quinta-feira, 22 de outubro de 2015

A mania das grandezas

 É assim este país.
 Não se faz nada, faz-se algo remendado e mal engendrado, ou então faz-se logo o que seja o melhor do Mundo ou o maior do Mundo.
  Algo de errado nesta última opção? Não, claro que não desde que fosse algo ajustado à realidade do país, e que a implementar justificasse o investimento.
  Isto acontece em algumas áreas de desenvolvimento do país mas a que me trás a este tema é obviamente a do mobilidade sustentada, vulgo sistemas de aluguer ou disponibilização de velocipedes sem motor auxiliar à população\utentes.
   Até aqui também nada de errado. Investir nesta vertente é imperioso. Dinamizar a utilização da bicicleta, mobilizar a população para esse transporte, incentivá-la, publicitar e disponibilizar meios para esse efeito. Tudo muito bonito, tudo certo.
   Então mas afinal qual é o problema?
   É que na realidade do nosso país, aquele país que sofre a bronquite asmática do automóvel em que o automóvel é tudo acima de tudo, em cima de tudo, por cima de tudo, de repente ver-se gastar "não se sabe quanto" naquilo que será o sistema de bike share eléctrico mais avançado do mundo (sim leu bem, do mundo) é assim qualquer coisa de inexplicável.
   Ter o maior do mundo é que é! Depois logo se vê se é utilizado ou não, se o custo justifica ou se havia solução mais económica e\ou rentável, se ficará ao abandono a degradar-se ou a ser pilhado e levado para sucatas por quem anda na vida do gamanço do ferro, assim como aconteceu, só para me lembrar de repente, com alguns dos postos de abastecimento de veiculos automóveis eléctricos implementados em algumas cidades e que ficaram esquecidos no imaginário de quem os autorizou...
   
    Meus senhores isto é dar pérolas a porcos.
    Não sou contra, antes totalmente a favor de todo o incentivo. Mas num país como o nosso, será por aí que se deve começar??? Não me parece.

   Lagoa vai ter o bike share eléctrico mais avançado do mundo. Oslo proíbe carros no centro da cidade.

   Na mesma frase juntei dois cabeçalhos noticiosos que vieram a público quase no mesmo dia. Tirem as vossas conclusões.
    A minha? uma casa não se constrói pelo telhado.

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