segunda-feira, 4 de maio de 2009

Aldeias do Xisto e Arripiado - Capítulo II

Capítulo II: Fim-de-semana findam férias parto quinta-feira.
23\04\2009

Destino: Centro de BTT - Aldeias do Xisto - Peneda

Uma semana de férias nesta altura do ano, só poderia ser devidamente aproveitada com uma saída para qualquer lugar. Uma semana de férias inteiramente passada em casa seria um martírio.
Assim, na companhia do “bicho corredor” que está sempre pronto para partir, rumámos para o Centro de Portugal.

Há semanas atrás, ao ler a Bike Magazine, tomei conhecimento da inauguração de Centros de BTT no país. Logo aí decidi que tinha de lá ir.
Com as bicicletas às costas e a mochila cheia de vontade de pedalar, carregámos alguns viveres na Westfália (essa grande malha das Auto-Caravanas dos anos 80) e fizemo-nos à estrada. Ahhh como era bom sentir novamente o vento bater-me na cara, ver a paisagem a passar, sentir os olhares curiosos das pessoas das pequenas localidades que confirmavam o espírito aventura e livre (e tudo o mais que referi no capítulo I) como quem via os primeiros camones que timidamente muitos anos antes foram invadindo o país e que todos estranhávamos pelas suas figuras e formas principalmente na maneira em como vinham em carrinhas ou furgões de cores vivas e desenhos pouco nutridos de arte, simplesmente providas de uns cortinados nos vidros, uns colchões na parte de trás e muitas coisas penduradas nos espelhos retrovisores.
Já depois de ter trocado as calças por calções pus os pés descalços sobre o tablier. Não pude resistir.

Algumas horas depois, mais do que as necessárias devido a alguns imprevistos na procura do melhor caminho (o velhinho mapa foi para o lixo) chegámos ao tão almejado Centro de BTT.
Por esta altura já era noite. Subiramos muito para aqui chegar. A Westfália mantinha-se rija e firme pronta a dar-nos guarida. Que máquina!

O Centro estava iluminado, limpo e a cheirar a novo. Feito principalmente em madeira, sóbrio e prático, agradava à vista. Uma pequena placa indicava a data de inauguração. Foi há cerca de um mês, mais coisa menos coisa. Tratámos logo de explorar tudo o que tinha para oferecer:
Na parte da frente que fica virada para a estrada que nos trouxe até ele, podemos colocar a bicicleta num de dois suportes e usar a bomba de ar para regular a pressão dos pneus (e tem medidor como nas bombas de gasolina para os mais rigorosos), ou optar por lhe dar uma mangueirada. Existe ainda uma caixa de ferramentas que inclui, veja-se, as próprias ferramentas (!!) e um mapa da zona com os percursos marcados disponiveis e uma legenda para explicar as placas sinaléticas que podemos encontrar ao longo dos mesmos.
O Centro visto de frente e o pormenor dos serviços permanentes disponveis: bomba de ar, bomba de água e a caixa de ferramentas (é aquela caixinha branca por de baixo da rampa verde)

Nas traseiras, local onde aparcámos, ficavam 4 portas todas elas fechadas e dois contadores electrónicos que solicitavam uma moeda de 50 cêntimos. O meu companheiro de viagem não resistiu e resolveu experimentar. Colocou a moeda, o contador iniciou uma contagem decrescente de 5 minutos, mas nada mais aconteceu… As portas estavam trancadas e assim se mantiveram.
Sentimo-nos abarcados por alguma desilusão. Tentámos de tudo mas sem sucesso. Não havia mais nada a tentar. Depois de forçar a abertura das portas várias vezes (como se fosse isso que fosse resultar) ficámos a ver o contador a passar até se esgotar no zero. Idiotamente esperançados que então aí acontecesse alguma coisa. E aconteceu: acabou o tempo.
Vista de dia das traseiras do Centro onde ficam as quatro portas...

Numa das laterais do Centro, encontrávamos um ecoponto (boa iniciativa), um bebedouro e uma vitrina onde constavam várias informações (o habitual: locais para pernoitar, restaurantes, etc). Lá estava um nº de telemóvel de um tal Sr. que eu agora não me lembro o nome mas hei-de lembrar . Liguei mas ninguém atendeu.
À nossa volta pairava uma imensa escuridão conferida pela vegetação local que nos cercava de lés a lés deixando somente uma abertura para as 3 estradas que ali se cruzavam.
Tratámos de um repasto carinhosamente confeccionado de antemão pela minha querida mãe e um tinto bastou para nos resguardarmos do frio que aos poucos foi-se instalando ao nosso redor sem nos apercebermos. Trocámos dois dedos de conversa e dormimos.

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