quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Alentejo Talega 50

01\08\2010
Alentejo


Avizinhava-se mais um dia abrasador. O despertador tocou às 8 da manhã. Ignorei-o por completo e só me levantei uma hora mais tarde. Afinal estamos no Alentejo, é domingo, ninguém me espera logo não há motivos para correrias. Os caracóis da noite anterior concordavam com este ponto de vista.

Depois dos afazeres agrestes ainda sobrava tempo pela manhã e fui então em busca da Masil. Na véspera pus o sensor da cadência a funcionar. Depois de alguns ajustes no suporte e de uma pilha nova acabei por perceber que o necessário era fazer o emparelhamento novamente.
Trouxe de casa um track de 80km muito jeitoso feito por mim mas já não tinha tempo para o realizar. Assim saí à sorte cheio de vontade.

A oficina alentejana ao ar livre está linda nesta altura do ano.


Fui virando aqui e acolá e dei por mim numa estrada quase deserta e com um alcatrão maravilhoso rasgando a típica paisagem alentejana.


Até parecia que o Alentejo era "enteirinho" só pra mim.
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O gado local, cavalos, vacas, ovelhas, resguardado à sombra debaixo de chaparros, levantava as suas cabecinhas e acompanhava a minha passagem. Era engraçado observar esses movimentos. Senti-me como uma bola de ténis num jogo com court cheio.

Beber e beber muito foi regra impreterível. Como o terreno era de pouca inclinação deixei a acção a cargo da talega. Por momentos uma ou outra brisa frontal quase que me fizeram mudar de ideias. Quase…

Sem dar muita importância para onde ia fui de repente surpreendido com Juromenha e fiquei encantado.

O gps ja mostrava o Guadiana enquanto fronteira e Juromenha logo ali.


Quando o Verão passar vou voltar de bicicleta na mão para seguir na senda destas “pastagens”.


O Castelo é fabuloso e bem maior do que expectável.

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Pena é estar tão maltratado (um caso típico luso)

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Noutros tempos estas ameias combateram e venceram os espanhois. Agora combatem a erva seca e a erosão e estão a perder por muito...

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Rio para um lado e para o outro e planicie sem fim. Subidas nem vê-las.























A fotografia da praxe!

.Um momento de reflexão...

..... e um outro de contemplação.

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Um curioso pensamento que me ocorreu enquanto pedalava: foi precisamente aqui no Alentejo que aprendi a “andar de bicicleta” (como isto soava tão bem quando era miúdo e como soa tão nostalgicamente bem agora). Quem diria que anos e anos mais tarde voltaria a pedalar por terras do celeiro de Portugal?


Em Juromenha o meu telemóvel apitou. Fui ver e era uma mensagem tipo: “A rede *** deseja-lhe uma boa estadia. Na União Europeia custo max, bla, bla, bla”.

1 comentário:

  1. Acho que nunca estive em Juromenha! Mas passei muitas férias de Verão em Vila Viçosa que é relativamente perto daí. Lembro-me de uma vez ter atravessado o Guadiana, numa parte que estava completamente seca, e um dos meus tios me dizer que já estávamos em Espanha, eheheheh

    Lembrei-me agora que nessa zona é que se fazia uma grande "Castelona"!

    Abraço

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