terça-feira, 13 de outubro de 2015

Agora algo diferente - música

 Já os tinha visto faz pouco mais ou pouco menos que 6 anos.
 Na altura trouxeram um grupo mais composto e um reportório variado entre o mais antigo e o mais recente. Num registo mais contido, deram um bom espectáculo.

 Passado este tempo todo, à uns 6 meses atrás (se calhar mais) desafiaram-me para os ir ver outra vez. Pensei umas quantas vezes antes de responder. Afinal já tinha visto, não me fazia muito sentido, mas, afinal é uma banda que gosto mesmo e até raramente vou a um concerto. Porque não? Vamos lá então.

  Mentalizei-me para mais um concerto ao vivo entre temas novos, menos novos e assim assim. Sentado e de copo na mão, este era o melhor serão de domingo. Domingo? sentado? isto ja parece coisa de velho Goulbenkien ou CCB. Longe vão os tempos dos pulos no meio da multidão em frente ao palco...
  Para ouvir um puro som de uma grande banda, não é preciso outro registo. Se for para ouvir novos temas, mais atento se está dessa forma.
  Mentalizado então que estava, fiz outra mentalização que tinha a ver com o público. Encher o Meo Arena não seria certamente um cenário a vislumbrar. Não estávamos portanto a falar de Tonis Cárreiras.
  Fui esgotando a caixa dos rebuçados de mental_izações e quantos mais "comia" mais erros cometia.

   Os homens fizeram-se esperar. A hora marcada já lá ia. Mas isso deu para fazer perceber que a Arena encheu (poucos lugares na bancada e mal um espaço em pé por preencher). Quem diria. Afinal havia muita gente com gosto para este registo menos mediático.

    Chegou o momento. Parcos em palavras, atiraram-se para o palco, pegaram em fúria nos instrumentos e na voz e esgalharam, esgalharam, esgalharam, e depois esgalharam. Estavam loucos, possuidos, alterados. Tudo no bom sentido.
    Fizeram arranjos musicais com solos infindáveis. Crescendos e mais crescendos com intervalos viciantes. Uma montanha-russa de alucinar. Todos os instrumentos equiparados, todos os membros da banda equiparados. Agora para o vilino, agora para o baixo, agora para a bateria, agora para a guitarra, agora para os sopros, agora os outros outra vez, agora todos juntos. E depois a voz. A voz. O vozeirão. A cereja no topo do bolo, ou o bolo todo cheio de cerejas. Sim mais isso. Cerejas por todo o lado num bolo maravilhoso, uma autêntica overdose degustativa musical.
   Em extase. E desengano-me eu que esperaria novas musicas. Os homens foram a todas. A tudo aquilo que se queria ouvir e mais ainda.
   Por esta altura já niguém me aguentava sentado na bancada. Virei um balde de cerveja que bem podia ser de outra coisa qualquer que nem notava. Todo eu estava em euforias de nunca imaginar. Que loucura.
   O público esse, incansável. A banda? uma entrega que jamais poderia imaginar.
   E tocaram e tocaram e tocaram. Um intervalo para "drink some beer or to do whatever you do..." nas palavras do também não menos extasiado senhor. Todos eles.
   Voltaram. A mesma força ou mais ainda. E nunca o cansaço os invadiu. nunca desanimaram. Nunca esmoreceram. Tocaram com tal entrega e tamanha vivacidade. Tocaram até empenar os instrumentos, até os derreter ante tamanha vontade.
    Era para começar às oito da noite. Começou um pouco para lá disso. Acabou às 00:30h.
    Senhoras e senhores, eis uma banda que veio com vontade de fecundar os nossos ouvidos tantas vezes quantas as necessárias para termos um orgasmo pela alma.
   Senhoras e senhores, Dave Matheus Band!!



   Um dos concertos da minha vida!

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