domingo, 4 de novembro de 2012

Meta 100

  À parte do título (garantidamente influencia profissional), sai uma bela manhã.

  Os 100 km da Transarrábida aproximam-se rapidamente. O pseudotreino tem sido árduo. Digo pseudo pois dado ter começado tão em cima da hora, acredito que terá efeitos meramente psicológicos. Seja como for, tem-se malhado a bom malhar sendo a maior parte do treino indoor.
  Com efeito, as condições climatéricas não têm deixado espaço para grandes alternativas e por isso ontem convidei mais alguns amigos e fizemos uma das mais violentas aulas de cycling de sempre, de tal ordem que quase perdi o apetite para o almoço, imagine-se. Foram duas horas bem sofridas. A rapaziada parece ter gostado e diz de fonte segura in loco que o ritmo positivo ecoou até o balneário feminino onde se cantavam musica aqui musica ali.

   Hoje as nuvens deram uma pequena trégua e mesmo um pouco mais tarde não resisti em fazer uma pequena saida. Ou assim pensara eu já que pequena acabou por não ser.

   De Lau, Lagameças, Faralhão, Aguas de Moura.... o maior supermercado do país ao ar livre. Fruta da época, batata nova, cebolas, vinho e no fim tudo o que um mercado pode oferecer.
    A pedalada saía vagarosa mas sem grande dificuldade. Aliás, as pernas faziam mesmo o trabalho todo ao que apenas limitava-me a contemplar a paisagem, sentir os seus aromas e a arrumar pensamentos.
   A manhã escura bem tipica da estação do ano, pintada de tonalidades escuras, cinza escuro das nuvens do céu, verde escuro da vegetação, castanho escuro das videiras, convidavam a ficar em casa. No mp3, ao invés das habituais playlists, debitava a estação de rádio Amália. Ele era fado atrás de fado e de repente senti-me como se estivesse numa cozinha antiga, de uma casa antiga, de uma senhora antiga, com um rádio do tempo em que não existia televisão ligado em cima do frigorifico branco e redondo, cheirando a azulejos e tachos de barro pendurados em prateleiras feitas de tábuas de madeira,e ao sabão azul que transpirava dos panos e toalhas aos quadrados que ondulavam ao sabor do vento pendurados num estendal junto ao tanque de lavar roupa.
   Tal como eu disse: as pernas faziam o trabalho todo.
   Que bela manhã para pedalar.

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