segunda-feira, 12 de novembro de 2012

TransArrábida 2012

11\11\2012
Btt - Arrábida


   Tomei conhecimento do TransArrábida por convite de um amigo. Uma prova de btt que não é uma prova.    100 km em btt com um acumulado de 2.500 m aproximadamente, soava a areia demasiada para "o meu carrinho de mão" (substituido por "a minha camioneta"), principalmente nesta fase do ano.
  Contudo, o desafio de me fazer a tamanha proeza já pairava na estupidez que reside na minha cabeça faz tempo, e juntando o facto verificar que um pequeno grupo de marmanjos juntara-se para organizar uma prova de btt que não é uma prova, a custo zero (??) levou-me à loucura de colocar um "sim, eu vou participar".
   E isto nunca mais saiu da minha cabeça. Tinha coisa de duas semanas para acelerar e melhorar a condição física, sabendo logo à partida que o acto era descabido e talvez mesmo suicida. Mas que raio, haveria de me esforçar enquanto forças houvessem.
   À medida que passava mais um dia mais empenho colocava sobre mim. Cada sofrimento nas aulas de spinnig, cada esforço na estrada, cada exercicio era alimentado a determinação.
   O dia 11 aproximava-se e quanto mais próximo estava mais praticava outro tipo de exercicio: o mental. As dúvidas, incertezas, receios, fobias gritavam mais alto do que qualquer grito de dor muscular após um esforço intenso. Logo era necessário controlo, foco e concentração.
  Fui buscá-lo uma vez mais ao mesmo alimento: a determinação.
 
   Confesso que a esta parte não me reconhecia. Eu que nunca fui dado a tais determinações. Sempre fui mais do fazer por fazer com prazer. Mas tinha que experimentar e pôr-me à prova e completar 100 era tudo o quanto almejava.

   Às vezes penso qual o motivo para traçar estes objectivos e de onde eles provêm. Pouco importa.



 
   Hoje, sentado em frente ao computador sinto as pernas. Sinto-as porque doem. Para ser sincero nem doem tanto quanto julgara. Nem ontem, nem hoje. As subidas foram variadas e brutas. Nas descidas incluiram-se alguns troços que nunca imaginei ver esta rapaziada a fazer e daí se calhar as quedas que vi. E os furos que senti. Dois mais um mal remendado. Muito tempo perdido com o frio a começar a fazer-se sentir e a frustração com ele a medir forças para ver qual de ambos mais estorvava. Um furo tolera-se. Dois é demais. Três é.... Bem, valeu pelo apoio dos companheiros de aventura.
   Contudo pelo avançar da hora ficaram 10 km aprox por realizar, o que não me permite dizer "missão cumprida", mas não foi por falta de forças, foi por falta de tempo.
    Saboreio hoje o doce sabor do orgulho naquilo que fiz. E saboreio mais do que tudo o sabor de querer fazer mais.

 Pelo caminho apanhámos este marciano. Ah não, esperem: é o prof Helder!
(curiosidade 1: o aspecto fresquinho que tinhamos e até parecia que estavamos de saida para o saturday night, principalmente o turtle com o seu pólo de marca
curiosidade 2: o pratinho vazio ostentado tipo mendigo como quem dizia "ponham lá qualquer coisinha no prato").



    Para que se dispõe uma pessoa a esforços desmesurados, tareias sem fim (quando penso em ultra-maratonistas, ciclistas, atletas de ski de fundo, e muitos mais),tentar perceber por que raio um ser-humano ser dá a tamanhos sofrimentos. Não vale a pena tentar.
   Mas vale a pena tentar!

    Agradecimentos especiais:
     - ao professor de cycling Helder Soares cujas aulas puxaram e puxam sempre mais de mim;
     - a ele e a turle por juntos embarcarem nesta aventura;
     - aos que não partem mas que estão sempre à chegada de braços abertos à nossa espera;
     - aos organizadores que dispenderam do seu tempo e trabalho (que não foi pouco) tão somente pela humanidade de partilharem com muitos o prazer de pedalar em btt. Não são muitos o que o fazem por nada. Um conceito que deveria ser estendido a outras paragens e a outras circunstâncias da vida. Têm a minha consideração e os meus parabéns.
   
   A volta no garmin com falhas em alguns troços pelo habitual esquecimento causado pelo liga-desliga está aqui.

1 comentário:

  1. No domingo também fui para a Serra e vi passar muita malta deste passeio e se calhar até nos cruzámos! Este percurso era muito duro e teria ganho pontos se tivesse sido marcado em horário de verão, se assim fosse, tu e muitos outros que de certeza também não terminaram devido ao avançar da hora, teriam concluído na totalidade o percurso.

    Abraço!

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