quinta-feira, 29 de abril de 2010

Futebol, esse fenómeno.

28\04\2010

Situação: pouco antes da 21h ia-me assomando das instalações aquáticas para uma hora de natação. Àquela hora ainda se fazia sentir o calor do dia, uma lufada quente que apareceu de repente sabe-se lá de onde.
Àquela hora o Barcelona ainda jogava com o Inter faltando completar os minutos finais dramáticos, dramatologia à qual resisti com todas as forças virando-lhe costas e vindo cair afinal no charco!
Àquela hora estreava uns velhos tampões para os ouvidos porque perdera outros na última vez que ali estivera.
Àquela hora quase ninguém circulava nos balneários. É aquilo a que se pode chamar de enter-horas: uns já sairam e outros já entraram ou ainda estão para chegar.
Aí presenciei aquilo a que leva a chamar o futebol de um fenómeno quase inigualável.
Àquela hora apenas dois miúdos na casa dos 8 ou 10 anos permaneciam numa das pontas do balneário. Ainda de toucas de lycra na cabeça, a escorrer o resto do cloro enquanto o banho tardava, jogavam uma espécie de "baliza-a-baliza" num campo imaginário e com as famosas balizas improvisadas (uma capacidade impar só possível nos miúdos que gostam de jogar futebol), e algo a fazer de bola que não consegui perceber bem se não seria um chinelo.

Fenómeno: no fundo, e apesar de frequentarem a natação (com os pais a pagar mensalidades e afins) , aqueles dois apenas adoram futebol, numa adoração de tal ponto que os leva a improvisar tudo e tudo para uns minutos de diversão, enquanto os seus progenitores esperam lá fora nos carros.
Apesar da boa-vontade dos pais que muito provavelmente decidiram que este desporto seria o mais saudável e indicado nesta fase de vida dos seus pequenos, isto da bola está enraizado e bem fundo....
No meio disto tudo não pude deixar de achar piada.
E dificilmente se vê outros a improvisar outro desporto que seja.
Essa é que é essa.

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