Longe vão os tempos em que cada volta era muito mais de cicloturismo do que outra coisa.
Parava para tirar uma fotografia, para comer, para apreciar a paisagem ou simplesmente para espairecer.
Desde há muito a esta parte que cada saída tem muito pouco de turismo. Diga-se em abono da verdade que também não atinge o ponto oposto.
Nessa altura, esse cicloturismo trazia-me contemplações de outra natureza, sobretudo conferidas pela natureza desse tipo de voltas mais relaxadas e também conferidas pela Natureza em si.
Hoje confesso que muita coisa me vem à cabeça enquanto sentado no selim, mas por não escrever logo no regresso a casa (e muitas vezes nem depois disso e daí o título deste post), evaporam-se.
Também o tempo de estar comigo reduz-se muito ao mesmo tempo que passo na companhia da bicicleta.
Escrever é um pouco que saí de mim por um dos poros do corpo que dá pelo nome de isolamento.
Não tenho tido "tempo" para tal.
Mas tem havido pedaladas e tem havido muito de poeta. Apenas não brotou para o "papel".
Na semana passada foi ocasião para um Espichel com regresso por meia serra.
Hoje a ideia era apanhar o TGV para fintar o vento e dar alguma moral às pernas num pós-semanal durinho (com 8 aulas leccionadas, em duplas na véspera e ante-véspera)
Pouco depois da hora prevista, lá vinha uma pequena amostra de um pelotão (provavelmente ao sábado será mais forte. Será?) e rapidamente os três ou quatro pedaleiros que por ali militavam, todos com o mesmo intuito, assomámos a bordo.
Logo deu para ver que o ritmo era pró puxadote, mas nada de desmoralizar.
Contudo, quando aparecia uma pequena elevaçãozita (zita mesmo) no terreno, a coisa soprava mais fininho ainda, levando a alguns bafejantes sofocados cá mais para trás.
Depois, um semáforo que fica amarelo e faz 3 ou 4 vitimas. Alguns segundos depois veio o verde.
Ao fundo ia o TGV.. Foi agora sim, um grande sufoco para a recolagem, mas este grupo de atrasados cedo ficou reduzido a dois...O TGV não abrandou mais, antes pelo contrário. Saiu do horizonte. E os dois passaram a um e o um passou a nenhum.
TGV, assim não vais lá.
Depois dos tempos conturbados que este grupo viveu, começo agora a perceber o seu porquê, e a não antever melhor futuro...não sei.
Pouco menos de 2h de treino, abdiquei. O cansaço da semana e os esticões e safanões desta azáfama toda, cortaram-me o báráto.
Mas no fim as pernas até nem estavam assim tão mal.
https://www.strava.com/activities/1570029895/segments/39240827817
Sem comentários:
Enviar um comentário