segunda-feira, 1 de junho de 2009

II Rota Pré-Histórica - Carregal do Sal

Carregal do Sal
31\05\2009






Altimetria





Inscrição: 12 euros
Km anunciados: 45 ou 20 km (passeio)
Localização: Carregal do Sal (Viseu)



Eram 300 km que me separavam desta Vila do concelho de Viseu, o equivalente a 3 horas de viagem, aproximadamente indo sem pressas.
Por esse motivo resolvi arrancar de véspera e evitar uma valente madrugada e assim poder apreciar melhor a vila e arredores.

Cheguei, dei uma pequena volta pela cidade e encontrei o pessoal da Organização. Recebi logo ali o dorsal e a hospitalidade. simpatia e disponibilidade de todos que foram incansáveis no trato para comigo e na forma como me receberam.
Depois de mais alguns dedos de conversa saí para visitar Cabanas de Viriato e jantar qualquer coisa. Uma sopa e uma bifana foi quanto bastasse.



O Cristo-Rei de Cabanas de Viriato e a vista d´O próprio para um palacete abandonado.
Como ainda era cedo, resolvi ir ver um torneio de futebol 7 que decorria no estádio do clube local e que se inseria nas festas (muita festa neste fim-de-semana nesta zona). Passei ali um bom bocado divertindo-me a observar não só os jogos em si como também toda a envolvência característica deste tipo de eventos.
No domingo acordei cedo e desta vez, pela primeira vez, e se calhar pela única vez, fui o primeiro a chegar ao local de partida da prova (afinal dormi "in loco", num recanto gentilmente cedido pela Organização, gesto que agradeço com sinceridade).
Aos pouco e poucos foram chegando um a um o pessoal da Organização que num ápice montou toda a engrenagem para a partida e para a chegada (que seria no mesmo local). Impressionante era o calor que já se fazia sentir à 08 da manhã. E por essa mesma hora eram já muitos os atletas que militavam pelas redondezas.



Às 09:30 horas (pontualidade britânica em Carregal do Sal) deu-se a largada. Como é usual, deixei-me ficar para o fim e atrás de mim só vinha uma mota que separava os maratonistas dos 45 km dos atletas do passeio de 20.
Os primeiros km´s foram velozmente ultrapassados num ritmo electrizante, talvez devido ao facto de se começar praticamente a descer. Também por esse motivo meia-hora depois já rolava sozinho: os da frente desapareceram e os que fui ultrapassando foram ficando para trás. Isto acontece-me normalmente em todas as provas mas mais a meio delas e não logo no inicio.

À medida que palmilhava km após km deliciava-me com a paisagem que coincidia plenamente com o "peixe" que me venderam. Superou mesmo posso dizê-lo.





Uma paisagem fabulosa das muitas com que a Organização nos brindou.

Uma ou outra descida mais emocionante e uma ou outra subida mais dura iam fazendo mossa nos atletas, quer fisica quer mecânicamente.
O primeiro ponto de abastecimento surgiu muito cedo para as minhas necessidades e não parei. Por esta altura, o sol era abrasador e suava em bica e fui gerindo o litro e meio que transportava no Camelbak. O que não conseguia gerir era a quantidade de pequenos mosquitos e outros insectos que deambulavam em redor da minha cara teimando em afastarem-se apesar das insistentes chapadas que dava na atmosfera. Desisti.
Pleno de forças resolvi acelarar o ritmo fazendo figas para não me arrepender posteriormente. No segundo posto de abastecimento estava lavado em suor e cometi a asneira de enfiar uma garrafa de água pelo bucho abaixo. A barriga de àgua pesou nos km seguintes pelo que diminui o ritmo para evitar males maiores.




As vistas do 2º ponto de abastecimento que foi aqui estrategicamente colocado para os participantes tomarem conhecimento deste belo monumento pré-histórico.

Já para lá dos 30 ou 35 km seguia a par e passo com um parceiro improvisado que "batia" no mesmo ritmo que eu tanto nas subidas e principalmente nas descidas. Foram uns bons km sempre a rasgar trilhos e descidas mais técnicas. Sabe bem ter companhia à altura nestes momentos (no final, após cortar a meta cumprimentei-o e felicitei-o pela destreza. Disse-me que à minha semelhança, também ele era de uma zona onde treinava muito a técnica)

De referir que ao longo de todo o percurso houve sempre muita gente da Organização da prova devidamente identificados e disponiveis para informar, ajudar e controlar o trânsito nas passagens pelo alcatrão. Também foi sempre usual ver aqui e ali elementos do Corpo de Bombeiros, facto que merece nota de destaque máximo.

Também houve sempre àgua pelo caminho, mas que felizmente não necessitei. Ao que soube no fim e pelo que já li do evento parece que houve algumas queixas pela falta de água na segunda metade da prova. No que me diz respeito, e mesmo com o forte calor que se fez sentir, achei suficiente.


Também li algumas reclamações sobre má sinalização principalmente nas aproximações a descidas mais acentuadas ou técnicas e ao que parece houve algumas quedas (de pouca gravidade espero). Na realidade, esta foi uma das provas mais bem assinaladas em que estive, quer pela fartura de indicações que pela sua visibilidade e no que respeita a zonas mais perigosas.... não vi nenhuma de especial (será que ando mal-habituado? mesmo que assim seja nao vi mesmo nada de especial)


No final, 48 km com o altímetro a marcar 850 metros de acumulado, isto em pouco menos de 3 horas
Depois de um bom banho (nota muito positiva também para as condições balneares) veio o merecido almoço. Um manjar farto e variado (assim como os pontos de abastecimento):

- sopa
- lombo assado
- frango assado
- saladas variadas
- arroz de feijão
-uma espécie de bôla ou empadão de carne
- àgua, vinhos, sumos, coca-cola
-salada de frutas
Acho que ainda falta mais uma coisa ou outra mas com tanta fartura já não me lembro de tudo. As minhas desculpas por isso. Mas do que me lembro bem é que não havia fila, não demorei um único minuto à espera e havia lugares sentados suficientes para toda a gente. E claro está, a comida era uma maravilha com a qual me deliciei (principalmente com o arroz de feijão que era de bradar aos céus).


Conclusão geral: uma prova que agradou em todos os aspectos. Se à partida optei por me inscrever nesta em deterimento de outras foi pela simpatia e disponibilidade evidenciadas logo à partida pela Organização. Só posso dizer que superaram as expectativas.
Bom percurso com paisagens fabulosas junto ao rio Mondego e pelos percursos e circuitos arqueológicos e patrimoniais por entre Orcas, túmulos rupestres e dolménes deram juz ao nome da prova.
Boa sinalética, muita gente da Organização e Bombeiros ao longo de todo o traçado, bons banhos com balneários adequados, fabulosa gastronomia.
Gostei muito também de ver a população em geral nas ruas no principio, meio e fim da prova em perfeita armonia com o evento, a apoiarem todos os atletas. Houve até uma senhora que estendia da sua vivenda uma mangueira aberta e "regava" quem passava, mas veja-se, perguntando primeiro se o maratonista estava interessado no banho (!!!). Que gente 5 estrelas.
o melhor: penso que está tudo dito! sem poder destacar nada o melhor foi mesmo o todo ficando provado que com muita vontade e empenho se consegue fazer um evento de btt a bom preço.

o pior: não me lembro de nada a assinalar excepto os mosquitos do inicio e o calor abrasador mas isso são factores externos em nada controláveis.
frase que marca o evento: "mantém a boca bem fechada ou ainda engoles um mosquito já cozido e tudo"

E tenho que deixar uma vez mais agradecimentos especiais a todos os membros da Organização que me receberam, ajudaram e tudo fizeram para que estivesse confortável. Foram incansáveis!!!!!

Um forte abraço a todos eles e espero poder voltar no próximo ano por tudo e por um vinho do Dão que deixei por lá. Por agora vou-me contentando em provar esta amostra que me ofereceram e que asseguro desde já que é uma maravilha!

Um muito, muito obrigado!

nanex.

4 comentários:

  1. acho que te esqueceste de agradecer à organização pá! qual é a próxima? uma semaninha a atravessar portugal? ahn?

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  2. Não fizemos nada de especial, era o minimo obrigatório, por lei, as pessoas quando são especias têm tendência a valorizar pequenos gestos! Foi uma mais valia para o nosso evento contar com a tua participação.
    Um Abraço.

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  3. "O Cristo-Rei de Cabanas de Viriato e a vista d´O próprio para um palacete abandonado."

    Sabes de quem era o palacete?? Do Aristides de Sousa Mendes que, enquanto Cônsul de Portugal em Bordéus possibilitou atraves de vistos concedidos salvar cerca de 30 mil Judeus.

    Um abraço

    Alfredo

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  4. a próxima nao sei quando será. Uma semana a rolar soa-me bem mas tenho que aguardar pelo diagnóstico médico. Cheira-me a principios de pobalgia...
    Obrigado Tobias e obrigado Alfredo pela importante referência histórica. Se não me engano penso ter lido algo sobre isso no Cristo Rei.
    Normalmente falo sobre um pouco da história de cada terra, aldeia, vila ou cidade onde vou mas como este "post" já era tão extenso já não me quis alongar mais.
    De certeza que haveria muito mais para contar...

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