longe de cobrir todo o campo ocular.
   Ainda assim, naquele momento eram os melhores do mundo porque era os que tinha.
   Contudo, pouco depois, uma névoa no ar cobre toda a região. Entro pelo nevoeiro adentro e a sua humidade molha as lentes e nada vejo. Tiro-os para seguir melhor.
    Os castelos timidamente escondidos nas localidades que se vão seguindo uma após outra, riem-se certamente desta minha figura.
    Quando o nevoeiro dissipou, chegou o momento de subir mais demoradamente. A subir não são tão precisos os óculos e tiro-os. Vem a descida a seguir e coloco-os mas volta o nevoeiro.... Lá vai de tirá-los outra vez.
    Finalmente o sol começa a querer brilhar e quando volto a eles novamente, já estão empenados e bem tortos na minha cara.
    Só dá para rir mesmo. Arrumo o assunto para canto. Sempre serviu para me distrair um pouco.
    Agora eram algumas dores que vinham ao barulho. Constato nesse momento que não estava nos meus dias.
     Não estando frio nem calor, uma brisa ora lateral ou frontal, não incomodava muito mas não era o mesmo que total ausência de não existir.
     Alimentava-me e hidratava-me cuidadosamente. Geria o esforço. Mas à medida que os km somavam nas pernas, sa dificuldades faziam-se sentir. E a última parte era a mais exigente.
     Isto das longas tiradas tem muito de psicológico. É claro que de físico também mas o psicológico é fulcral. Tentava também gerir esta parte. Exultava-me com os feitos do João Almeida e do Pishardo, tornando a pedalada mais vigorosa. Mas era sol de pouca dura. As pernas e até as nádegas, acusavam desconforto.
     O sol agora já estava no alto e o calor aumentava. Uma paragem para encher bidon outra vez e comer algo e de novo na estrada.
     Esperava que a qualquer momento passasse esta fase. Esperava entrar naquele estado catatónico necessário nestas tiradas longas mas a cabeça não queria desligar. Tentava abstrair-me da distância que faltava e da que já tinha percorrido mas de quando em vez, as placas enormes à beira da estrada atiravam-se bem para a frente dos meus olhos. E agora já não havia nevoeiro nem óculos para bloquear a visibilidade. Agora que até dava jeito...

   Por esta hora tentava manter o mesmo ritmo. Sabia que se quebrasse seria um arrasto ainda maior. Esperava também que passando por esta fase (há sempre um momento "duro" em qualquer tirada longa mas que eventualmente passa), voltaria às boas sensações. Não aconteceu mas pelo menos deu para colocar alguma determinação no pensamento.

   Faltavam pouco menos de 10 km e começou a vir o sentimento de dever cumprido. Agora era completar. Um trajecto que bem conheço já não traria surpresas.
   Rolar até ao fim, saborear as últimas pedaladas, beber uma cerveja ao chegar.
   Há dias mais duros, há dias que são mesmo mais castigantes.

   O que foi ao lume:
    - 1 sandocha de manteiga de amendoim
    - 1 sandocha de queijo
    - 1 sandocha de presunto + meio pacote de batata frita + coca-cola
    - 2 bidons de água
    - 1 bidon de isotónico

      Devia e deveria ter comido mais (e terminei com uma sandocha no bolso)

   170 km
   6h08

sábado, 13 de setembro de 2025

Mas ainda é verão ou nao?

 13 set 2025
  ciclismo estrada

  E são dois domingos de seguida... com chuva!
  Pode ser que seja já para ficar despachado o inverno todo..... utopia.
  Setembro molhado, setembro abençoado.

  Segue a vidinha no seu curso. 

sábado, 30 de agosto de 2025

O sinal que se deseja!

 




Não dá para se ler bem a "legenda" do sinal? eu ajudo:
"bla bla bla... excepto veiculos sem motor auxiliar e autorizados"
Traduzindo, uma estrada onde em determinado horário, só podem passar bicicletas (e veiculos devidamente autorizados).
Este é o sinal dos meus sonhos que eu aplicaria em alguns sitios que cá conheço, e até lhe retiraria a componente das horas (no sinal consta um horário ao qual se aplica o que o sinal representa)


quinta-feira, 14 de agosto de 2025

Regresso mas com calma

 Agosto 2025
 Ciclismo

  Ainda anda o corpo temperado a sol e regado a pinga e já aquele bichinho começava a importunar as  pernas e o fundo da cabeça.
  Depois de duas semanas totalmente parado, era hora de começar para que depois não custasse tanto (como custam os regressos pós-médias-longas pausas).
  Por isso, a terceira semana de férias já ficara reservada para tal.

  Por entre os 35 e os 40 graus, mas toleráveis pois não há subidas árduas e o ar em deslocamento até se aguenta, partindo pelas 09h30 da manhã (sim, porque apesar de tudo, continuam as férias e não vale madrugar), voltas curtas com o único objectivo de rolar.

  Dia 1
  32 km
  27,5 km/h velocidade média
  250 m altimetria
  pernas perras e pouco feeling

  Dia 2
  42 km
  28,5 km/h velocidade média
  385 m altimetria
  soltura e boas sensações

  Dia 3
  62 km
  28 km/h velocidade média
 595 m altimetria
  tudo assim assim, indo...


   Novos caminhos explorados, foram (mais) uma agradável surpresa. Vai-se reforçando o menu com bastante variedade por onde pedalar e sempre com boas estradas.
   Está fechada a loja. 
   Domingo veremos se dá para evitar aquele choque pausa/treinos + árduos ou nem por isso.
   .
   Pelo caminho, fica a eterna dúvida: se é certo que o corpo precisa, necessita e merece descanso, serão 2 semanas o suficiente? Apesar de realizar 3 treinos suaves, não deixam de o ser, treinos. Por outro lado, 3 semanas de total paragem podem ser demasiado? Pelo menos, no regresso, fazem-se ressentir muito mais numa baixa de forma ou desabituação física. Já o experenciei no passado.
    Seja qual a opção mais acertada, o que me move, eu que não sou profissional e nem tão pouco amador competitivo, à terceira semana já apetecia pedalar e por isso....fui.

  



   

quinta-feira, 31 de julho de 2025

Fim de temporada Parte II

 31 julho 2025

  Ena, dois posts no mesmo dia? E vivam as férias!

  Então em tempos de defeso fazem-se balanços por isso vamos lá a isso assim de forma resumidinha (isto tendo em conta o que foi registado na plataforma Garmin, logo pode ter falhado algo, e também do que a cabecinha se lembra):

    (Não contemplando os treinos indoor, os cyclings e a outra modalidade do coração)
   - 54 registos de actividades 
   - 4 Maratonas Btt (somadas ao total acima)
   - 2 tiradas longas: Tróia-Sagres e Setúbal- Elvas
   - média de 4 actividades por mês
   
   outros dados:
     - distâncias mês, durações, FC média, velocidade média: tudo disponivel para consultar na app




   Em jeito de conclusões e começando pelo fim, foi um ano muito positivo e de boas sensações com um término a rondar ritmos superiores aos que alguma vez registei. 
   Muito boas sensações e muitos e bons prazerosos momentos de pedaladas, talvez com apenas uma excepção numa das maratonas de Btt onde me recordo perfeitamente de ter passado um dia não. 
   Um Tróia-Sagres com alegria e um reeditar de uma tirada longa de outros tempos que há muito estava na gaveta para voltar à luz do dia, feita com muita disponibilidade e energia.
   O habitual estágio na Serra da Estrela tamém foi muito bom, sempre com boas sensações e boas prestações em todos os dias.


    Venha por isso mais um ano (e muitos, muitos, muitos mais) e que seja sempre a crescer pelo menos em emoção e prazer.



   

Fim de temporada

31 julho 2025

   Já lá vão uns dias que o corpo vai sendo regado e temperado por fora a àguas frescas e sol quente, e por dentro a tintos, brancos e carnes e peixes bons bons.
  A bicicleta veio, mas veio em cima do tejadilho do carro....Aquilo que era para ser um fecho de temporada com uma última jornada, foi boicotado por um percalço na noite que antecedeu a viagem.
  Mas às vezes até parece que há males que vêm por bem: um tendão no solear que parece um pau e o vento que se fez a sopros fortes de este para oeste, significariam dois obstáculos duros de roer para uma epopeia de 6 horas mais coisa menos coisa.






   Assim, venha para já o merecido repouso que o corpo tanto necessita, isto pese embora a cabeça só queira ir, ir, ir.
   E se a boa vida sabe tão bem, não é menos verdade que a pedalada também e por isso, mesmo neste periodo de pausa, vou sempre magicando ideias, projectos, intentos para novo periodo que aí virá.
   E a bicicleta veio sim pois a ideia é começar a introduzir algum treino na última semana de férias. Assim haja vontade (porque obrigatoriedade não há nenhuma) e saúde.

   Em jeito de balanço deste "ano lectivo".... fica para o próximo post ;-)

   

quinta-feira, 10 de julho de 2025

E provas, nada?

 10 julho 

  Em data que já se vai fazendo uma séria aproximação às férias, a cabeça começa a fazer balanços de final de temporada e logicamente vem ao sentimento que aquelas promessas, desejos, intentos (o que lhe queiramos chamar), pensadas anteriormente, ficaram (algumas delas) na gaveta de baixo da secretária.

  É por isso normal que seja salpicado a esta hora (vá... e antes também já o fôra), pelo pensamento que faz algum tempo que não coloco os pneus na terra.
  De quando em vez fui espreitando o calendário de provas, mas acabei sempre por me deixar levar por aquilo que me está a saber melhor agora que é a estrada de roda fina.
   Ainda assim, falhei dois nos quais à última da hora, não consegui o milagre da inscrição e ficaram-me atravessados e aguçadores de vontade um pouco mais.



   Por isso, talvez já não aconteça antes das férias, não se sabe. Mas sabe-se que está cá a vontade e a sensação de missão falhada neste apartado.


sexta-feira, 27 de junho de 2025

na Estrela ou constróis ou....

   Ainda sobre o estágio.

   São 3 ou 4 dias a pedalar. São dias duros? são. As voltas são longas por maioria e trazem consigo altimetrias sempre elevadas, adornadas aqui e ali por inclinações mais severas.
   A componente física é assim trabalhada duramente pelo endurance. Não há grandes loucuras de ritmo como numa prova (a descer somente...) mas também não é sequer perto de cicloturismo. Não é fácil. Há que saber aguentar, saber gerir.
   Se pensarmos que este não é um registo habitual ao longo do ano (3 treinos seguidos de longa duração e altimetria considerável), equaciono a realidade dos benefícios.no que ao ganho de forma diz respeito.
  Mas para mim, os benefícios vêm de tudo o resto: as subidas longas aprazem-me, a paisagem encanta, o ar puro preenche, o pouco movimento de pessoas e carros torna as estradas delciiosamente circuláveis.
   Depois vem ainda a adrenalina: a adrenalina de cada descida, cada uma de seu tipo; a adrenalina de cada subida, cada uma um desafio; a adrenalina de mais um treino duro realizado. A adrenalina da incerteza metereológica onde tudo pode ser encontrado. De ventos fortes com rajadas, frio ou temperaturas elevadas, pode-se apanha de tudo em dias diferentes ou no mesmo dia.
   E por último, é sempre aquele condimento especial que é chegar-se ao topo mais alto do país. Faça-se quantas vezes se faça, mas sempre que lá se chega, o sentimento é igual. O misticismo daquele marco circundado pela estrada não tem igual.
   Este ano foi um visitá-lo por três vezes. Em cada dia houve lugar a marcar presença.
   Até lá chegar, viaja-se por um mundo de pensamentos compostos ou vazios. Revisita-se a vida, sentem-se estados de alma, por vezes até um vazio de alma. Talvez esta seja a melhor das sensações que posso experenciar nas horas a fio subindo serra acima,

  Acima de tudo é isto o melhor que se pode retirar de cada momento, seja ele do que for. Para mim, a Estrela é precisamente isso, como uma estrela, linda, reluzente, brilhante, lá no alto, e que nos faz sonhar durante a viagem até si.
   Fica sempre uma vontade enorme de voltar.

domingo, 15 de junho de 2025

Estágio Serra Estrela 2025

  Ciclismo
  07,08,09 e 10 de junho

   Chegada aquela altura do ano em que rumo com a equipa para a serra mais alta de Portugal.
   Viagem no sábado de manhã para reunir com os que já lá estão. Este ano foi um autêntico entra e sai. Uns foram mais tarde, outros vieram mais cedo, outros ficaram o tempo todo.
    Acomodações maravilha, refeições e snacks na sacola, roupinha para o quente e para o frio, tal como o equipamento de ciclismo porque apesar das boas previsões metereológicas, isto na serra nunca se sabe. E claro, a bicicleta pronta, com direito a lavagem e travões novos.
    Mas no saco trazia uma preocupação adicional, uma que já me lixara uma vez precisamente este estágio, uma que de quando em vez aparece: o exmo. sr. dr. joelho direito.
    Foram duas semanas a tratamento pessoal a ver ficava pelo menos seguro por pontas, embora nem isso parecesse.
    No saco levava a ambição de pelo menos conseguir pedalar um dia inteiro e depois logo se via.

   Dia 1 - domingo
    A malta já trazia um dia nas pernas e afinal não tão curto quanto isso. No programa, entre outras subidas e descidas, estava guardado para o fim algo que faltava no meu currículo: a subida da Covilhã até à Torre (esta mesma que me escapou num ano em que o joelho não quis...).
    Uma subida que conhecia bem (de carro) e já feita no sentido inverso, ou seja, uma descida que conheço bem, mas que nem assim deixou de surpreender pela dureza inicial.
    Os 40 graus que se faziam sentir também não ajudaram mas havia que pedalar. Passado o primeiro terço e parte do segundo, a gerir os bidons e o suor a pingar do capacete, foi colocar ritmo serra acima. Perto do final, umas caimbras fizeram-me gritar de tal forma que se deve ter ouvido em todo o Vale Glaciar. Coloquei o pé no chão, respirei fundo e superando as dores em asgar de sofrimento, pedalei até que não as sentisse mais. Aqui estava a paga da sudação, do calor do dia e da dureza inicial da subida.
   O grupo foi-se partindo e espalhando por toda a estrada e só no cume haveria lugar a reunir as tropas. Enquanto esperava, bebi perto de um litrinho de água. 
   A descida para o lado de Seia fez-se com naturalidade e muita velocidade.
   À chegada, retemperar o estomago e hidratar bem (sopa, comida caseira e àgua com fartura) e colocar o corpo de molho na piscina.


sim, nem mesmo lá em cima havia neve. Mas havia uma praga de insectos que não permitia abrir a boca sequer. Milhares! Sim, milhares!!




  Dia 2 - segunda-feira
   Partira um de véspera, hoje partia outro, chegavam dois com sangue fresco e muita gana.
   Mais uma volta, desta vez com menos km (consegui convencer os recém-chegados a guardarem cartuchos para o dia seguinte, isto porque outros já haviam decidido fazer algo mais curto).
   O menu trazia a Sra. do Desterro, outra bela subida com ida até à Torre...outra vez.
   Mas antes disso houve que visitar a loja da especialidade ainda antes de iniciarmos: uns travões de disco que foram limpos com produto inadequado e um pneu (meu) que ficou nas lonas na véspera, precisaram de cuidados.
    Acusei algum desgaste do dia anterior e um ventinho norte a caminho da barragem grande, ajudava a quebrar o andamento.
   A descida fez-se sem grandes aventuras que o material estava a ser testado.
   A tarde reservou novamente confortar a barriguinha com paparoca e as pernas com aguazinha fresquinha.


o trânsito a modos que complicado ali para os lados do sterrato...



   Dia 3 - terça-feira
   Mais uma grande epopeia reservada para este dia.
   O joelho ia aguentando (apesar de na cabeça residir sempre a dúvida de até quando poderia aguentar), e as pernas pareciam hoje melhores, após finalmente ter uma noite de sono em condições (as duas anteriores foram muito mas muito mal dormidas).
   O sterrato era o prato forte do dia. Não é mais que uma pequena tirada em terra batida numa estrada secundária que vem de Unhais da Serra.
   Mas pequena não era a volta nem a subida que nos levaria novamente... ao alto da serra.
   As sensações não estavam más na primeira fase, mas foi quando começou a subida à séria que as pernas se soltaram e em ritmo controlado, sem forçar, foi sempre a andar.  
   O pior estava guardado para a descida. Vento forte e com rajadas sacudiam-me ou empurravam-me para fora de mão (felizmente os carros que vinham e iam, tiveram cuidados) e para fora da estrada. Cheguei mesmo a ter que parar para não ir ao chão. Não estava fácil e foi devagar que se fez a parte inicial até à grande lagoa. Depois aliviou um pouco. Este esqueleto leve não se dá bem para asa delta...
    As malas estavam feitas e após um banho rápido e preparos de viagem, fiz-me à estrada para regresso à vidinha do dia a dia que no dia seguinte já se trabalhava.

   Belos dias, pernas firmes e fortes para subir, o joelho aguentou.
   Muita sandocha de presunto e queijo da serra e de carne assada com uns sumos a acompanhar. Muitos bidons de água.
    De estupefacientes apenas electrólitos num bidon e o gel patrocinador da equipa, porque ja nao tinha mais nada no bolso para comer e deu aquela fomeca.
    Os pequenos-almoços, lanches e jantares tudo com comida de gente normal.

    Este é o relato técnico. Em breve, o relato poético. 

domingo, 25 de maio de 2025

Licença para subir

    25/05/2025
    Ciclismo

     Deixando escapar uma prova de BTT às portas de casa, e com muita rapaziada por fora para prova de estrada, fomos 3 na habitual domingada.
     Dia para testar as pernas e subir um pouco mais que o habitual.
     A manhã prometia calor mas esteve sempre uma brisa suave que amenizou o pior.
     Boas sensações nas pernas, excepto o joelho que ficou a queixar-se.
     Em vésperas de estágio de altitude, não é bom apanágio. Há que dar trato nestas duas semanas que se seguem.

     Foi ao lume 3 bidons de 0.75L + duas sandochas+banana+nozes.
     3h e qualquer coisinha com 1.700 acumulado e uns 90 e tais km.

      

sexta-feira, 25 de abril de 2025

Escapadinha

  25 Abril
  Ciclismo

   Aproveitando um feriado com fim de semana, uma escapadela para os ares do campo. A bicicleta também foi.

   Em Dia de Liberdade, acordei engripado e com pouca vontade mas à medida que ia abrindo melhor os olhos, a vontade começou a aparecer.
   Quando coloquei o primeiro pé na rua, uma sensação curiosa. O dia estava solarengo e quente. Mas à esquina soprava um vento frio frio que arrepiava.
   Quando não é verão  nem inverno, a escolha da indomentária nunca é fácil, é certo e sabido. Mas isto era algo de novo. 
   Para este, céu limpo. Para oeste, uma névoa escura que encobria a tapada.
   "Arrisquei" pelo meio termo e deixei aquele casaco de meia estação em casa.
   
    Não era cedo já mas ainda mal acordava o primeiro povoado que trespassva. Mais adiante e o cenário repetia-se.
    Pouco ou nenhum trânsito enquanto seguia por rectas intermináveis que rasgavam campos verdes e castanhos. As bermas da estrada repletas de ervas verdes, salpicadas a amarelo, roxo, branco e outras cores eram um regalo para os olhos.
    A natureza acomodava-se para me ver passar, ora pelas flores que se inclinavam e acotovelavam ao sabor do vento, ora pela passarada que pousava nos cabos dos postes de eletricidade, ora pelos ovinos e bovinos que assomavam às vedações, que rominando insessantemente, seguiam-me impávidos e curiosos com os seus olhares.





   O vento soprava por vezes mais sentido. Levava de mim todas as impurezas da cidade, como um duche que se toma e um corpo que se escorre.
   Eu, a bicicleta, um todo este cenário: um sentimento enorme de liberdade.
   Neste dia, 25, o melhor dos sentimentos para ser vivido.

terça-feira, 15 de abril de 2025

Falar da metereologia é inevitável

   15/04/2025
   

     Este tempo bipolar está assim para o chato.
     No mesmo dia chove, faz sol, está fresquinho, está óptimo ao sol....
     Para quem quer planear os treinos na rua, acaba por ser uma complicação. Vou, não vou, talvez dê, não dá.
     E se se tratar de agendamentos a futuro, para o fim de semana que se segue, então é uma autêntica roleta russa.
    Não é que não se possa apanhar umas resmingas de àgua, mas quando se vive num país como o nosso, é natural que se fique mal habituado, mesmo que de quando em vez aconteça um baptismo forçado.

    Entretanto, falando de coisas bem melhores, pelos fins de semana passados, as actividades pós Maratona BTT foram assim:
   - um TGV inesperado, apanhado em contrapé;
   - um garmin novo porque o outro se desfez (os botões de borracha desfizeram-se)
   - voltas normais de domingo, umas melhores sensações, outras assim assim.
   - um dropout novo que o outro partiu mesmo no inicio de quem ia começar o treino. Sim, de ciclismo.

  


      Agora vamos lá vestir casaco, tirar casaco, marcar treino, desmarcar treino.... 





   
   

domingo, 23 de março de 2025

XV Maratona BTT Já T'Agarro

 



       Aí estava a vontade de realizar mais uma prova em BTT e testar a revisão à Sup que andava com um barulho irritante faz tempo (amortecedor), e a precisar de um pneu novo na frente que desse mais estabilidade e controlo.
      Inicialmente trazia marcado na agenda o regresso á prova mitica de Sto André, a Rota do Casqueiro, mas o número insignificante de participantes na maratona (muito menor ainda que na meia-maratona e todos juntos quase nao faziam sequer quorum para uma), tirou-me da ideia realizar a deslocação para lá do rio, por tão pouco. De lamentar uma prova outrora tão badalada e com tanta qualidade...
      A lamentar também, mais uma vez, que após uma espreitadela no calendário, constatava na mesma data, esta maratona na Branca-Coruche. O erro de quem organiza provas persiste: nas mesmas regiões e não só, provas na mesma data quando já são tão poucos os participantes, não é bom para ninguém.
    
      Bem mais perto e com um pouco mais de participantes, não hesitei.
      Mas devia ter hesitado e devia ter até utilizado uma palavra bem parecida e bem mais adequada: devia ter evitado.
      Nada contra a prova senão o facto de que ter chovido a semana que a antecede, deixou as suas marcas no terreno arenoso. Areia sim mas virada em autênticos pantanos de lama alguns deles intransponiveis a pedalar, e a poças de agua impossiveis de evitar.
     A maratona dos 70 km era em regime gps, ou seja, auto-guiada. À partida não seria um problema mas um garmin pequeno como o meu, não ajudava muito e a ajudar fica este reparo à organização:
   - apesar de auto-guiado, houve uma ou outra zona que estava sinalizada (e ainda bem) com um traço no chão ou uma fita (as tradicionais brancas e vermelhas), ambas sinaléticas cortando o caminho e evitando que o participante se enganasse. Uma mais-valia portanto. 
     Contudo em algumas zonas bem mais passiveis de dar engano, nada! Isto não é bem contar com o ovo no cú da galinha porque, obviamente se não há marcações, não há, mas se afinal até há uma ou outra, porque não nas zonas mesmo periclitantes. Deu azo a que eu e um ou outro (que eu testemunhei) tenha andado aos papeis.
    - outro reparo, o balneário. Com poucos participantes, penso que a organização quis agilizar e evitar usar algo maior que estava inicialmente previsto, se não estou em erro. A substituição recaiu sobre um pequeno cubicúlo onde 3 ou 4 se apertavam para caber. E senão mais ainda acentuando que a água quente já não estava quente.

aqui rolando numa zona bem seca

      Mas bem bem pior que tudo isso, foi mesmo o estado de forma aqui do atleta. 
      Desde o km um ou dois vá, para não parecer exagerado, que tive aquele sentimento de "isto hoje não está bem". 
      Partindo na frente, após um atraso na hora de uns 10 min, com os restantes 30 e poucos participantes da Maratona, cedo perdi o comboio dos duros. Cedo senti dores nas pernas.
      Nada de pânicos enquanto ainda se aquecem as pernas e o corpo debaixo de uma manhã fria mas com tendência para amenizar, mas os km passavam e as dores continuavam.
      Cedo fiquei sozinho e não tardou a ser apanhado pelos meia-maratonistas da luta dos lugares de topo, após as e-bikes já terem passado como se eu tivesse parado.
      Na divisão de percursos ainda hesitei mas continuava a acreditar que isto ainda ia lá. Não foi!
      E o que foi foi um autêntico calvário até ao final, daqueles que são os piores dias de quem anda nisto. As forças simplesmente não estavam lá.
     Tratava de me alimentar e hidratar condignamente, geria o ritmo e buscava as boas sensações principalmente nas rectas e nas pequenas descidas, mas tudo era em vão.
      Para agravar, as enormes poças de àgua, os lamaçais e o terreno pesado em algumas zonas, ainda obrigavam a esforço adicional, para o qual eu não tinha forças. 
      Enganar-me três vezes no percurso, sendo que duas delas ainda fiz boas incursões além-terra de ninguém, também não estava a ajudar. 
       A cabeças estava a perder a paciência e o descernimento e muito a custo e muito a consciencialização consegui manter o tino. Trocar o querer pelo ter de ser, sempre a pensar no fim, no desistir, no onde ir buscar forças para terminar. Um tormento!
       Estes são os dias que ninguém quer e que quando batem à nossa porta, obrigam-nos a ir ao fundo da nossa existência buscar resiliência para terminar. Mas não é fácil, não é mesmo nada fácil. Aliás, é mesmo muito duro!
     Terminando a coisa, atormentado, atordoado e resignado, fui-me a banhos, a almoço e viola no saco, ou bicicleta no carro, e siga com o rabinho entre as pernas para casa, já com mais uma chuva para apanhar pelo caminho.

   Classificação da prova (1 a 5)

   Organização pré-prova: 5 tudo impecável com disponibilização de toda a info via apedalar.pt e no site do Facebook, com graficos, distâncias e track e toda demais info, a tempo e horas.
   Secretariado: 5  - estavam organizados, não havia grande fila.   
  Percurso: 3 - o que a região tinha para oferecer bem sei. Plano sem subidas ou descidas acentuadas. Mas a lama que em dias de secura é areia e nem uma nem outra são do agrado do atleta e do material. Uma ou outra tolera-se e faz parte. Aqui foi em demasia. Anunciados 70 km foram 67. 
Apoio e assistência: PA´s bem fornecidos e staff muito simpático e prestável. 5 estrelas.
  Marcações: 3 - a auto-guiada opção mas com lampejos de marcação, podia ter tido atenção aos pontos críticos.
Banhos: 2.5 -  bem me pareceu que foi uma situação desenrascada de ultima hora. Não convenceu. Pequena e água fria.  
Almoço: 4 - uma sopa de feijão deliciosa e depois uma carne assada. A carne grelhada é sempre mais agradável, mas o que havia estava bem, bebidas à vontade, fruta e sobremesa e café.
Dificuldade Técnica: 3 - sem zonas técnicas ou perigosas ou exigentes. Apenas na lama e na água havia que sacar da destreza e redobrar atenções.
Dificuldade Física: pessoalmente não sou o ideal para falar sobre este tema, dadas as minhas circunstâncias pessoais, mas pelo desenho do terreno, não me parece que provocasse os ditos grandes empenos.
Preço: 4,5 - ajustado para a oferta, muito dentro do que se espera. E ainda com direito a umas lembrancitas na algibeira. 
Classificação Geral: 3,5 - os parabéns à organização que não tem culpa da chuva que se fez sentir nos dias anteriores, e notórios os esforços para apresentarem uma maratona de qualidade. E a nivel de organização correu tudo bem. Fica-me a curiosidade para, num dia bom, experimentar outra vez a ver se a lama é areia circulável.. ou não.

    E afinal houve explicação para o dia mau, mas isso vem no post seguinte.

terça-feira, 25 de fevereiro de 2025

Semana sim, semana sim

 25/02/2025
 Ciclismo

  Não tem falhado.
  A meteo tem estado favorável. Uma semana mais fresca, outra mais solarenga. Sempre a pedalar.
  Pelo meio, houve umas incursões em grupos como o TGV e tal, com andamentos fortes e vigorosos.
  Este último domingo, reduzidos a 3, houve um acusar de desgastge, também talvez provocado pela constipação que andou por aqui recentemente.
  .
  Com a Sup na oficina para revisão, dou uma espreitadela às maratonas de BTT. É um desalento novamente ver tão poucos inscritos. Uma delas, a famosa Rota do Casqueiro que abarcava tanta gente, reduzida a pouco mais de 100 participantes à hora de fecho das inscrições. É de lamentar. REsta estes poucos e crentes teimosos que vão mantendo o espirito persistente de as realizar.
  Pode ser que um dia as modas virem novamente.
  

quinta-feira, 16 de janeiro de 2025

2025 já bomba!

  Ciclismo
  16/01/2025

   Começou obviamente com um pequeno passeio a cumprir a tradição, subindo ao alto da serra, em equipa.
   Depois veio uma volta arisca no domingo com a presença de duas máquinas de topo a colocarem um ritmo intenso no treino.
   Entretanto aperta o frio e apertam as gripes, constipações e sei lá que mais. Escapei-me até não poder mais, mas não arreei do selim.

   Mais um domingo se seguiu com um treino em versão competitiva a colocar a fasquia mais elevada e no final dos 115 km, estava ligeiramente moido mas bem.
   Começa a dançar na cabeça o btt. Há que fazer manutenção ao cavalo de corrida e depois logo se verá.

   Mata os bichos e deixa que venha 2025! 
   "Bamos"!!

domingo, 5 de janeiro de 2025

Resumo de 2024

   Aí está algo que nunca m deu para fazer (que me lembre), mas que no final até tem a sua graça e permitiria olhar de um ano para outro, as principais graças e desgraças.

total km: 4.972
Os habituais treinos domingueiros, mais as provas e pouco mais, deram neste número. Nada comparado com o de alguns dos meus parceiros que ascendem acima de 10.000 km.

Provas e coisas
troia sagres
3 maratonas BTT
setubal-elvas
estagio serra estrela 3 dias
Douro Granfondo
 Foi um ano com o revitalizar de um desafio outrora (mal) realizado, setubal-elvas, o regresso a provas de btt após quase um ano de interregno, e um desejo antigo de pedalar nas paisagens e estradas do Douro com o Granfondo em Peso da Régua.
  Não ficou assim nada por fazer e em regra geral senti-me sempre com uma boa disponibilidade física e sensações, especialmente no segundo semestre, com enfase no último trimestre do ano.
  Olhando para trás, poderia ter feito mais uma ou outra maratona de btt e saltando já para as resoluções de 2025, poderá passar mesmo por aí: participar mais nesta modalidade.
   Já no ciclismo, não trago nenhuma prova debaixo de olho. Perto das datas, se apetecer, logo analisarei. No programa, reeditar o troia-sagres é praticamente obrigatório e talvez o setubal-elvas.




   Se 2024 foi um bom ano (com um azarito no Douro), que 2025 seja pelo menos igual.