quinta-feira, 28 de maio de 2009

Os cavalos bravos.

Não sei como foi possível tal acontecer. Então vai para coisa de meses que ando para aqui a falar de pedalar assim, pedalar assado, pedalar cozido à portuguesa, pedalar por aí e falar da montada nem nada...

Tudo começou uns poucos anos antes quando por convite do meu irmão (a quem estou eternamente agradecido porque se não fosse esse convite não teria descoberto o gosto que tenho pelo btt ou pelo menos teria demorado mais tempo a descobri-lo) decidi experimentar regressar ao andamento do pedal.


Regressemos então ao passado:

Lembro-me perfeitamente de ser miúdo e moço e de passar os dias nas ruas do bairro onde vivia, isto quando não estava a dormir ou na escola, o que portanto ainda era muito tempo. Nessa altura (estamos a falar dos anos 80) as melhores coisas que se podiam ter na vida de rua eram:
1 bola de cautchu (ou cátchumbo)
1 bicicleta (de preferência bmx pois tinha acabado de se dar o grande "bum" destes modelos.
Quando qualquer miúdo saía para a rua não sabia ao que ia mas nunca saía de casa sem uma bola ou sem a sua bicicleta.

Mas deixando-me de saudosismos, limitar-me-ei a falar das bicicletas da minha vida.


Dos 5 aos 9 anos: A primeira surgiu logo após ter ficado grande demais para o triciclo (lembro-
me dela como me lembro da primeira rapariga a quem dei um beijo nos lábios) e morava na casa dos meus avós no Alentejo, logo era alentejana (não me lembro se a rapariga era alentejana). Já agora, foi aí que aprendi a pedalar com a ajuda do meu pai e do meu irmão e das famosas rodinhas apostas na roda traseira.




Era uma típica Órbita, modelo mais pequeno, que herdei do meu irmão depois deste ter mudado para uma de ciclismo.
Verões inteiros a pedalar para todo o lado.

Dos 10 aos 12 anos: Depois veio a moda das bmx e logo a seguir a moda da suspenção nas bmx.
Eram lindas, estas novas bicicletas mas pesavam 500 kg cada. Feito estúpido comprei uma.
Predominava o amortecedor e esponjas no quadro e no volante (e isto para quê??)

Certo dia ia eu passando junto do estádio do Vitória quando um amigo me chamou para participar numa prova de segurança rodoviária. Consistia em pedalar num circuito que imitava as ruas de uma cidade e quem respeitasse os sinais e regras de trânsito o mais rápido possível, ganhava uma bmx (!!).
Duas semanas depois fui levantar o prémio: mais do mesmo, ou seja, 500 kg de ferro (que nunca cheguei a utilizar pois era quase igual à que já tinha. O meu pai acabou por vende-la e fez muito bem!)


Não era bem isto mas quase..

Dos 13 aos 15 anos: farto de carregar peso, tive direito a nova herança. Passei a peladar na
bicicleta de ciclista do meu irmão. Era um mimo. Tinha 3 mudanças e deslizava
espectacularmente bem. Claro está, era um Órbita também.

Dos 16 aos 29 anos: um grande interregno sem direito a bicicletas (de duas rodas só uma mota
mas isso não conta)

Dos 30 aos 33 anos: iniciação ao BTT - Merida Sports 500 - uma boa bicicleta que serviu para as primeiras voltas.
Depois seguiu-se-lhe a Merida Matts Special Edition - uns furos mais acima do que a anterior porque já sentia falta de algo mais e para aproveitar o excelente preço que o meu irmão me fez (acabaram-se as heranças... mas foi um preço muito bom). A outra vendi-a e fiz alguns melhoramentos nesta. Actualmente utilizo-a para as maratonas.


Uma autêntica maratonista.

E surge a última aquisição (afinal já falei desta mas foi há já algum tempo e ainda não a tinha experimentado): GT Force 2 2008 - o canhão actual para galgar tudo e mais alguma coisa. Já a tenho há alguns meses e não páro de me surpreender com as suas capacidades. É uma All Mountain Full Suspension bastante equilibrada, esguia e segura. Sobe bem e desce melhor fazendo parecer qualquer single track esburacado numa autêntica estrada de alcatrão.
Mas o melhor elogio que lhe posso dar é dizer que parece que foi feita à minha medida!




O Fox Float R fork, air spring, 140mm travel e o Fox Float RP2 rear shock funcionam em pleno com o design agressivo do quadro, conferindo-lhe o balanço adequado para ultrapassar sem dificuldade os obstáculos que surjam repentinamente na nossa frente, quer seja um salto ou uma inclinação. Só é pena não ser ligeiramente mais leve (13,5 kg aprox) mas pelo seu preço, que já não considero nenhuma barateza, não se podia pedir mais.


Acredito que ainda hoje tenho muito para progredir e sinto que aos poucos e poucos vou conseguindo sacar sempre um pouco mais das capacidades deste "bicho" que não pára de me surpreender e de causar verdadeiros momentos electrizantes.

Sempre que me estico mais um pouco, lá está ela para me aguentar e já me safou de umas boas quedas. Espero continuar nesta plena sintonia.

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