terça-feira, 11 de agosto de 2009

Born once again

Rota "torta"
10\08\2009


O dia custava a passar e eu nao via hora de me pôr em cima da "estradista" e rolar por aí fora.
Às 18h arranquei sem saber muito bem para onde ir.


Decidi rumar até Palmela. O trânsito estava caótico a esta hora do dia, uma realidade bem diferente do BTT porque se foge para o meio da serra onde impera a tranquilidade, e ao passar na Volta da Pedra percebi que o ciclista é por vezes muito mal tratado e pouco respeitado.

Palmela e o seu imponente castelo.
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Depois foi seguir sempre pela estrada em direcção à Qta do Anjo, desta vez com os moinhos à distância no alto (invertem-se uma vez mais os papeis entre estrada e btt)
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A Igreja da Qta do Anjo: uma das zona mais emblemáticas desta terra onde já cheguei a viver.
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Muita gente é isto que conhece da Qta do Anjo desconhecendo por exemplo que é dela que provem o famoso queijo de Azeitão (é verdade, não é de Azeitão)
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Continuando até Cabanas. Outrora localidades calmas e tranquilas, hoje estão a rebentar de carros. As modas são assim.
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Até chegar a Azeitão (nas fotos a bela vinha do JMF) passei por duas novas rotundas. Outra moda muito na moda é isto de fazer rotundas por tudo e por nada. A que fica mais perto da vila nem sequer é digna de se tentar racionalizar sobre a sua existência.
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Na terra das tortas, onde tanta gente passa, quantos já terão contemplado este velho casario?Merecia melhores tratos é verdade. Parei e comi uma barra energética e iniciei a volta de regresso.
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Rolando pela nacional não pude deixar de parar em Vila Freca. Que pena o jardim estar fechado. É das coisas mais bonitas da região...
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Uma reliquia da PT muito adequada a este pequeno cantinho que é a Vila Fresca.
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Duas fotografias no célebre Alto das Necessidades: a descida que se avizinhava e a curva mítica.
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Depois de descer a 50 km\h (!!!!!) era capaz de jurar que fora eu que disparara os semáforos controladores de velocidade da Aldeia Grande (afinal foi um carro que seguia no meu encalço)
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Sentia-me tão bem a pedalar que ao chegar a Setúbal não dei a volta por terminada. Na Luisa Todi senti-me na última etapa do Tour de France em plenos Champs Ellysées. Que maravilhosa sensação.
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Acabada a avenida mais famosa da cidade resolvi seguir em direcção da zona industrial e do porto maritimo da cidade, voltando costas à habitual serra. Um cenário bem diferente e horroroso esperava-me
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Pouco depois alcancei as "Torres Gémeas"
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Ao fundo, a serra da Arrábida refrescando-se no rio.
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Mais alguns metros e outra casa do horror. O cheiro que pairava no ar e que já se fazia sentir há algum tempo, agoniava-me...
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... e depois de parar para tirar esta foto que dispensa comentários, inverti marcha.
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Um pôr-do-sol urbano. "Lindo" não é? Principalmente depois de ter sido abalroado para fora da estrada por um TIR.
Os km continuavam a passar debaixo das minhas rodas e eu sentia-me cada vez mais como que renascido, como que acordado de novo para a vida. À medida que os anos passam vou descobrindo outras paixões e parece que são sempre mais fortes que as anteriores. Espero que assim seja até ao fim dos meus dias. Só assim poderei dizer que vivi em pleno.
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Mesmo a propósito (e confesso que não foi propositado) parei e contemplei por alguns minutos aquele que em tempos foi o meu infantário, O Moinho. Que saudades, que recordações. "Estou mesmo a nascer outra vez", pensei. O Moinho era um infantário como todos os infantários deveriam ser. Uma enorme quinta ao ar livre no meio do campo e não as vivendas com quintais de pedra, enfiadas no meio de prédios e à beira de estradas movimentadíssimas na cidade.
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No final, feitas as contas, 57 km em 02:15 h e muito mas mesmo muito prazer e satisfação.
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Qualquer ciclista que se preze não usa Camelbak, um hábito difícil de resisitir. Eis a quantidade de tralha que carreguei nos bolsos do jersey.
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p.s. Mais um suporte para outro bidon é fundamental. Um só é pouco. E também há que praticar muito a utilização deste. Foi parar 3 vezes ao chão quando o recolocava no respectivo suporte.

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