domingo, 13 de maio de 2018

"poeta", onde andas?

  Longe vão os tempos em que cada volta era muito mais de cicloturismo do que outra coisa.
 Parava para tirar uma fotografia, para comer, para apreciar a paisagem ou simplesmente para espairecer.

  Desde há muito a esta parte que cada saída tem muito pouco de turismo. Diga-se em abono da verdade que também não atinge o ponto oposto.

  Nessa altura, esse cicloturismo trazia-me contemplações de outra natureza, sobretudo conferidas pela natureza desse tipo de voltas mais relaxadas e também conferidas pela Natureza em si.

  Hoje confesso que muita coisa me vem à cabeça enquanto sentado no selim, mas por não escrever logo no regresso a casa (e muitas vezes nem depois disso e daí o título deste post), evaporam-se.

   Também o tempo de estar comigo reduz-se muito ao mesmo tempo que passo na companhia da bicicleta.
    Escrever é um pouco que saí de mim por um dos poros do corpo que dá pelo nome de isolamento.
   Não tenho tido "tempo" para tal.

   Mas tem havido pedaladas e tem havido muito de poeta. Apenas não brotou para o "papel".

   Na semana passada foi ocasião para um Espichel com regresso por meia serra.
   Hoje a ideia era apanhar o TGV para fintar o vento e dar alguma moral às pernas num pós-semanal durinho (com 8 aulas leccionadas, em duplas na véspera e ante-véspera)
 
   Pouco depois da hora prevista, lá vinha uma pequena amostra de um pelotão (provavelmente ao sábado será mais forte. Será?) e rapidamente os três ou quatro pedaleiros que por ali militavam, todos com o mesmo intuito, assomámos a bordo.
   Logo deu para ver que o ritmo era pró puxadote, mas nada de desmoralizar.
   Contudo, quando aparecia uma pequena elevaçãozita (zita mesmo) no terreno, a coisa soprava mais fininho ainda, levando a alguns bafejantes sofocados cá mais para trás.
   Depois, um semáforo que fica amarelo e faz 3 ou 4 vitimas. Alguns segundos depois veio o verde.
  Ao fundo ia o TGV.. Foi agora sim, um grande sufoco para a recolagem, mas este grupo de atrasados cedo ficou reduzido a dois...O TGV não abrandou mais, antes pelo contrário. Saiu do horizonte. E os dois passaram a um e o um passou a nenhum.
  TGV, assim não vais lá.
  Depois dos tempos conturbados que este grupo viveu, começo agora a perceber o seu porquê, e a não antever melhor futuro...não sei.

   Pouco menos de 2h de treino, abdiquei. O cansaço da semana e os esticões e safanões desta azáfama toda, cortaram-me o báráto.
   Mas no fim as pernas até nem estavam assim tão mal.

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